Uma grande perda.

A Iza tinha um grande coração, o maior que eu já conheci. Me lembro desde pequena daquela figura brava, aqui na frente da janela do meu quarto, brigando com a minha avó que me colocava sentada na janela – “Essa menina vai cair daí!”. A Iza brigava, adora dar uma bronca, adorava cuidar, se preocupar. Sem ao menos imaginar o quanto eu participaria da sua vida no futuro, sua primeira preocupação comigo foi essa da janela quando eu devia ter meus 6 anos.
Ela foi a pessoa que cuidou do Sergio desde que ele nasceu e o amava como um filho. Era uma pessoa muito popular no bairro, todos a conheciam, falava alto, voz forte. Aliás, era toda forte, ajudava a quem fosse preciso sem pestanejar. Aquela aparência de brava era apenas uma casca, era a pessoa mais generosa que eu conheci em toda a minha vida. Tivemos nossos arranca rabos, vários aliás, principalmente quando comecei a fazer parte da sua família. Ela me recebeu de braços abertos e me amou, isso eu tenho certeza. Eu era pra ela a pessoa que fazia seu filho feliz, mas não somente isso, fui sua companheira por alguns anos quando moramos juntas. Ela comprava pãozinho pra mim na padaria quase toda manhã, reclamaaaaava sempre, ela adora reclamar, mas fazia com o maior prazer do mundo. Sua batata frita era inesquecível, seu pudim de leite então, maravilhoso, quando queria nos agradar, ela nos recebia no jantar com essas surpresas. Quantas vezes na praia ou em casa ela matava meu desejo (às vezes tarde da noite) de comer batata frita, quando eu suspirava pensando nelas. Claro, precisava dar a reclamadinha básica, era sua marca registrada, mas fazia com gosto. Era só eu mostrar minha vontade pra ela dizer: “AAAAAAAAAH eu que não vou fazer batata frita essa hora não, tá louca?” e eu nem ao menos pedi… mas ela levantava e ia fazer.
Que saudades iremos sentir das suas broncas Iza, broncas de mãe, que muitas vezes era só para chamar a nossa atenção. Sem falar das suas cartinhas que sempre chegavam até nós, fosse pelo correio, pela mão de alguém que ia pra NY, elas não podiam faltar. Cartões de Natal, ela não deixava de mandar nenhum, um pra mim e um pro Sé, separado. Assim eu me sentia ainda mais especial.
A Iza ajudava a todos, sem medir esforços. A melhor frase pra definir sua jornada aqui é ” uma pessoa que viveu para se dedicar aos outros” sempre. Ela mesmo com sua idade já avançada, foi a pessoa que veio socorrer meu pai, e eu serei grata a ela por isso até o fim da minha vida. Se não fosse a Iza ele teria ficado aqui sozinho, sem socorro. Ela era assim mesmo, a gente ligava e sabia que alí estava uma pessoa que poderíamos contar pro que der e vier. IZA IZA IZA, help! Lá vinha ela…
Uma coisa é certa, o que falei aqui não descreve nem metade do que foi a Izabel, eu precisaria de um dia inteiro para talvez poder homenagea-la e dizer tudo que tenho vontade. Somente quem a conheceu sabe a figura maravilhosa que ela era, mesmo sendo difícil as vezes, meio complicadinha, atrapalhada, enrolada, não se comparava ao que ela tinha de bom. Fazia amizade com todo mundo, em todos os lugares, se comunicava como ninguém.
Dedicação, entrega, cumplicidade, generosidade, amor verdadeiro, incondicional… IZABEL. Pra sempre.

