Engraçado…

Não sou a favor da atitude de cancelar o visto desse jornalista americano, mas eu me pergunto, porquê tanta indignação, tanto rebuliço? Se fosse os Estados Unidos expulsando de lá algum jornalista, como já fez com um iraquiano que fez reportagem desfavorável ao governo, ninguém se abala. O problema é que é o Brasil, um país da America do Sul expulsando um jornalista do super poderoso, ainda mais do NYTimes.

Imagem se fosse com soldados americanos os maus tratos que estão fazendo com os prisioneiros Iraquianos? Os Estados unidos ja teria feito o maior rebuliço. Mas como é com os pobre coitados… fica assim mesmo. Odeio injustiça, odeio!

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Jornal “The New York Times” tem visão “preconceituosa” do Brasil, diz pesquisadora
13/05/2004 – 16h22

da Redação
em São Paulo

O jornal americano “The New York Times” tem uma visão preconceituosa sobre o Brasil. A opinião é da pesquisadora Regina Martins, da Unicamp. Ela estudou os textos do jornal entre 1986 e o ano 2000, para uma tese de doutorado. A pesquisadora fala sobre o assunto com Paulo Henrique Amorim. Veja a entrevista completa na tela ao lado.

“É um discurso (o do jornal) muito preconceituoso. O Brasil é um país caótico, terra sem lei, da impunidade, o povo é adepto do misticismo de maneira exarcebada, fanfarrão. Uma matéria compara o Carnaval do Brasil ao dos EUA. Eles dizem ‘Não pensem que o Carnaval é como o americano. O americano é civilizado. Os americanos se enfileiram à beira da calçada. Os brasileiros serpenteiam pelas ruas, com cerveja’. Não existe pecado abaixo do Equador, é uma marca do Brasil”, afirma.

Para Martins, o preconceito verificado no jornal americano também é reproduzido por parte da grande imprensa brasileira. “O preconceito ressoa de lá para cá e daqui para lá.” Esse preconceito seria expresso na visão de um Sul maravilha e de um norte caótico.

“Há dois Brasis, um Brasil do Sul, a Bélgica, em que se enfatiza a descendência (racial). O brasileiro do Sul é visto como competente como administrador público, competente em negócios, neoliberal, globalizado. O resto é dança, cultura popular e música”, diz. “É o que muitos jornais brasileiros também dizem”, ela afirma.

Para Martins, “a imprensa é receptora e emissora do imaginário da sociedade. Reflete a sociedade. Os americanos em geral são conservadores em questões raciais”, afirma. “Lá, eles só podem fazer isso conosco porque a gente deixa. A gente valoriza o que eles falam. Para eles importa o olhar deles. Não o do outro. Para nós importa o olhar do outro”, conclui.

A pesquisa se concentrou em assuntos sobre o Brasil, sem usar as matérias de economia e esportes. Ela cobriu os dados da Biblioteca do Congresso americano. O foco era analisar a questão social. Ver como os brasileiros eram tratados pelo jornal”, afirma.

Texto retirado do UOL

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