A melhor escolha

Já falei sobre isso aqui, mas a cada dia que passa me pego pensando como foi uma decisão acertada a opção de colocar a Luna no Day Care. Me lembro até hoje minha agonia de deixar Luna lá, com pessoas que não dariam atenção exclusiva a ela, nem dedicariam mais tempo do que o normal para fazê-la comer. Não fariam aviãozinho, nem inventariam mil histórias para convencê-la. Quando chorasse, muitas vezes seria ignorada, e isso me matava so de imaginar, já que em casa, qualquer chorinho já íamos correndo ver o que era. Quem iria cuidar dela como eu e minha mãe tínhamos cuidado desde que ela nasceu? Ninguém. Ter uma babá me parecia ser o mais próximo disso, atenção exclusiva, mais carinho… Não deu certo trazer quem eu queria, e não me restou outra opção tive que colocar no day care. Ver ela chorando nas 2 semanas seguintes foi de cortar o coração, mas eu nem imaginava como valeria a pena.
Acredito (e é minha opinião apenas) que criança que frequenta escolinhas, tem um comportamento bem diferente comparada às que ficam em casa. Socialização é a primeira grande vantagem, não ter a atenção somente pra ela, é essencial e ela entende muito bem quando não é feita sua vontade. Obviamente vai se contrariar, mas será acostumada com a disciplina da escola, terá a hora certa de comer, de dormir, aprender a guardar os brinquedos e etc.
O que mais me conforta é saber que o dia todo enquanto trabalho, Luna convive com os amiguinhos, e participa de atividades incríveis pro seu desenvolvimento. Canta, conta, sabe os dias da semana, cores, números, já reconhece a escrita do seu nome, canta musiquinhas em espanhol, francês e inglês. Vai aos parques da cidade praticamente todos os dias, fico imaginando ela dependendo de mim para aprender tudo isso, e minha insegurança em saber se eu estaria ensinando realmente o que ela deveria saber. Quando ela chega em casa com palavras que eu nem sei o que significam, com seus projetos de arte, e já sabendo as letras do seu nome, tenho a confirmação daquilo que já nem dúvidas tinha mais. Me diga, que babá faria isso com ela? Me arrisco a dizer que POUQUISSIMAS, sendo até boazinha em não dizer NENHUMA. Sei que cada criança tem sua personalidade, umas são bem difíceis mesmo na escola, mas não tenho dúvidas que em casa , é muito mais fácil que a criança fique mimada e cheia de manha do que as que estão num ambiente onde ela não é o centro das atenções. Obviamente muita gente vai discordar, mas formei minha opinião por pura experiência, observando o comportamento e convivendo com o exemplos do meu dia a dia.
Antes de ontem, fui dormir tarde escolhendo as fotos da família que a “tia” pediu que levássemos pra escola. Esse é o tema da quinzena, e eles fariam uma colagem com as fotos. Escolhi, imprimi, e quando fui buscá-la vi o resultado. Na montagem dos bonecos ela colocou o cabelo dela e do pai da mesma cor, e o meu bem mais escuro, e ela acertou em cheio. Foi de emocionar, quando perguntada o que ela mais gosta de fazer com a família, ela responder que gostava de “fazer bolinhas de sabão”, a atividade predileta dela realmente, com o papai no banho semanal de banheira no final de semana.
Não achei a foto do vovô Sergio, que estava no outro HD, mas ela muito fofa falou dele pras tias.
família da Luna
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Essas crianças…

