Vocês assistiram ao Fantástico nesse Domingo? Especificamente o quadro da Regina Casé, que fala com as crianças sobre quem é rico, e quem é pobre?
Em uma reportagem apenas, vários sentimentos. Ternura, piedade, tristeza, conformismo e no fim, me faz pensar, o que realmente nos faz feliz? Será que existe alguém nesse mundo 100% satisfeito com a vida que leva? Ou somente essas crianças, que ainda não tiveram tempo de se deixar abater pela diferença e ainda conseguem ser felizes, mesmo sabendo que muitos tem bem mais, vivem muito melhor e se conformando que aquele foi o destino traçado pra elas?
“Como você sabe que alguém é rico?” pergunta Regina à uma criança negra, e a resposta “Eu acho que eles são ricos, porque eles são brancos”. Puxa dói ouvir isso… mas logo depois você compensa esse sentimento com mais uma criança que mora na favela, dizendo que é pobre, mas ainda assim, se sente muito feliz. Adorei a reportagem, as crianças colocando o ponto de vista delas, e uma mais engraçadinha que a outra. Me apaixonei por uma que falava das meninas ricas “mitidaxxx” (sotaque super carioca). Uma graça de menina, falando o que é uma menina rica pra ela, que usa um pijaminha cheio de negocinhos, tem uma mesa de café da manhã enorme, e vai ao shopping comprar roupas todos os dias. No fundo, aquele era o sonho dela… ser como a menina rica e metida, mas sem ser metida :-). Uma graça, fiquei encantada, fico imaginando que se eu estivesse ali no lugar da Regina, com as condições financeiras que ela tem, eu “adotaria” aquela menininha pra mim. Ajudaria a pagar a sua escola, sua faculdade, pra que um dia ela pudesse também ser “mitida”, com uma mesa de café da manhã enorme e que pudesse comprar suas roupas no shopping. O sorriso dela me encantou, de verdade.
Adorei também o surfistinha, que pra ser feliz, precisava apenas de uma prancha amarela, e na maior inocência, disse que não precisava de mais dinheiro do que já tinha. O que o pai ganhava dava para sustentar a família. Ótima reportagem, a Regina pra variar, maravilhosa, e seus entrevistados, mais ainda.
Pena é ver a dura realidade do nosso povo, com essa enorme diferença entre as classes sociais. O que me confortou foi ver que nem com essa pobreza, essas crianças perderam a inocência, a graça, o sorriso no rosto. Aliás sorriram muito mais do que o menininho rico, que estava fazendo compras em uma joalheria. Isso, nenhum dinheiro compra.