Efeito São Paulo

Como São Paulo muda os ânimos e ritmos. Dá vontade de tudo, de comprar roupas, de se arrumar, de sair, beber uma boa cervejinha, que fico até sem tempo pra escrever no blog. Aqui perco mais tempo no trânsito, chego em casa bem mais tarde do que eu chegava em NY. Percebo muitas construções, prédios e mais prédios, praças, não vejo, que pena. As poucas praças que tem, são mal cuidadas, abandonadas. Uma nova ponte pra desafogar o trânsito aqui perto do Morumbi, aliás, que trânsito infernal, cada dia pior. E os preços? Tudo muito caro, cinema , comida, roupa. Até o sapateiro está ficando caro… Mas como eu amo a minha cidade. Boas lembranças, saudades de tempos que não voltam. Familiaridade com tantas coisas, aproveitando a simpatia das pessoas, almoçando fora do escritório com os colegas de trabalho num clima que nunca consegui reproduzir em NY. Como é dificil essa dualidade de sentimentos. Ou NY ou SP poderia ser muito ruim, aí minha vida e escolhas seriam tão mais fáceis…

Nham Nham!

Como estou comendo bem… roteiros gastronômicos de primeira (nada econômicos). O que tem de deliciosa, tem de cara essas comidas magníficas. Mas uma vez ao ano, eu mereço. Não é fácil comer todo dia e sentir que não comeu o que estava desejando.
Trindade, restaurante português na rua Amauri, magnífico. Comi um bacalhau maravilhoso, e uma sobremesa de tirar o fôlego. Semana seguinte, Carlota em Higienópolis, o filé mignon ao vinho do porto com risoto de figos, é irresistível, mas cedi a tentação, para poder provar algo diferente dessa vez, e fui de Haddock, batatinhas com creme azedo e dill com purê de maçã. Ai Ai… sem palavras, dá até desânimo de voltar pra NY e começar o martírio gastronômico novamente.

1 ano!

Um dos principais motivos da nossa vinda ao Brasil foi a festinha de 1 ano da Luna. Não podíamos deixar de comemorar essa data tão especial longe dos parentes e amigos. E foi tudo perfeito. Desde o clima que ajudou, estava bem quentinho e ela usou a roupa planejada, até a presença de 90% dos convidados, o local, a diversão e a comida. DEMAIS. Fiquei EXTREMAMENTE feliz e realizada, e olha que pra me satisfazer assim, não é fácil. Luna se comportou perfeitamente, super sociável, foi no colo de todos. Se divertiu com seu primeiro brigadeiro, esmagando dois nas mãos, bateu palminhas na hora do parabéns e se deliciou com seu primeiro pirulito.
Muitas crianças, a equipe que organizou a festa foi nota dez, e o principal foi que todos se divertiram, adultos e crianças. Mais delícia que a festa, só a Luna mesmo.
Veja as fotos

Com que roupa eu vou?

Tenho recebidos diversos emails de pessoas me perguntando sobre que roupa levar pra NY em certo período do ano. Como estou sem tempo de responder a todos, pois estou indo pro Brasil (YES!) vou fazer um post que fica pra consultas futuras.
NY é bem mais estável que São Paulo em relação ao clima. Eu que estou indo agora pra lá, tenho que levar sempre roupa de frio e de calor. Não da pra saber quanto frio vai fazer, nem quanto calor também. Aqui, as estações são mais definidas, e consequentemente o planejamento fica mais fácil. Acho também, que apesar de o verão durar pouco, ele cansa mais do que em SP, pois verão aqui é QUENTE MESMO, praticamente todos os dias. Em SP sempre tem o dia que chove e esfria no meio do verão, pra nos fazer ter saudade do sol novamente. Por mim já esta mesmo na hora do verão ir se afastando, já deu, ainda mais que aqui não tem uma praia decente pra gente pra ir. Também não é nada mole o calor infernal que sofremos todos os dias nas estações “forníferas” do metrô. Fora que viver de ar condicionado, acaba com as economias.
Um guia rápido de o que colocar na mala para passar alguns dias na big apple:
Primavera: 21 Março a 20 de Junho
Março ainda faz frio. Traga um belo casaco, bem quentinho e algumas blusas de lã.
Abril quase a mesma coisa, com uma leve alta na temperatura.
Junho começa a esquentar, não precisa o casacão de março, mas eu diria (como uma grande friorenta que sou) para que traga algumas blusinhas mais quentinhas e a velha e boa jaqueta jeans. Uma blusinha de lã não ocuparia muito espaço na mala né? Só pra prevenir.
Verão: 21 de Junho a 22 de Setembro (Luna’s Birthday)
Julho, auge do verão, eu traria camisetas, bermudas, 1 calça jeans e umas 2 blusas de malha de manga comprida. Um casaquinho leve caso São Pedro esteja de mal humor, ou pros neuróticos que controlam o ar condicionado dentro do metrô.
Agosto, idem a Julho.
Setembro no início, ainda é quentinho, já no meio começa aquela brisa que arrepia os pelinhos do braço. Traga a mesma roupa de Junho.
Outono: 23 Setembro a 21 de Dezembro
Outubro, traga a mesma roupa de Abril.
Novembro, a mesma roupa de Março, adicionando meia calça de lã pra botar por baixo da calça.
Dezembro: Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrru. Blusas de lã, blusas de malha fininha pra colocar embaixo da blusa de lã, luva, gorro, cachecol, meias de lã. Um sobretudo bem potente, de preferencia preto, que dá pra usar o mesmo, todos os dias.
Inverno: 22 de Dezembro a 20 de março
Mantenha a roupa de Dezembro para todo esse período!
Ah e para todas as estações do ano, não esqueça dos óculos escuros, pois NY sempre nos presenteia com céu azul, e sol brilhando, sem nenhuma nuvem para fazer uma sombrinha.