Minha mãe diz que passou algumas “vergonhas” comigo, acho que todos os pais passam por uma situação embaraçosa por conta da ingenuidade das crianças. Uma vez, esperando a visita da minha madrinha em casa, que era toda chique, ela arrumou a casa toda, limpou e até tirou os forros das almofadas para lavar. Quando a visita chegou em casa, eu para agradar e puxar um saquinho, disse: “Madrinha, mamãe só lavou o forro das almofadas porque a senhora vinha aqui” e achei que estava elogiando as duas, mostrando o quanto minha mãe dava importância a ela, e o quanto ela realmente era querida. Outra vez, foi com o cara que substituiu a chefe dela. Quando começou a trabalhar, minha mãe que não foi muito com a cara dele, chegou em casa meio que reclamando e dizendo que o homem era velho. Depois de um tempo, se tornaram muito amigos tanto que íamos visitá-lo na casa dele em Barra Mansa-RJ frequentemente. Na primeira visita, eu solto assim que o conheci: ” Ah mãe, ele não é tão velho quanto você falou”.
Fiquei sempre com isso na cabeça imaginando as que eu iria passar ainda quando tivesse meus filhos, e ontem tive a primeira. Eu e luna no metrô, e um assento vago. Coloco ela lá ao lado de uma mulher, e fico em pé. Ela olha pra mulher, fica olhando, olhando, até que ela olha pra ela também e dá uma risadinha. Luna não titubeia : “My mommy seat here”. A moça nem acreditou estar ouvindo aquilo e perguntou, “what?” e ela então repetiu com toda firmeza. A mulher deu risada, enquanto eu já estava querendo enfiar a cabeça no buraco, mas alguém me salvou na hora certa, levantando do banco ao lado para descer na estação e a moça apenas mudou de lugar. UFA, ao menos já foi a estréia, agora é esperar pelas próximas e torcer para serem leves.

Ô papagaio…

Sergio e eu falamos palavrão, ele mais do que eu mas ele se expressa mais out loud do que eu também. Depois da Luna, combinamos que evitaríamos ao máximo essas palavras na presença dela, e olha, ele conseguiu diminuir MUITO! Grande progresso, quem o conhece sabe o quando isso seria difícil. Acho que pra mim foi mais fácil, por que não esbravejo tanto como ele, mas as vezes falamos coisas que nem percebemos.
Hoje, ao dar errado alguma coisa que eu estava fazendo, falei “saco” e isso eu já havia visto Luna falar uma vez. Hoje quando me ouviu, ela quis fazer um upgrade, e eu ouvi assustadérrima ela falando baixinho ” puta merda”.
– O que você falou filha?
Puta merda
– Quem fala assim?
– Papai
– Quando filha ?
Quando ta “blávo”
– Com quem?
Com o “patador”* – * computador
Well, é não dá pra ser perfeito, e é impressionante como isso deve ter acontecido pouquissimas vezes, o que é suficiente para ela assimilar, entender e repetir. Dá um medinho, pensar que ela olha tudo, o tempo todo, observa tudo que falamos e fazemos, e que fará igualzinho. MEDO.

Nana Nenê

Luninha varia bastante quando o assunto é dormir. Nesses 2 anos, ela já mudou a maneira de ir pro berço umas 4 vezes. Uma época ela está ótima, sem criar caso, outras está terrível. A última mudança foi que antes ela tomava o leite no meu colo, na poltrona já no escuro e quando acabava eu a colocava no berço, ela virava pro ladinho e dormia. Agora, ela quer que conte uma estória, deixe a mamadeira em cima do cavalinho (se colocar em outro lugar ela briga), quando acaba, fechamos o livro, ela reza no berço, e toma o leite sozinha (sem açúcar não faz mal pros dentinhos), apago a luz, coloco a música e dou boa noite. Estava funcionando lindamente, ela acabava a mamadeira, a colocava no cantinho do berço e dormia. Depois de um tempo, começou a forçar fazer cocô depois de um tempo que fechávamos a porta, assim ela teria uma razão para me chamar. Nisso, depois de trocar a fralda, fica arisca, não quer voltar pro berço. Com alguma conversa, ela voltava e dormia, mas agora, ela aprendeu a apelar MESMO, e tocar no meu ponto fraco, eu que sempre fui bem durona e a deixava chorar… a diferença é que antes, ela não falava. Agora é assim: “Mommy, eu tá aqui chorando sozinha no escuro” “Mooommmyyyyy, Mooommmyyyy, I chamando Mommy e Mommy não vem.” Então entro no quarto, e ela com aquela carinha linda, diz ” Tava chamando mommy, mommy num vem pega me, I ta sozinha Mommy” . A “durona” aqui abre a guarda, pega no colo e o estrago está feito. Vamos pra minha cama dormir lá e depois coloco no berço ou embalo na poltrona dela, o que é um problema, pois sempre que vou colocar no berço ela agarra minha mão.
Hoje, ela aprendeu mais uma. Quando chamou pra trocar o cocô, não quis voltar pro berço. Comecei a falar duro com ela, e ela disse, colocando a mãozinha na minha boca ” Mommy Mommy, não fica blava”. Derreti de novo, totalmente consciente de que estou quebrando tudo que consegui até agora, e que meu sonho de a Luna ir um dia sozinha pra cama dela que pretendo comprar, dando boa noite de livre e espontânea vontade, está cada vez mais longe.

