Spring has Sprung

Primavera chegando, os ânimos aumentam, as roupas diminuem. Tudo fica mais colorido, as pessoas mais soltas e alegres. Acho tão legal esse desprendimento das pessoas, de dançar, cantar sem ter vergonha, ainda mais porque sou assim. Não consigo dançar, pular, gritar sem me importar ou sentir algum incômodo por ter gente por perto. Aqui, tudo pode, eles dançam, de qualquer jeito, o que importa é a diversão e apenas isso.
Esse grupo sempre batuca no Central Park e as pessoas vão chegando, se aproximando, dançam, cantam, e cada um da sua maneira, com suas esquisitisses, e todo mundo se diverte, sem vergonha, sem cerimônia.
Tinha a indiana dançando como se estivesse num concurso de dança de salão, o tiozinho esquisito que dançava mais esquisito ainda, uma menina dançando timidamente mas com um gingado que não me engana, ela devia ter sangue brasileiro, e até a Luna entrou no meio, descobrindo a graça dos batuques ao ar livre do Central Park. Todos eles, cada um da sua maneira descontraída, com a felicidade estampada no rosto, é isso que vale.
A dança da Indiana

A do tio esquisito

A dos que tem ginga

E da minha delícia

Poses imperdíveis da Luna no Central Park.

Dia das mães

Segundo (ou seja, todos) dia das mães da minha vida de Mommy que passamos as 3 gerações juntas. Resolvemos almoçar em casa mesmo, já que o papai está dodói e quanto menos andar é melhor, e o mais gostoso foi Luninha almoçando conosco na mesa pela primeira vez. Ela sempre janta mais cedo, às 7:30 e almoça mais cedo também nos finais de semana. Hoje, ela atrasou o horario rotineiro para nos prestigiar com a sua presença. Ai que felicidade!

Rapidinhas

1. Ô, que meiga!
Diálogo com a assistente do meu médico, em uma consulta onde eu me queixei de falta de ar a noite e me deram um exame de respiração pra fazer, num aparelinho muito chato:
– Data de nascimento?
– x4/1x/19xx
– Peso?
– 132
– Altura?
– 5.9″
– Tem asma?
– Bem, não sei eu vim aqui justamente para…
– Tem asma? sim ou não, ponto.
– Não.
Mas o balãozinho em cima da minha cabeça dizia assim: Não sua vaca, eu vim aqui justamente pra descobrir sua imbecil, burra e estúpida.
———————————————————————————————-
2. Caminhando
Aqui em NY existe caminhada (walk) pra tudo. Caminhada contra o câncer, caminhada da prevenção da asma, caminhada da Aids, mas hoje vi a mais bizarra, a caminhada de prevenção ao suicídio. Eu me matava só de ter que andar tanto.
———————————————————————————————-
3. Espaçosos
A rua parada para filmagem aqui no bairro de um filme que só sei que começa com “Notorious”. Eu e Luna atrasadas para o daycare e somos todos parados na calçada. “Aguardem um minuto por favor”. Três minutos se passaram, e o metrô também, chegamos atrasadas. Acho isso uma puta folga ainda mais levando em consideração que é de manhã, na hora do rush onde todo mundo sempre está atrasado pro trabalho.
———————————————————————————————
4. Engordando
Porque a gente ganha peso quando ganha visita da mãe?

