Feliz Aniversário, envelheço na cidade…

Ah essa data antes era um sinônimo de total alegria, aliás nem me lembro mais porque eu ficava feliz em fazer aniversário. Há uns bons anos que não vejo mais graça nenhuma, e por mim poderia passar em branco. Esqueci TANTO que eu e minha mãe fizemos um bolo de morango na segunda feira, e nem me liguei que deveria ter esperado pra fazer na quinta pra então cantar parabéns, resultado: Vamos cantar com o bolo de segunda, que ainda está na metade!
Mais um ano que se passa
Mais um ano sem você
Já não tenho a mesma idade
Envelheço na cidade
Meus amigos, minha rua
As garotas da minha rua
Não sinto, não os tenho
Mais um ano sem você
As garotas desfilando
Os rapazes a beber
Já não tenho a mesma idade
Não pertenço a ninguém
Saudades de SP… dos velhos tempos!

Festinha da Luna

Essa festinha foi minha confirmação do que eu sempre achei: eu não nasci para receber, ser anfitriã. Fico sempre perdida, calculo o tempo errado, me atraso, me enrolo. Seja para um simples jantar/almoço na minha casa, ou uma festinha de criança, não tenho o dom, simples. Obviamente a festa demanda muito mais coisas, e é mais difícil, mas mesmo nas ocasiões simples, eu me perco, me distraio, me abstraio. Faltam copos limpos, esqueço o guardanapo, ou algo do gênero. O aniversário comecei a planejar com bastante antecedência, mas as coisas principais, acabaram ficando pra cima da hora, contei com o tempo errado, achei que o Sergio estaria disponível no tempo errado também e tudo desandou. O resultado foi, correria de casa para o playground, que pra ir uma vez ou duas não parecia tão longe, mas no final das contas a distância foi uma das grandes vilãs do sábado. Qualquer coisa esquecida, necessária de última hora e até para transporte das comidas não levava menos do que 15 minutos para se concretizar. O segundo vilão: o bolo. Apesar de lindo, foi super trabalhoso, e pela inexperiência, nos tomou 3 x mais o tempo que achávamos que iria levar. Terceiro vilão: contar com uma disponibilidade inexistente e acabou que as bebidas que tinham ficado por último, deixaram a gente na mão. Foi uma correria para conseguir manter o povo bebendo, fora que os suquinhos das crianças, calculei errado. A verdade é que suco em caixinha é o maior disperdício, as crianças (muitas, inclusive Luna) deixam a caixinha pela metade e quando querem mais pegam outra, não dá pra calcular por quantidade de ml mas sim por quantidade mesmo de caixinhas por criança contando com as disperdiçadas. Errei feio, corri muito, a decoração que planejei, com um show de bexigas por todo lado, impressões da sininho no barco, junto com imagens da Luna, ficaram apenas nos planos, não deu tempo para nada. As fotos existem graças a Luciana que acabou cuidando disso, senão nem essa lembrança eu teria! Mulher grávida é uma lástima, normalmente fica meio lesada, acho que estando normal eu ja teria tido dificuldades, imaginem nesse estado e com uma dor constante e insistente nas costelas. O que tenho em minha mente, é um “blur”, me lembro de poucas coisas, e uma delas é que nem o cabelo da Luna eu arrumei, muito menos percebi que quando ela vestiu o vestido, não tirou o shorts que ela estava antes. Meu consolo, é que as pessoas amaram o bolo, os brigadeiros, e as crianças se divertiram demais, tendo até pais americanos ficando bem depois do horário do término da festa, o que é bem raro.
Próximo ano? Não quero organizar NADA, traumatizei. Até a feijoada que queria fazer no meu aniversário, estou repensando.







<< No Mundo da Luna: 4 anos >>

Correndo e rapidinhas

A festa da Luna passou e ainda nao coloquei a vida em ordem. Preciso vir aqui contar da festinha, mostrar umas fotinhos, mas acho que ainda estou de ressaca do sábado. O Bebê sem nome está entrando no sétimo mês, e só fica do lado direito da minha barriga, justamente o lado onde dói demais a minha costela, não me deixando ficar sentada por mais de 15 minutos. Ou em pé ou deitada, sentada não, é essa a regra que ele (já) impôs por aqui.
Mommy está aqui de plantão, veio pro niver da Luna e vai ficar até o baby nascer. Verão indo embora, nenhuma roupa me servindo, fome de draga, cansada ao cubo. Depois coloco fotinhos da festinha-caos que aconteceu aqui no sábado.