As delicias do dia

Hoje Luninha ficou com a vovó em casa, matou “aula”.
Agora na hora de sair, ligo pra casa:
– Oi meu amor!
– Hi Mommy, dô di birriga
– Dor de barriga minha filha? mas você fez cocô?
– No, não saiu cocô
– ô tadinha,
– Fez xixi, na calxinha
– HAHAHAH tá bom filha, mamãe está indo embora ok?
– “És” I love you Mommy, muito muito muito muito
– Eu também meu amor!
– I love you this big Mommy!
(eu com o maior sorriso na cara que já consegui dar)
– Eu também filhota, this big big big
– Bye Mommy see you later!
E a mamãe já ganhou o dia, esqueceu das chateações e nem a chuva lá fora vai mais me incomodar. Vou pra casa, ver a coisa mais deliciosa desse mundo.
O vídeo do meu I LOVE YOU predileto.

a língua da Luna

A regra é essa: Luna fala inglês no daycare e português em casa. Parece fácil, mas até a gente se confunde. Ela, nós sabemos, vai tirar de letra, falando inglês com um sotaque totalmente local, nada influenciado pelo nosso, e isso já percebemos desde agora.
Antes, há uns 2 meses atras, ela falava em português tudo que aprendia conosco e em inglês tudo que aprendia no daycare. Tenho agora, percebido uma mudança, as palavras que ela usava em Português estão sendo substituídas. Sempre que ela me chamava, era “Mommy vem”, agora é “Mommy come here”. Nós, que devemos falar sempre nossa língua com ela, sem querer, acabamos falando algumas coisas em inglês sem perceber, e imediatamente nos corrigimos e repetimos em português. Não sei direito porque nós fazemos isso, acredito que seja porque inconscientemente, achamos que ela vai entender mais se falarmos como ela está acostumada a ouvir na escola.
É bem interessante todo esse processo e está engraçado a mistura que ela faz com as duas línguas. Às vezes chama papai, as vezes fala daddy. Ouvimos “papá,” e ouvimos “food”. Hoje mesmo, pela primeira vez, escutei ela dizendo “hungry”, antes era apenas “fome”. Estamos percebendo nesse momento, que ela está realmente deixando o inglês predominar, portanto, da nossa parte, o esforço deverá ser dobrado, para falar cada vez mais a nossa querida e amada língua para que ela fique gravada naquela cabecinha linda. A mistura que mais gosto de ouvir é: ” Mamãe I love you muito, muito, muito ”

I LOVE YOU

Estou preparando um post para falar da maneira que a Luna vem aprendendo as duas línguas, prometo que essa semana eu coloco! Hoje vim rapidinho pra registrar um momento muito fofo.
Esses dias ela começou finalmente a se irritar com o excesso de beijos que dou. Na rua, indo pro daycare ela me diz: “Mãe, chega de beijo. I love you “. Ok, entendi o recado, pra cobrir a carência da mamãe, ela nega o beijo, mas consola com o “I Love You”.
Hoje, no quarto, estávamos eu e Sergio sentados no chão brincando com a figurinha, quando comecei a pedir beijo. Ela disse “no kiss”, olhou pro pai e tascou-lhe um beijo. SAFADA, e ainda olhou pra mim e deu risada. Fui me levantando pra sair, ela nos surpreendeu, abrindo os braços, abraçando os dois ao mesmo tempo, e disse: “I Looooove you!!!”
Nessas horas que a gente pensa que acordar mais cedo e todo o trabalho extra, não é nada perto do sentimento que toma conta da gente, enche o coração de alegria e de orgulho de um toquinho de 2 anos, 90 cm e 13 kilos que tem o poder de nos deixar totalmente embasbacados e babando feito bobos.