Ronaldo, na prática

Fiquei imaginando no dia em que pipocou o caso do Ronaldo e os travestis, quanto os celulares dele deviam estar tocando. Amigos consolando, outros querendo saber mais sobre o que aconteceu, alguns tirando o maior sarro da cara dele, os parentes mais próximos dando uma força ou lamentando o ocorrido, a imprensa atrás como urubu na carniça, e quantas ex- namoradas morrendo de rir, outras dizendo bem feito, e poucas realmente em solidariedade. Quantas palavras, desejos e sentimentos pelo escândalo das aventuras sexuais do Fenômeno.
Na internet lí uma famosa dizendo que Ronaldo pode ter relacionamentos sexuais com quem e como ele quiser. Na teoria é lindo mesmo, ele é um ser-humano, dono do seu nariz, que tem direito de fazer da sua vida o que bem entender e ninguém tem nada com isso. Mas na prática, é bem diferente. Ronaldo é celebridade, é ídolo, admirado, e justamente por esse interesse em cima dele, é que ele ganha dinheiro cada vez mais. De uma forma mais indireta, todos sim estão envolvidos na sua vida. Quando ligamos a TV e vemos nosso atacante ganhando o título de melhor do mundo, nos enchemos de orgulho, como se ele fosse realmente alguém que vivesse na janela ao lado. Se ele faz um gol após todas as críticas da copa de 2006 nos sentimos vitoriosos junto com ele, calando a boca de tantas pessoas que foram contra. Se Ronaldo se machuca, putz, ficamos arrasados, sentimos por ele, torcemos e muitos rezam para que dê a volta por cima.
Como agora podem querer que diante dessa notícia essas mesmas pessoas simplesmente não se metam, não palpitem e pensem que a vida é dele e ele faz dela o que bem entender? Difícil. Cada um vai julgar de acordo com o que pensa, com seus valores, mas não vão conseguir não julgar. A vida de Ronaldo e a de outras milhares de celebridades, não pertencem somente a elas, na minha opinião. Eles estão na nossa TV, no nosso jornal, no nosso monitor, nas nossas revistas. Cada profissão tem seu preço, tem a parte que não gostamos, seja essa o salário, o esforço físico em excesso, o horário puxado, e ser famoso tem a falta de privacidade. Saber lidar com isso, é ser um bom profissional, da mesma forma que em todas as outras profissões saber lidar com a parte ruim do seu trabalho diário, conta muito no currículo. Ser famoso é assim, saber que sua vida é compartilhada, que sua opinião é julgada e suas atitudes analisadas, e não apenas pelos seus parentes, mas sim por milhares de pessoas que você nem conhece, mas que lhe admiram e tem uma parcela de colaboração em onde essas pessoas estão hoje.
Sendo assim, eu acho simplesmente RIDÍCULO quando essas pessoas famosas que em início de carreira dariam tudo para que as pessoas as conhecessem, falassem dela, se interessassem por elas, mas que depois da fama, simplesmente querem que os “indesejáveis” deixem sua vida em paz, pois têm direito a privacidade. AH, eu também tenho direito a trabalhar apenas 8 horas, mas se isso não é possível e minha profissão exige, não posso fazer muita coisa a não ser saber lidar com as horas extras, ou então, procurar outra área onde eu consiga trabalhar apenas as devidas 8 horas diárias.
Teoria é uma coisa, e sim, eu também acho que a pessoa precisa de privacidade, é seu direito, mas nem sempre nosso direito é exercido, e se é assim com os seres “normais” por que não poderia ser com “eles”? Ainda bem que o Ronaldo parece entender mais isso, uma das coisas que me faz gostar dele, agora tem outros por aí…

Primavera que te quero bem

Ufa, será que podemos aposentar já os casacos até meados de outubro?
Eu não curto o inverno, não adianta. Tudo é mais complicado na hora de se vestir, na hora de sair de casa, ao andar na rua. Depois de ser mãe, pior ainda, o trabalho é em dobro. Entra em algum lugar tira tudo, saiu, tem que colocar tudo de novo. Ainda tem protetor no carrinho, gorro que a Luna tira todos, luvas e todo os apetrechos de inverno. Se já era dificil pra eu sozinha, com mais uma pra administrar, fica no mínimo estressante. Primavera é uma delícia, está na hora de aproveitar BEM, pois se for como ano passado, será pouco tempo até chegar aquele calor abafado, úmido, quente demais. As janelas então, continuam fechadas… seja no inverno pelo frio, seja no verão com o calor. Ainda assim, pouca roupa compensa TUDO.

DSC_4074.jpg

O gosto do desgosto


Adoro morar em NY, mas morro de saudades do Brasil. Se tivesse que voltar amanhã pra terrinha, morreria de alegria, mas ao mesmo tempo estaria cheia de dúvidas, e já uma antecipada saudade.
O fato de andar a pé para todo lugar, a qualquer hora, sem preocupação com segurança, é priceless. É bela, viva, oferece tantas coisas gratuitas, cheia de opções, rica, poderosa, desejada. Mas sinto saudades da minha cidade mãe, com sua insegurança, falta de opções ao ar livre e de graça, falta de qualidade de vida, mas que é tão charmosa, gostosa. Como explicar?
Nenhum americano entende o que eu faço aqui, já que eu falo que o Brasil é maravilhoso que nossa comida é a melhor do mundo, somos mais interessantes, mais soltos, mais divertidos… Não entendem porque não faço questão de fazer amigos aqui, nem porque não acho graça em tomar uma cerveja num barzinho como faço em São Paulo. Ouvem Caetano Veloso e apenas acham bonito, mas não sabem o que eu sinto quando ouço Caetano, o que ele significa, o que ele diz, como ele toca lá no fundo. Nem entendem porque ainda sendo maravilhoso, ir em uma praia no Caribe não é a mesma coisa de uma praia do nordeste. Nem imaginam porque forró é tão mais gostoso que a salsa. E como explicar isso? Nunca consegui. Mas desenvolvi dois pensamentos que talvez ilustrem o que eu quero dizer.
1- São Paulo é aquela comida que você cozinha os ingredientes todos juntos, como um Fettucine ao frutos do mar, onde os camarões são cozidos com o molho, e todos os outros ingredientes juntos. Ou então como aquela feijoada que todas as carnes também são cozidas junto com o feijão, unificando os sabores, mesclando.
2- New York é a massa como aquela rede de comida italiana “Spoletto”. Mil ingredientes, mil opções, todos misturados já depois de prontos, e que no fim fica com gosto de nada. Ou aquela feijoada que as carnes são cozidas em uma panela, o feijao em outra e depois para servir, apenas misturam se todos. Apesar da variedade e opções para escolher o que você gosta da feijoada ela fica sem gosto, ainda que seja com os melhores ingredientes do mundo.
O segundo pensamento é assim:
1- New York é aquele carinha lindo, rico, culto, carinhoso, que faz todas as suas vontades, e que você sabe que seria o homem perfeito para garantir seu futuro e construir uma família, mas…que falta, tempero, paixão.
2- São Paulo é aquele carinha não muito bonito, charmoso, cheio de lábia, boêmio, malandro. Você sabe que não é pra casar, com quem o futuro é incerto, e sem muita coisa a lhe oferecer, mas… sem saber o porquê, pensa nele todos os dias, invade seus sonhos e fantasias.
Será que dá pra me entender???? Acho que quem mora aqui, vai saber o que quero dizer, e os que não moram e tentam entender porque amamos tanto nosso país e saímos de lá, conseguirão entender o espírito da coisa.

