KATRINA, O NOVO TERRORISTA

Nós sempre vemos essas tragédias na TV, terrorismo, furacões, tsunamis, que a cada nova que aparece, nem nos assustamos mais. Pô, é normal num furacão as casas serem destruídas, pessoas largarem suas casas, enchentes… Aí você para pra refletir um pouco, e se imaginar nessa situação que normalmente está sempre longe da gente, até agora.

Eu fiquei imaginando, o que seria eu ter que deixar minha casa assim, sem poder pensar muito, rápido, deixando pra trás tudo que eu tenho. Tudo que trabalhei pra comprar, que me apeguei, que preciso. Imaginei a cena, eu pegando apenas meus documentos e a Luana e indo embora. Sabendo que minhas roupas, minha cama, meu computador, meus livros, minhas fotos, minha máquina, tudo meu, vai embora. Que recomeçarei do ZERO, um zero mesmo, pior de quando você nasce, pois quando chegamos aqui na terra, já temos um quarto, um lugar onde dormir, uma roupinha, alguém pra dar banho. E não é questão de se apegar à coisas materiais, é simplesmente destruir tudo o que você construiu na vida. Temos que agradecer por estar vivos, claro, mas somente vivos, nem sempre é o suficiente para apagar esse sentimento e experiência.

Depois de tudo isso, ainda ter que enfrentar uma cidade em caos, alagada, tudo fechado… E pra comer, tomar água, obter remédios, você tem que fazer como antigamente, sair à caça. Algo assim, bem primata mesmo, sem lenço e sem documento. Pior ainda deve ser para quem tem casa própria e não vive de aluguel. Seu maior bem, que talvez você ainda nem tenha pago, acabou. A sensação de estar desabrigado, vivendo em um lugar onde não tem nada seu, e ainda não saber quando você poderá voltar e ver o que sobrou, se sobrou e como fazer para reconstruir sua vida.

É claro que não deixei de imaginar os animais de estimação, que muita gente deixou pra trás. Eu acho que não conseguiria deixar a Luana. Já seria demais sair e deixar minha casa, mas a minha cachorra… Eu já imagino a cena, tendo que evacuar e eu agarrada ao portão, sem querer ir embora. Consigo entender perfeitamente as pessoas que se recusam a sair.

Agora é torcer para que tudo acabe da melhor maneira, que as pessoas consigam retornar aos lares, e que ainda consigam recuperar alguma coisa, ou ao menos a esperança. E que reconstruam logo New Orleans, que eu morro de vontade de conhecer, do jeitinho que ela era.

A AMIGUINHA…

Lembram que eu disse que a Luana ia ganhar uma amiguinha? Pois é, ela ganhou, ainda não se conhecem, mas quando formos ao Brasil ela vai conhecer a EMILY. Ela é uma gracinha, quando vi os vídeos e as fotos, fiquei morrendo de vontade de comprar mais um westie. Essa raça é demais, sou apaixonada. Mais do que o cachorrinho lindo do IG, eles são carinhosos, alegres, brincalhões, bem humorados e cativantes! Eu fico aqui só vendo a Emily, e me mordo de vontade de beijar aquela coisa linda, a barriguinha rosa, e os olhinhos de jabuticaba. Pena que quando eu for ao Brasil, ela já não mais será desse tamanho, uma pulguinha serelepe.


Veja a pecinha que vem por aí… E pra quem diz que cachorro não sonha, vejam que coisa linda ela dormindo e sonhando.
Latindo
Dormindo

CONSOLANDO

Vamos lá, essa é para quem como eu, não pode ir ao Brasil passar as festas de final de ano. Claro que tem o lado bom de ir visitar nessa época, mas nós que ficamos aqui precisamos ver o lado ruim. 🙂

** As passagens são bem mais caras.

** O Aeroporto fica um inferno, você corre um sério risco de não embarcar se não chegar com umas 4-5 horas de antecedência.

** Não dá pra aproveitar direito, pois final de ano fica aquela correria aos shoppings, pra comprar presente de Natal. Quando vc percebe já está na hora de voltar e você perdeu mais tempo no shopping do que fazendo outras coisas.