EUA é aqui

Jajá a gente nem precisa mais ir pros EUA, estando em SP estaremos quase lá. Tudo escrito em inglês, as lanchonetes Apple Bee’s, Burguer King, e o café Starbucks. Enquanto nós que moramos lá, queremos comer a nossa maravilhosa comida, tomar nosso magnífico café. Incrível.
As vitrines dos shoppings cada vez mais aderem ao inglês para se mostraem modernas e de alto nível. Péssimo, deveria ser proibido. Como pode a geladeira que minha mãe comprou AQUI no Brasil estar tudo escrito em inglês? Como ela iria saber que na gaveta “Extra Cold” é onde ela deveria guardar as coisas que precisam de mais refrigeração? E a embalagem do presente da Casa das Cuecas? onde você deve abrir está escrito “open”. NAO NAO NAO, isto não pode estar certo. Nos EUA já não é certo tanta coisa escrito em espanhol e chinês, mas ao menos há uma razão “lógica” devido ao alto índice de pessoas que só falam essa língua. Mas aqui? quantos americanos morando aqui? É só firula mesmo, essa mania horrível de brasileiro achar que tudo que é americano é de melhor qualidade, e dá status. Quando iremos perder esse complexo de inferioridade, e ver que o que está “in” hoje é abrasileirar!

foto 1 – Não podia ser “cuidados naturais” ou algo do gênero?
foto 2 – Só faltava ser em Fahrenheit

foto 3 – Os emprendimentos imobiliários são os campeões
foto 4- “Centro Automotivo” iria bem

A maternidade

Hoje depois de 2 meses com a Luna, com nossa rotina estabelecida, conhecendo ela melhor, acostumada ao seu ritmo, me sinto preparada para fazer um balanço de tudo até agora.
A primeira coisa que vi e aprendi é que MUITAS, INÚMERAS mães passam por muita coisa e preferem esconder, apenas dizer que está tudo ótimo, lindo e maravilhoso. Seja por medo, vergonha ou a mais comum das razões: a culpa.
Antes da Luna nascer eu achava meio exagerado o que diziam sobre a mudança que o primeiro filho trazia na nossa vida, o cansaço, o trabalho. Hoje vejo que nada era exagero, o que muda realmente é como a GENTE leva a vida antes dela nascer, e como queremos levar isso depois. A maneira com que eu encaro uma noite mal dormida, é completamente diferente de uma amiga, eu deixar de ir ao cinema e a um jantar pode abalar muito menos a minha vida do que abalaria a de qualquer outra pessoa. Aí é que mora a diferença.
No MEU ponto de vista, hoje digo que achei difícil. É realmente uma grande mudança, medo, insegurança. O mais legal e bonito é dizer que tudo foi lindo maravilhoso e que tudo vale a pena. Mas eu sempre gosto de dizer o que eu realmente sinto, não consigo dizer “está td bem” quando estou me sentindo péssima.
As primeiras semanas com a Luna, me trouxeram muitos momentos e sentimentos contraditórios. Era uma emoção enorme por te-la em meus braços, mas ao mesmo tempo, eu sentia uma vontade enorme de ter minha vida de volta. Chorei inúmeras vezes sozinha com a Luana (dog) nos meus passeios noturnos, questionei muito se era a hora certa, me arrependi em alguns momentos, e em outros tinha toda certeza e amor do mundo pela Luna. Aquela culpa por não estar sentindo aquela “alegria” como as outras mães descreviam, por não conseguir amamentar, por não me sacrificar ao máximo e aguentar toda a dor no bico do seio pela minha filha, misturado com as dores que fiquei sentindo após o parto e as madrugadas acordada me deram dias de muita frustração. Nas primeiras semanas eu me via às 4 da tarde ainda de pijama e nem me lembrava se havia escovado os dentes. É um momento de total aprendizado, que você também precisa de cuidados e descanço, mas só tem uma atenção na casa: o bebê.
Depois da Luna, eu compreendo perfeitamente porque muitos casamentos que não são sólidos, acabam. É preciso muita compreensão e companheirismo para que esse momento difícil não abale um casamento. Também hoje compreendo muito bem o casal que opta por não ter filhos, pois realmente você precisa estar preparado e aberto a esse tipo de mudança, suas prioridades mudam, seu ritmo, sua rotina e até seus assuntos no blog! Se você não está disposto a abrir mão de algumas coisas e do seu modo de viver, cuidar de um filho por obrigação é a pior escolha. A melhor frase que ouvi até agora foi, “saiba que daqui pra frente você será mãe até seu último suspiro”, mas o mais gratificante é ver esse sorriso e pensar que tudo isso valeu a pena.