ontem eu fui assim


O bom de NY é poder estar com um vestidinho em casa e na hora de sair com a Luana, poder pegar as primeiras roupas que ver na frente, sem se preocupar que nada combina com nada e que você está parecendo uma maloqueira da pior espécie.
vestidinho da feirinha de Fortaleza
casaco da Gap do Sergio
calça jeans Triton
havaianas
E ainda cruzei com a vizinha de cima no elevador, mas ela nem olhou pra minha roupa. Como é boa essa liberdade de ir e vir sem ser olhada dos pés a cabeça e ser julgada ou taxada de alguma coisa. Amo isso.
Minha noite de Cris ao avesso hahaha
<< No Mundo da Luna: Minha New Yorker >>

Consumidor Satisfeito

É por isso que aqui somos tão consumistas. Não temos medo de comprar e nos arrependermos, temos boas garantias de satisfação.
Esse lençol da Luna tenho desde que ela nasceu. Fiz uma reclamação para a loja de um “possível” defeito no elástico, e sem perguntar, e ainda se desculpando pelo inconveniente a DucDuc me mandou outro novinho. Alguns dias antes eu já tinha falado com o suporte de outras duas marcas, a Oxo, e a Scrubbing Bubbles da Jonhsons para reclamar de um amassador (?) de batatas e do aparelho que limpa dentro do box do banheiro respectivamente. O primeiro, também sem muitas perguntas me disse ao me responder sobre a garantia que eu havia perguntado, que me mandaria outro produto, sem nem ao menos me pedir o meu quebrado de volta. O scrubbing bubbles, fez um checklist de testes que eu deveria fazer, mas aoi dizer que eu tinha até desmontado o bichinho pra ver se acahava o problema, ela me pediu o endereço para onde deveria mandar um cupom que eu poderia ir em qualquer loja e trocar por um novinho em folha.
O sapatinho verde da Luna, após um mês e meio de uso, começou a rasgar no solado, e eu novamente, liguei pra loja. A resposta foi: ” definitivamente o sapato apresentou algum defeito, pode jogar esse fora e me passe o endereço onde devo mandar outro. Você quer o mesmo número ou um maior, já que se passaram quase dois meses?” Parece sonho, não? Outro episódio que resolvi ontem, é com o carrinho da Luna, o Stokke. De repente ele começou a deslizar o assento, e não segurava na altura que eu queria. Logo pensei que seria uma mão de obra, iriam me mandar pra assistência, e como aqui nunca é perto, isso significaria ainda mais dor de cabeça. Liguei pra eles, e vou receber uma peça que foi desenvolvida justamente para isso, ou seja, já era uma reclamação conhecida, e já tinham a solução. Aproveitei e disse que o plastico que seguramos para abrir o zíper da bolsa de fraldas também tinha se rompido e jajá o outro iria quebrar e eu não teria como abri-la mais. “Ok senhora, estamos enviando o plastico da bolsa e a peça necessária para arrumar o problema do carrinho”.
Enquanto isso, minha mãe está na briga com a Brastemp, que já foram na casa dela umas 5 vezes pra tentar arrumar um problema no fogão, e até agora não foi resolvido. Não seria mais econômico eles trocarem esse fogão de uma vez ao invés de ficar mandando o rapaz lá toda hora, deixando o cliente completamente insatisfeito, e denegrindo sua marca? Não dá né.
produtos.jpg

Totalmente NY


Eu sempre tive vontade de fazer uma série de fotos que sejam “BEM NEW YORK”, ou seja, são coisas que fazem parte do cotidiano da cidade, diferentes pra nós que somos de fora, mas tão comum para quem é daqui. Vou criar até uma categoria que será apenas pra guardar essas imagens, essa será a primeira da série. Tudo bem NY, a bicicleta, o homem de terno e sempre tomando alguma coisa.