4 years ago…

Eu conheci um amor que é inexplicável, que não adianta tentar explicar para ninguém que ainda não tenha sentido, pois não vai ser compreendido. Só sabe mesmo, quem o experimenta, por isso para essas pessoas, digo, NÃO SOMOS ABENÇOADOS DE PODER SENTIR ISSO TÃO INTENSAMENTE? Para quem não sentiu ainda, digo, a vida ainda lhe reserva a maior e mais gostosa surpresa que você poderá ter, e o maior amor que poderá sentir.
Há exatamente e literalmente 4 anos atrás, luna estava se preparando também, para conhecer a pessoa que mais vai ama-la na vida, que apesar de qualquer coisa que ela faça, vai estar sempre lá para acudir, consolar, levantar, dar força e mais, dar sua vida por ela. Acho que ela também só vai entender isso, quando experimentar, mas não tem problema, cada um tema sua vez, não é mesmo?
Há 4 anos, nessa hora, estava esperando chegar a hora certa de recebê-la, como relatei aqui e me lembro de cada segundo desse dia. Ver os olhos daquele bebê, parando de chorar e me olhando intensamente, com a mesma cuiriosidade que eu a olhava, foi a primeira de todas as mais marcantes emoções de minha vida.

Português e Inglês

É incrível acompanhar o aprendizado de uma criança bilíngue. Várias coisas me impressionam, outras acho graça, algumas são interessantes, tento entender como ela faz as associações. Já lemos várias coisas sobre o assunto, e a mais comum é afirmarem que em criança bilíngue começa a falar meio atrasado em relação às outras crianças. Outros negam essa afirmação, e eu por minha experiência, acho que isso varia bastante, no caso da Luna, ela começou a falar até antes do que algumas amigas dela da escola. O que acontece é que o vocabulário fica menor nas duas línguas em relação as outras crianças na mesma idade, afinal ela guarda juntando as duas línguas, muito mais palavras do que se estivesse aprendendo uma só. E é uma gracinha ver a mistura, o que falta em um ela completa com o outro.
“Mamãe, preciso de some privacy” ou quando quer falar pra gente ficar reto, ela diz “Papai, fica estreito” já que reto em inglês é “straight” que se parece com estreito em português e ela associa pelo som da palavra.
Curioso é ver como ela está tentando se virar com os verbos em português, já que a nossa conjugação de verbos é muito mais complexa do que a deles. No momento ela apenas usa presente e passado simples, então no português ela tenta fazer assim. Se ela aprendeu que o passado de “comer” é “comi” de “entender” é “entendi” ela agora transforma tudo pra esse tempo verbal, “eu gosti desse doce” “eu fazi isso” eu “acertí”. Curioso é ver a amiguinha também brasileira, falando exatamente do mesmo jeito, ou seja, é a mesma percepção da língua, a mesma dificuldade, a mesma maneira de aprender e raciocinar. E não é pela convivência, pois elas só se veem praticamente no final de semana, o que torna ainda mais interessante. Outra dificuldade bem típica, é colocar o adjetivo na frente, como ela faz no inglês. Por exemplo, ao invés de dizer “eu quero a minha bola roxa” ela diz”eu quero a minha roxa bola” ou como esses dias, que ela falou: “esse é um bonzinho cavalo” ou invés de “esse é um cavalo bonzinho”.
A gente não deixa de ficar babando ao vê-la falando inglês, pois por mais normal que seja, pra gente nunca é normal, nossa língua é o português e pronto, outra língua sempre vai soar diferente aos nossos ouvidos, e ver esse toco de gente dando um BANHO na nossa pronúncia é encantador. Ás vezes os sons das palavras saem tão diferente do nosso, e de uma maneira que a gente sabe que NUNCA vai conseguir falar, que eu e o Sergio nos entreolhamos e por dentro sabemos o que o outro está pensando: “putz essa humilhou hein?”. E o português dela também é sem sotaque ou seja, a danadinha fala bem nas duas línguas. Ela também nos corrige, nada mais justo, já que nós a corrigimos no português, aliás eu quase não a corrijo, porque acho a coisa mais fofa do mundo ouvir ela falando errado, mas repito depois o certo, e ela vai aprendendo e se corrigindo sozinha.
Vemos muitos brasileiros que os filhos não falam português de jeito algum, e mal entendem. Outros, os filhos entendem mas não falam, respondem em inglês apesar dos pais falarem em português. Aqui em casa adotamos a regra, só se fala e se responde em português. Se a Luna começa a nos responder em inglês, fingimos não entender, e ela tem que repetir na nossa língua, pois se a gente relaxar,o instinto natural é ela ouvir português e responder em inglês mesmo. Tem dado certo, e tão certo que ela as vezes se recusa a falar inglês com brasileiros, quando a gente quer mostrar o sotaque fofo. Se ela sabe que é brazuca, sabe qual língua usar e não tem paciência pros nossos pedidos para fazer “gracinhas”. Outra coisa bem curiosa, ela brinca sozinha em inglês, e mesmo com as amiguinhas brasileiras, preferem deixar o português de lado, já que sabem que ambas falam inglês. Ontem, vimos que ela também sonha em inglês! Ou seja, pessoal, é uma missão difícil fazer nossos filhos aprenderem, usarem e manterem a nossa língua ativa, requer MUITO esforço, paciência mas ainda mais, a persistência. Acho uma judiação ver os pais brasileiros falando em inglês com seus filhos, me dá até uma certa agonia, apesar de entender que as vezes pra nos fazer entender mais rápido o caminho mais fácil é o inglês, principalmente na hora da bronca. Entretanto, acredito que o esforço é compensador, vê-la falando as duas línguas, como nativa, é de babar, mais ainda do que já babamos!