Tempo que não volta…

Estava vendo esse vídeo agorinha na TV, putz que saudades me deu dos anos 80!!! Menos preocupação, mais diversão, mais magia, menos violência, mais inocência, mais esperança.

Em apenas uma palavra:
anos 60 – revolução
anos 70 – libertinagem
anos 80 – over
anos 90 – dance
anos dois mil – ainda não se descobriu

Enfim, uma batidinha

Bater o carro esta na lista de uma das coisas mais chatas que tem. Além de normalmente você perder o dia todo entre discussão, B.O, etc, fica aquele festival de “se’s” na cabeça. Se eu não tivesse parado tão rápido, se eu tivesse vindo pelo outro caminho, se eu não estivesse no celular. Todas as vezes que bati o carro, ficava com aquele peso, pensando como foi, como poderia ter evitado, que por questão de segundos eu poderia ter mudado a história e nada teria acontecido. Depois a encheção de vistoria, franquia, oficina. Da-lhe ficar sem carro durante um tempo, depois ver que o serviço ficou mal feito, volta pra oficina, reclama se estressa. PUTZ! Toda vez que vejo uma batida, penso que desse mal estou livre, pelo menos aqui em NY! Hoje teve uma aqui na esquina de casa. Só ouvi a freada forte e a porrada depois. Dois carros envolvidos, e depois de umas 3 horas, outra freada, outra batida. Parece coisa de filme, mas foram 2 ocorrências diferentes no mesmo local, sendo que na segunda, os carros da primeira ainda estavam lá.
DSC_1839.jpg O americano dirige muito mal. Sei que não é legal generalizar, mas nesse caso, não posso evitar, pois eu vejo TANTA barbeiragem, tantos absurdos. Eles batem no carro da frente pra sair de uma vaga, dão ré batem no de trás. Pra estacionar, é outro bate bate e ainda sobe na calçada, não bastando tanta abobrinha junta, ainda conseguem bater no hidrante. PUTZ!!!!! Mas parece que trânsito realmente não é muito esperto aqui, tanto em relação aos motoristas quanto aos engenheiros que planejam toda a bagunça. Vejam o absurdo, quando duas avenidas grandes se cruzam, fazem a cruz, eles podem fazer a conversão de qualquer maneira. Não funciona como no Brasil que você precisa fazer o retorno. Imaginem a confusão! Abaixo vou explicar melhor como é isso. Mas é por esse motivo, que toda vez que vejo uma batida, eu penso: BEM FEITO ou FINALMENTE! pois com tanta braçada que vemos, o número de batidas ainda é pouco. Não sou nada politicamente correta, penso isso mesmo.
Vejam que engenheiros inteligentes: Quando o farol abre pra Washington Avenue o pessoal na rota laranja pode virar à esquerda na Atlantic Avenue ao mesmo tempo que o pessoal que vem da Winkett Avenue em verde, pode virar na Atlantic à direita. Faz sentido? Uma fila de carro bloqueia a outra e eles ficam tudo travados ali no meio. O laranja não consegue virar à esquerda pois tem fila de carros verdes tentando virar à direita.
Quando o farol da Atlantic abre, outra confusão. Os de vermelho que estão vindo do leste (lado direito) sentido oeste (esquerdo) não conseguem ir reto, pois os azuis que vem do oeste, querem sempre virar na Winkett a esquerda ou fazer o U. Eu que sempre reclamei de ter que fazer retornos, agora entendo perfeitamente a sua necessidade. Nosso trânsito é muito melhor planejado, e nossos motoristas apesar de mais imprudentes, são muito mais “pilotos”. Ainda bem que estou longe dessa loucura burra que é o trânsito dos Estados Unidos.