** Os shoppings ficam lotadíssimos, é um saco achar estacionamento.

** Você gasta mais $$ pois tem que comprar presentes pra todo mundo.

** Muitos amigos viajam, você acaba não vendo todos que gostaria.

Ok, me convenci. Vou ficar no frio mesmo, vendo a neve que não vi no ano passado, curtindo um Natal meio solitário, jantando fora, trocando presentes com o Sergio e com a Lulu.

FESTIVAL DE CINEMA

Já foram ver o filme 2046, o mais comentado filme chinês do momento? Eu confesso que dormi, mas não porque o filme era ruim, é que eu estava realmente morta de sono (nem preciso estar tão morta pra dormir no cinema, mas enfim…). O Sergio viu e amou. Bem diferente, doido, exótico.

Mas estou aqui pra falar do festival de cinema que começa dia 18 de agosto, LaCinemaFe. São vários filmes, não olhei todos mas tem filmes brasileiros e mais alguns latinos. Para quem perdeu o MARAVILHOSO “Cazuza, o tempo não pára”, aproveite. Dia 22 de Agosto, num horário meio ingrato, às 3:00PM.

ATENDENDO A PEDIDOS…

Aqui vai a Luana. Essas fotos fiz há um tempo atrás querendo pegar os detalhes das coisas que mais gosto nela. Não é a própria Gisele Bundchen? Essa outra foto ela estava no closet comigo, eu arrumando as roupas e ela simplesmente entrou, e deitou em cima delas. A coitadinha está morrendo com esse calor, resolvi comprar uma caminha, a “cool bed” que resfria, deixando o cachorro mais fresquinho. Comecei a testar hoje, vamos ver se funciona.



UMA LETRA

Eu adoro essa música, aliás Roberto Carlos me traz lembranças maravilhosas da minha infância, aquela época que apenas nossos pais eram nossos “donos” tomavam decisões por nós e eram nossos únicos heróis. Não pensávamos nesses problemas, tudo era lindo, o céu azul, o mar era limpo. Pelo menos pra gente, era. Mais de 20 anos depois, tudo piorou. E a música ainda continua atual.

Lembro das viagens de carro para o Nordeste, Roberto e Caetano tocando no carro e eu e minha irmã deitada no colchão, o carro deitava o banco, e assim íamos os 3 dias de estrada. Ouvindo Roberto, dormindo, acordando, dando tchau para os motoristas que vinham logo atrás, contando placas de carros, parando pra comer, jogando baralho,ludo, dormindo, dormindo… Que saudades! Essa letra é maravilhosa e faz parte daquele momento, e desse momento, mais do que nunca.

Eu queria poder afagar
Uma fera terrível
Eu queria poder transformar
Tanta coisa impossível
Eu queria dizer tanta coisa
Que pudesse fazer eu ficar bem comigo
Eu queria poder abraçar
Meu maior inimigo
Eu queria não ver tantas nuvens
Escuras nos ares
Navegar sem achar tantas manchas
De óleo nos mares
E as baleias desaparecendo
Por falta de escrúpulos comerciais
Eu queria ser civilizado como os animais
Eu queria não ver todo o verde
Da terra morrendo
E das águas dos rios os peixes
Desaparecendo
Eu queria gritar que esse tal de ouro negro
Não passa de um negro veneno
E sabemos que por tudo isso
Vivemos bem menos
Eu nao posso aceitar certas coisas
Que eu não entendo
O comércio das armas de guerra
Da morte vivendo
Eu queria falar de alegria
Ao invés de tristeza
Mas não sou capaz
Eu queria ser civilizado como os animais

Não sou contra o progresso
Mas apelo pro bom senso
Um erro não conserta o outro
Isso é o que eu penso

By Roberto Carlos

UFA

Essa semana estamos mudando no escritório para uma nova sala. É muita coisa para arrumar, jogar fora, vender… e estou “so freaking tired”. Falta ainda mais tempo do pouco que tinha. Por isso se eu demorar pra escrever, não estranhem, é apenas cansaço e falta de tempo mesmo.