Good Bye Summer

E estamos começando a despedida do verão. O sentimento de que esses dias de calor, parquinho, água, passeios de bicicleta, estão chegando ao fim, é assustador. Estamos esquecendo um pouco as regras de horários e tentando aproveitar enquanto ainda dá tempo, como por exemplo, ir dar uma volta na beira do East River a noite, com a Luna no carrinho, e aquela temperatura maravilhosa que só me faz pensar em sentar em uma das mesinhas, ficar observando a vista maravilhosa e vendo o tempo passar. Já fizemos isso duas vezes, em uma delas, Luna dormiu com a brisa deliciosa no carrinho e nós ficamos lá contemplando a noite e a lua que tem nos presentado com belíssimas cenas.
Obviamente não fomos nem na metades dos lugares planejados na listinha do verão, eu principalmente que aproveitei em vários finais de semana os passeios da Luna e Sergio, para ficar em casa descansando com minha barriga. Nessa última semana aproveitando que Luna está de férias, fizemos nós duas alguns passeios juntas pra compensar os que fiquei em casa. Foi ótimo.
4 de julho – Nelson A. Rockefeller Park Playground
Visitamos o Nelson A. Rockefeller Park para comemorar o 4 de julho. Passamos a tarde no playground fotografando a pequena, e a noite na hora dos fogos fizemos um “pizzanic” na grama.

Em junho, Bryant Park com o Clifford

Central Park em Junho, Carrossel e Alice


Pier 6 – Um parque novo no Broooklyn, super legal e diferente.

Playground Rio Hudson no pier 51

5 Meses


Bem diferente da outra gravidez, 4 anos depois deve fazer diferença mesmo, me sinto mais cansada, com dor nas costas mais cedo, o enjôo ainda presente, o pé já começando a inchar. O baby mexe bastante, ainda mais quando tomo sorvete! Acreditem ou não eu que não gosto de chocolate estou viciada no Ghirardelli com caramelo. Nessa gravidez a vontade de comer sushi não desapareceu como da outra vez, nem fiquei enjoada de carne. O que não mudou e nunca vai mudar é que todos os dias penso na feijoada.