Preparando…

My Amazon.com Wish List Luninha fará 1 ano no mês que vem e onde vamos comemorar? YES, no BRASIL! com amigos e família. Finalmente esse ano o visto saiu antes de eu começar a me descabelar. Estava pesquisando alguns presentes, o que dar pra Luna quando ela chegar nessa data marcante? Bem, não sei, pois ela não se concentra mais do que 5 minutos em um brinquedo. Fui na amazon procurar e ler os reviews, que eu acho super bom, pois quem já tem viu coisas que nós não vemos quando estamos escolhendo. Fiz uma lista com tudo de interessante que eu achei por lá. O que eu mais fico feliz, é que a faixa de preço dos brinquedos são muito acessíveis, tão acessíveis que um carrinho com motor por 200 dólares se torna até caro. Tive até pensando em avisar o povo que vai dar presente que é mais prático e mais barato comprar lá e mandar entregar aqui, do que comprar e dar no Brasil, que além de mais caro, eu ainda terei que trazer. Ainda estou procurando coisas, portanto quem tiver sugestões para presentinho de 1 ano, please me diga!
Estou agora atras de lugares que organizam festa a domicílio, para decorar o salão de festas do prédio, e cuidar de todo o resto, afinal não terei tempo nenhum de fazer qualquer coisa. Alguém tem dicas?

A gentileza que incomoda

Como eu iria imaginar que a gentileza das pessoas iria causar um incômodo diário na minha rotina? Vou explicar.
Todos os dias no metrô, passo pela mesma situação, no mínimo duas vezes na ida e duas na volta. As pessoas querem me dar o lugar porque estou carregando a Luna. Nas primeiras vezes eu aceitava, mesmo me sentindo incomodada em tirar o lugar de alguém. Depois de uns meses, ficou impossível de sentar, a não ser que não tenha alguem muito perto. A Luna começa a querer pegar nas pessoas, nas revistas e nos livros que elas estão lendo. Se não faz isso, fica entediada, resmunga, reclama. Se estou em pé isso não acontece, ela fica mais calminha, portanto a ordem é não sentar, ainda mais que vou com minha bolsa e a sacola dela o que dificulta ainda mais quando abaixo e tenho que me arrumar no banco.
Adoraria ter uma plaquinha, MUITO OBRIGADA, mas SINCERAMENTE não quero sentar. Como pego dois metrôs, todo dia tenho que dizer a mesma frase 4 vezes “No thanks! Thanks a lot, I’m getting off soon”. Existem as pessoas que aceitam, mas tem aquelas que acham que eu apenas nao quero dizer que sim, então elas falam e levantam. Com essas fica mais dificil negar. Algumas nem falam, levantam direto e não aceitam minha recusa. Um dia a mãe tirou a filha do assento, e insistiu muito para que eu sentasse. Expliquei que nao precisava mesmo, que ela não gostava mas a chinesa com cara de brava praticamente me obrigou a sentar no lugar. Sentamos claro, e nesse dia a Luna nao resmungou, só pra me contrariar.
Nunca imaginei que tanta gentileza fosse me causar esse incômodo, de ficar todos os dias sem exceção repetindo que não quero me sentar. Mesmo assim, tenho que agradecer, gentileza sempre é sinal de educação. Antes oferecer, do que ignorar que alguém precisa mais daquele lugar do que você.

Folgada? imagine…

Ontem estávamos no metrô voltando de Manhattan, e como era final do dia, Luna estava cansada, manhosa e resmungona. Eu dei carteira, papel, chave e outras coisinhas pra ela esquecer a chatisse. Funcionava por um tempo e começava de novo. A última que dei, foi meu chaveiro. Ela colocou na boca uma pecinha dele amarela e ficou mordendo, enfim paz. Chegamos na estação para descer, a porta já aberta, e uma senhora falou algo que não entendi. Logo achei que havia esquecido algo no vagão, e voltei um pouco, com medo da porta fechar e não dar tempo de sair, para ouvir direito o que ela estava dizendo. Aí entendi….
“This baby needs a pacifier, give her a pacifier” (esse bebê precisa é de uma chupeta! dê uma chupeta a ela). Meu ódio só veio depois do desespero de sair logo pra não perder a estação. E me arrependi de não ter dito que quem precisava de pacifier era ela pra enfiar lá… HUNF!!!!!
Me irrita profundamente essa mania de americano achar que pode falar tudo o que pensa.