Notinha: em Ny não é permitido sentar nas escadas dos parques, muretas, nem nas escadas do metrô, você pode levar uma multa. Sim, o policial vem, lhe dá uma multa e se vc não pagar, já viu. Li no jornal que uma mulher grávida estava sentada no degrau aguardando o metrô, quando o policial veio e aplicou a multa. Covardia né. Afinal os assentos nas estações são poucos. Hoje, meu amigo estava descansando antes de ir pro trabalho, em uma muretinha na Union Square. Foi acordado por um policial, que o revistou, olhou a bolsa, disse que alí não era permitido deitar, somente na grama. Foi bonzinho, não aplicou a multa, mas deixou avisado. E ainda pra piorar, perguntou se ele precisava de abrigo… o confundiu com um homeless. Ninguém merece né?

O TEMPO

Com toda a evolução e tecnologia, esqueceram de aumentar as horas do dia, 24 horas não é mais o suficiente. Sempre inventam algo novo para economizar nosso tempo, mas sempre acabamos fazendo mais e mais coisas ao invés de não fazer nada pois a tecnologia está aí, e não precisamos mais lavar roupa no tanque, lavar louça na mão, passar aspirador e etc… (aquele aspirador que faz tudo sozinho é o máximo)

A internet economiza nosso tempo em pesquisas, que antes se fazia na biblioteca, ou comprávamos mais livros e revistas. Mas em compensação, essa facilidade nos faz pesquisar mais e mais, conversar com os amigos, fazer blog, fotolog, orkut, responder emails e num piscar de olhos, 1 hora passa como um raio.

Eu precisava no mínimo de umas 6 horas a mais no meu dia para fazer as coisas que quero e preciso. Tempo para trabalhar sempre temos, mas depois, o restinho que sobra, temos que dividir entre fazer janta, arrumar a casa (empregada aqui, nem pensar) dar atenção para os filhos (ou cachorros), ver os emails, responder, procurar na internet isso ou aquilo, dar atenção ao marido, tomar banho, sair com o cachorrinho pra passear, ver televisão, lixar a unha, passar um creme, ler um livro e outras cositas mais. Será que só 6 horas seriam o suficiente?

Eu nem me atrevo mais a fazer comida, senão aí é que não tenho tempo mesmo, o que me salva são as sopas da Campbell’s. Quem consegue ter uma boa alimentação com essa correria e vivendo nos EUA, onde o que é mais fácil de achar é hamburguer e batata frita?

Que saudades da época da escola, que o tempo que eu tinha era somente pra estudar, sair com as amigas e conseguia dormir antes das 11:00 da noite. Eu ainda reclamava… “que saco estudar e fazer provas, não vejo a hora de virar adulta, trabalhar, casar…”. Santa ingenuidade! Achava que era charminho dos meus pais quando diziam que a melhor época da nossa vida era aquela. Os pais são sábios mesmo, eu deveria ter acreditado!

PERIGO NO METRÔ

Hoje no caminho pra casa, estávamos descendo as escadas do metrô quando ouvimos uns gritos. A princípio pensei que fossem ratos subindo na plataforma, mas logo achei muito exagerado, e a primeira coisa que veio na cabeça foi terrorismo. O trem buzinando forte, pessoas gritando e subindo a escada de volta, eu nem me atrevi a descer. O Sérgio que estava mais pra baixo, me chamou, era um homeless que tinha caído no trilho do trem.

Eu como uma boa curiosa fui “investigar” o caso, enquanto o Sérgio de longe observava tudo. O que aconteceu foi que o cara estava bêbado e quando o trem vinha vindo ele caiu de repente. Ninguém soube dizer se ele se jogou ou caiu pelo efeito do álcool, mas o fato é que ele caiu quase na entrada do túnel, e o trem conseguiu frear, o que é raro, normalmente não dá tempo e eles passam por cima. No desespero de ver o trem vindo, o homem caído com a cabeça sangrando, um rapaz pulou no trilho junto com um policial para salvar a vida dele. Um ato de muita coragem e solidadriedade, pois eles tiveram muita sorte que o trem conseguiu parar, senão iam embora os 3.

Isso me fez pensar que nunca mais irei ficar na plataforma perto do trilho. Já pensou se tenho um piripaque de repente e caio lá dentro? Eu já tive convulsão uma vez, quem me garante que qualquer um não possa ter, estando alí na beiradinha da plataforma?

Certas coisas a gente só percebe quando acontecem conosco, ou muito perto.