Brincadeiras de crianças

clique aqui Fico vendo a Luna e imaginando se a infância dela será gostosa como a minha. Lembro até hoje de muitas passagens, e devo dizer que sempre me lembro da companhia da minha irmã nas brincadeiras. Esse é um dos motivos que me levam a pensar no segundo filho, nada melhor do que ter com quem brincar sempre. Nas recordações estão as brincadeiras com bonequinhas de papel, que moravam dentro da revista Casa Claudia da minha mãe. Me recordo como se fosse hoje, como elas cabiam perfeitamente nas camas daquels quartos dos sonhos, subiam umas escadas de madeira daquelas mansões maravilhosas. Imaginação era o que não faltava nas nossas brincadeiras, e alguns elementos que nós desejávamos muito ter e não tínhamos, também eram presentes nas brincadeiras – como o elevador e cachorro.
O nosso prédio nunca teve elevador e eu não tinha cachorro. Uma das nossas brincadeiras era justamente eu morando no meu apto (quarto da minha mãe) e minha irmã no apto dela (nosso quarto). O elevador tão sonhado, ficava no box do banheiro, com um papel sulfite grudado e os andares desenhados neles. Quando ela tocava minha campainha, eu abria a porta com muito cuidado pro cachorro (um de pelúcia super duro) não escapar. Sem contar o visual, que era com sapatos de salto (minha mãe nem imaginava o que faziamos com seus sapatos) e os limões embaixo da camiseta e sutiã simulando os seios fartos! Os cabelos compridos, eram conseguidos pendurando uma calça de moleton na cabeça e as pernas das calças ficavam penduradas sobre os ombros. Que delicia! era muita imaginação para brincar de mocinhas perdidas no mar, imitar a novela “os ricos também choram” usar as gavetas da cama como escadas para o andar de cima do “sobrado”. Fora o vídeo game nas madrugadas acordadas (escondido da mãe) para acabar logo o Mario Bros.
Isso tudo durou praticamente até meus 12 ou 13 anos, para infelicidade da minha irmã que ainda tinha 9, no auge da sua infância, enquanto a irmã pré adolescente se achando a mais adulta de todas e que não podia mais gostar de bonecas. Me recordo de todos esses momentos até hoje com muita alegria e desejo que a Luna consiga aproveitar dessa forma criativa, fantasiosa e divertidíssima a sua infância, como nós há alguns “aninhos” atrás aproveitávamos a nossa.

TURISTAS

Tenho visto o bafafá que está acontecendo devido ao filme “Turistas” que vai estrear nos EUA essa semana. Lá vamos nós de novo com essa ladainha de que vai prejudicar o turismo no país e bla bla bla. Isso é filme, não um documentário ou programa jornalístico. Se fosse assim, vários filmes que existem com crimes no México, tráfico de drogas na Colômbia e etc. deveriam ser vetados também. E o que dizer de filmes onde pessoas são torturadas, que são feitos em Londres, USA, ou em outros países? Deveriam ser vetados pelo país não concordar que isso ocorra em seu terrítório? Isso é FILME, FICÇÃO. Se estamos preocupados em não denegrir nossa imagem, deveriamos é melhorar a segurança nas cidades e efetivamente não deixarmos que nem turista e nem cidadãos sejam assaltados na saída dos aeroportos. Quanta hipocrisia, não é violento mesmo? Então mexa-se pra mudar isso, assim quando fizerem um filme sobre o nosso país que fale de violência, a carapuça nao encaixa tão perfeitamente e aí a doerá menos.