Glub Glub

Nessa fase da Luna, a possessividade está a mil, e então o que ela mais ouve é que tem que dividir os brinquedos (em inglês, share), comidinhas e etc. Dia desses quando a tia ia chegar, a mamãe fez a pergunta de sempre:
– Filha, a Luna é de quem?
– Da titia
– O QUÊ???? da titia???????
Share mamãe, you have to share...
Ok, engole essa mamãe.

Luna e o Brasil

Fico pensando o que a Luna acha que é o Brasil. Ela já conhece a bandeira, que mostrei UMA vez nas havaianas dela, e em qualquer lugar que esteja, quando vê, ela fala na maior alegria: “Basíl!”. Ontem eu usava uma camiseta com a bandeira estilizada, ou seja traços soltos bem diferente do que ela está acostumada a ver, e sem o preenchimento das cores, apenas contornos, mas na hora ela viu e reconheceu: “Basíl”. Hoje ao pega-la no berço de manhã, olhou pro meu pijama e disse: “Cade Basil? sumiu” .
Ela sabe também que as pessoas legais que ela adora, estão no “Básil”, por exemplo, quando a minha irmã vem, ela nem quer saber de mim, gruda nela e até na hora de dormir, é a tia que tem que colocar no berço, tem também que dar comida e trocar a fralda (a mãe agradece apesar de ser ciumenta). Quando titia vai embora, eu pergunto “Cadê a titia?” ela logo diz: “Licópto, Basíl”. Quando o padrinho foi embora, quando o tio foi embora, sempre ela diz o mesmo, que foram de Helicóptero para o Brasil, junto com a Vovó, o Caíque e a Mei-Mei (sharpei da minha irmã). Então digo que ela é “family sick” a família está longe, ela sente saudades e quando eles chegam ela se derrete, gruda. Entende bem quando vão embora, simples e sem drama como o “Licópto e Basíl” e acabou a história. Mas mais simples ainda que isso, foi um dia ela saindo com o pai e eu perguntei:
– Filha aonde você vai?
– No metô
– No metrô? Ah tá, mas você vai aonde de metrô?
– Basíl!
Ah, quem me dera que fosse tão simples assim…

O terrível 2

Recebi a primeira “reclamação” da Luna no daycare hahahaha. Cheguei ontem lá e uma das professoras veio me dizer que colocou a Luna em uma cadeirinha pra se acalmar (depois de terem conversado e explicado que ela não deveria fazer isso) por 2 minutos, pois ela estava empurrando as crianças, jogando os brinquedos no chão e tudo isso fazia e olhava pra elas. O mais engraçado é ela dizer que depois que a Luna fez 2 anos, ela virou outra menina, e eu tinha percebido a mesma coisa, que depois dos 2 anos ela virou uma capetinha. A energia parece ter dobrado, e a vontade de fazer o que sabe que não pode também.
Na conversa com a professora, ela instruiu eu fazer o mesmo em casa, pra manter a consistência. Quando ela ficar impossível, coloca ela na cadeirinha e acalma. O mais importante é manter a consistência e manter a palavra, senão perdemos a moral. Se você diz que ela não pode fazer algo, e que se fizer de novo vai ter alguma conseqüência, seja ela qual for, a conseqüência tem que acontecer, senão vira baderna, ela saberá que poderá fazer que no fim a mãe vai liberar e aí acabou tudo, já era. Pior é que isso na verdade, não é só com criança, é com tudo. Se você não coloca limites nas pessoas e não exerce o que diz que vai fazer, perde a moral, e aí vai ser assim pra sempre.
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