Cachorro x Filho

Para complementar o post anterior, e esclarecer também já que algumas pessoas me perguntaram sobre o que mudou na minha relação com a Luana depois que a Luna chegou, vou tentar explicar.
Quando eu era criança não dava bola alguma para cachorro, e até achava o da minha vizinha chato e irritante. Na adolescência, a paixão despertou quando o tio do Sergio que era veterinário disse que conseguiria um cãozinho para gente caso quisessemos um. Não pensei em raça, em nada, só queria um cachorro, e então ganhei o Pity. Nossa, amamos o Pity muito mais do que poderíamos imaginar, e quando saí de casa, o levei comigo. Uma vez ficou doente, gastei toda minha poupança com internação para poder salvá-lo, não media esforços. Lembro como se fosse hoje, meu desespero quando meu pai me disse baixinho num Domingo de manhã, eu ainda dormindo, que ele abriu a porta e o Pity tinha saído e descido sozinho. Saí feito uma louca as 7 da manhã pelas ruas, de pijama, chorando, procurando meu cachorro que tinha desaparecido, e finalmente o encontrei. Já tomei mordida, quase fico sem orelha, mas meu amor pelo Pity nunca diminuiu por causa disso, e pra mim ele sempre foi como um filho. Depois veio o Alfredo, um weimaraner delicioso, que convivi pouco, pois foi bem na época da nossa vinda para NY e eu apesar de ter planejado, acabei sem poder trazê-lo. Depois veio a Luana, já aqui nos EUA, que precisou ser escolhida a dedo, pois o apto proibia animais, e apelei para que a dona deixasse, prometendo que escolheria um cachorro que não latisse muito para não incomodar, e ela permitiu desde que assim fosse e que também fosse pequeno. Escolhi o westie, a raça da Luana, sem saber muito bem o que faria se ela latisse demais, mas parece que foi encomendada, Luana não late quase nada, é super meiga, um doce de cachorra, e eu a tratava como filha também. Levei sempre comigo pro Brasil, chorei qdo precisei deixar em hotelzinho quando fui pra Europa, deixava de sair na sexta feira quando pensava que ela já estava o dia inteiro sozinha, e até coloquei uma webcam para acompanha-la durante o meu trabalho. Uma vez, batendo papo com uma amiga no msn que não tem cachorro, mas tem filho, discutia exatamente sobre isso, que a Luana era como uma filha pra mim, e porque não poderia afirmar que a amava como tal, afinal era um amor imenso, de abdicação da minha parte, de querer o melhor etc. Mas uma frase dela me fez cair na real: “Monica, você daria sua vida pela sua cachorra? se tivesse uma situaçao entre uma vida apenas a ser salva, a sua ou a dela, vc morreria por ela? Pense sobre isso, e você verá que amor de filho e amor de cachorro são bem diferentes e não se comparam”.
O QUE MUDOU?
Antes da Luna, Luana era o centro da casa, as atenções eram TODAS para ela. Quando nasce um filho, a diferença que a amiga acima falou, fica muito nítida. Você olha pro seu cachorro e pensa realmente como é diferente, e como você achava que não era, até que o filho aparece para deixar isso bem claro. Amo menos a Luana? NÃO. Dou menos atenção? SIM, como deixei de me dar mais atenção também, por uma questão de tempo e prioridades, como deixei de fazer inúmeras coisas por mim também. Continuo levando a Luana pro Brasil comigo, mesmo a passagem dela sendo a mais cara de todos nós. Cuido dela com todo amor e carinho, sentindo o mesmo prazer que sempre tive quando a agarro e ela deita sua cabeça no meu pescoço e dorme comigo. E como gosto! sempre me transmitiu muita paz, abraçar e agarrar Luana, e isso ainda continua igual. Me preocupo da mesma forma quando suspeito que algo possa estar errado com a saúde dela, sofro ao pensar que um dia ela vai embora e nos deixar, e deixo MUITO claro para Luna desde cedo, que Luana é meu “outro” bebê e deve ser tratada com todo amor e respeito. Todas as vezes que Luna foi indelicada, destratou ou se estressou com ela, (isso é normal em qualquer criança) mostrei claramente minha indignação e sim, ensinei como se deve tratar qualquer animal, mas fazer ou forçar a criança a gostar de determinado bicho, não acho que seja possível. Nunca a ensinei a gostar de cavalos, mas essa é a paixão dela, e quanto aos cachorros, quem diz que ela não gosta sou eu, e quando falo isso ela fica brava, pois ela afirma que gosta sim! Espero que cresça gostando, como eu, e acho difícil ela “NÃO GOSTAR”, apenas poderá não ser o seu animal predileto. Não sei se consegui explicar a quem perguntou, o que exatamente mudou, talvez seja difícil até pra mim identificar isso, mas amo-a demais, faço tudo que está ao meu alcance para seu bem estar, a quero sempre por perto, me preocupo em ve-la feliz, apenas não tenho mais o mesmo tempo para dedicar a ela, e depois que Luna chegou, me lembro da frase a minha amiga, quando ainda não tinha filhos e percebo o quanto ela tinha razão, e a gente as vezes não consegue mensurar e diferenciar esse amor entre bicho de estimação e filhos, principalmente quando achamos que eles podem preencher esse lugar, e o tratamos como tal. Não são, bicho de estimação é bicho de estimação, filho é filho, e só tendo os dois (e o bicho vindo primeiro) para talvez entender o que estou tentando dizer.
caes.jpg