Fotinhos

FOFISSIMA
Minha delicinha está crescendo super bem, fomos ao pediatra ontem e tudo dentro do esperado. Ainda estou na dúvida quanto à rotina dela, em alguns lugares leio que a troca de fralda deve ser depois das mamadas, outros dizem que deve ser feita antes. Alguns lugares dizem para NAO balançar no colo nenê antes de dormir, que ele deve dormir sozinho no berço, outros dizem que pode sim, mas deve-se coloca-lo no berço semi-acordado e não já dormindo, senão ele acostuma e não dormirá mais sem colo ou algo que o balance. Confesso que estou confusa quanto ao modo “correto” de fazer, é muita informação e várias contraditórias. Vou aguardar a próxima consulta ao pediatra, um que foi ultra indicado, e pedir sua opinião. Sei que, se deixo a Luna no berço para que ela adormeça sozinha, sem “niná-la”, ela chora, resmunga e eu não aguento deixá-la assim.
Alguém já leu o livro “Os segredos de uma encantadora de bebês”? Nele ela diz que não devemos deixa-los dormir após a mamadeira, seguindo o sistema E.A.S.Y; (eat, activity, sleep, you) ou seja, após mamadeira, ela deve fazer alguma atividade, e não dormir, como ela sempre faz, pois mamou, ela já está querendo dormir. Poucas vezes ela está alerta pra tal da activity. Segundo o E.A.S.Y., depois da activity aí sim, ela vai estar cansada e dormir, para então eu ter tempo de fazer minhas coisas (you). Pronto, bagunçou meu coreto isso, pois eu a fazia dormir depois de mamar. Banho após a mamada? Não soa meio esquisito? Eu estava dando banho e depois a mamada. A fralda, troca-se antes ou depois de mamar? Eu estava trocando antes, no livro fala depois, em outro livro, dizia antes, assim não desperta o bebê…. AI AI. Hoje foi o dia de fundir minha cuca. Voces mães, o que me dizem sobre a rotina do bebe? como vocês faziam?
Aqui vão o restante dessas fotos da minha lindinha, pois eu sinceramente não consigo selecionar as melhores pra botar na página. Reparem o brinquinho.
Vejam TODAS!

Pão Rápido

É simples e uma delícia esse pão, atendendo à pedidos, aqui vai a receita
1 garrafa de água (600ml)
2 ovos inteiros
1 xícara de óleo
1 xícara de açúcar
1 colher rasa de sal
4 tabletes de fermento para pão (60g)
1 kg de farinha de trigo
Bata no liquidificador os 6 ingredientes pela ordem. Coloque numa bacia e vá misturando a farinha com a colher de pau. Coloque em 3 formas médias tipo pão de forma, deixe crescer até dobrar de volume.
As formas devem ser untadas e enfarinhadas, pincele com gemas e leve para assar. passe óleo nos dedos para espalhar a massa na assadeira.

UPDATES DA LUNA

Minha bonequinha já fez 1 mês e meio, e já mudou bastante. Tomou a BCG, chorou muito, ai tadinha. Engraçado que os americanos não tem essa marca no braço que nós da america latina temos, isso porque eles não tomam a BCG. Marca exclusiva dos latinos.
Tomou hoje também a segunda dose da hepatite B e vamos aguardar os 2 meses para dar o restante. Como é duro ver a coitadinha chorando ao tomar a vacina, ainda mais hoje que foi o dia que ela também furou a orelha, e chorou bastante. Agora está LINDA de orelha furada. Assim que tiver fotos dela com o brinquinho eu coloco aqui. Por enquanto aqui vão algumas tiradas há uns dias atrás.
Estamos ainda na correria, muitas coisas pra resolver por aqui, não fosse a Mama ajudando ficaria impossível. Agora, depois de quase 2 meses, já me acostumei mais com a rotina da Luna, mas confesso que acordar de 3 em 3 horas toda noite, me cansa muito. Falo com muitas mães e muitas dizem que seus filhos começaram a dormir a noite toda após os 2, 3 meses. Algumas ainda acordam de madrugada com o bebê mais velho, 7, 8 meses. Acho que isso deve variar muito de bebê pra bebê e eu estou rezando pra Luna entender rápido a diferença entre noite e dia. Aprendi alguns truques na internet para que isso aconteça rápido, como dar banho à noite, deixar claro o quarto durante o dia para que o bebê saiba que é dia. Vamos ver se funciona, até lá vou acordando, ficando cheia de olheiras e bocejando durante o dia! Mas ela merece!
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back in sampa

Lar doce lar! back in Sampa e algumas constatacoes rapidas:
– vou engordar, essa comida eh fantastica
– quantos edificios residenciais sendo construidos!
– a Luana nao gosta de passear aqui nas ruas, sai, faz xixi e quer voltar.
– os precos de tudo estao ABSURDAMENTE altos
– consigo ter uma vida bem melhor com meu salario nos EUA do que aqui.
– eu amo ter carro de novo
– como as pessoas sao simpaticas!
– nada melhor do que falar portugues
– nada pior do que ter medo de ser assaltada a cada farol, e quando chegar em casa, dar gracas a deus.