Tempo que não volta…

Estava vendo esse vídeo agorinha na TV, putz que saudades me deu dos anos 80!!! Menos preocupação, mais diversão, mais magia, menos violência, mais inocência, mais esperança.

Em apenas uma palavra:
anos 60 – revolução
anos 70 – libertinagem
anos 80 – over
anos 90 – dance
anos dois mil – ainda não se descobriu

Enfim, uma batidinha

Bater o carro esta na lista de uma das coisas mais chatas que tem. Além de normalmente você perder o dia todo entre discussão, B.O, etc, fica aquele festival de “se’s” na cabeça. Se eu não tivesse parado tão rápido, se eu tivesse vindo pelo outro caminho, se eu não estivesse no celular. Todas as vezes que bati o carro, ficava com aquele peso, pensando como foi, como poderia ter evitado, que por questão de segundos eu poderia ter mudado a história e nada teria acontecido. Depois a encheção de vistoria, franquia, oficina. Da-lhe ficar sem carro durante um tempo, depois ver que o serviço ficou mal feito, volta pra oficina, reclama se estressa. PUTZ! Toda vez que vejo uma batida, penso que desse mal estou livre, pelo menos aqui em NY! Hoje teve uma aqui na esquina de casa. Só ouvi a freada forte e a porrada depois. Dois carros envolvidos, e depois de umas 3 horas, outra freada, outra batida. Parece coisa de filme, mas foram 2 ocorrências diferentes no mesmo local, sendo que na segunda, os carros da primeira ainda estavam lá.
DSC_1839.jpg O americano dirige muito mal. Sei que não é legal generalizar, mas nesse caso, não posso evitar, pois eu vejo TANTA barbeiragem, tantos absurdos. Eles batem no carro da frente pra sair de uma vaga, dão ré batem no de trás. Pra estacionar, é outro bate bate e ainda sobe na calçada, não bastando tanta abobrinha junta, ainda conseguem bater no hidrante. PUTZ!!!!! Mas parece que trânsito realmente não é muito esperto aqui, tanto em relação aos motoristas quanto aos engenheiros que planejam toda a bagunça. Vejam o absurdo, quando duas avenidas grandes se cruzam, fazem a cruz, eles podem fazer a conversão de qualquer maneira. Não funciona como no Brasil que você precisa fazer o retorno. Imaginem a confusão! Abaixo vou explicar melhor como é isso. Mas é por esse motivo, que toda vez que vejo uma batida, eu penso: BEM FEITO ou FINALMENTE! pois com tanta braçada que vemos, o número de batidas ainda é pouco. Não sou nada politicamente correta, penso isso mesmo.
Vejam que engenheiros inteligentes: Quando o farol abre pra Washington Avenue o pessoal na rota laranja pode virar à esquerda na Atlantic Avenue ao mesmo tempo que o pessoal que vem da Winkett Avenue em verde, pode virar na Atlantic à direita. Faz sentido? Uma fila de carro bloqueia a outra e eles ficam tudo travados ali no meio. O laranja não consegue virar à esquerda pois tem fila de carros verdes tentando virar à direita.
Quando o farol da Atlantic abre, outra confusão. Os de vermelho que estão vindo do leste (lado direito) sentido oeste (esquerdo) não conseguem ir reto, pois os azuis que vem do oeste, querem sempre virar na Winkett a esquerda ou fazer o U. Eu que sempre reclamei de ter que fazer retornos, agora entendo perfeitamente a sua necessidade. Nosso trânsito é muito melhor planejado, e nossos motoristas apesar de mais imprudentes, são muito mais “pilotos”. Ainda bem que estou longe dessa loucura burra que é o trânsito dos Estados Unidos.

Preparando…

My Amazon.com Wish List Luninha fará 1 ano no mês que vem e onde vamos comemorar? YES, no BRASIL! com amigos e família. Finalmente esse ano o visto saiu antes de eu começar a me descabelar. Estava pesquisando alguns presentes, o que dar pra Luna quando ela chegar nessa data marcante? Bem, não sei, pois ela não se concentra mais do que 5 minutos em um brinquedo. Fui na amazon procurar e ler os reviews, que eu acho super bom, pois quem já tem viu coisas que nós não vemos quando estamos escolhendo. Fiz uma lista com tudo de interessante que eu achei por lá. O que eu mais fico feliz, é que a faixa de preço dos brinquedos são muito acessíveis, tão acessíveis que um carrinho com motor por 200 dólares se torna até caro. Tive até pensando em avisar o povo que vai dar presente que é mais prático e mais barato comprar lá e mandar entregar aqui, do que comprar e dar no Brasil, que além de mais caro, eu ainda terei que trazer. Ainda estou procurando coisas, portanto quem tiver sugestões para presentinho de 1 ano, please me diga!
Estou agora atras de lugares que organizam festa a domicílio, para decorar o salão de festas do prédio, e cuidar de todo o resto, afinal não terei tempo nenhum de fazer qualquer coisa. Alguém tem dicas?

A gentileza que incomoda

Como eu iria imaginar que a gentileza das pessoas iria causar um incômodo diário na minha rotina? Vou explicar.
Todos os dias no metrô, passo pela mesma situação, no mínimo duas vezes na ida e duas na volta. As pessoas querem me dar o lugar porque estou carregando a Luna. Nas primeiras vezes eu aceitava, mesmo me sentindo incomodada em tirar o lugar de alguém. Depois de uns meses, ficou impossível de sentar, a não ser que não tenha alguem muito perto. A Luna começa a querer pegar nas pessoas, nas revistas e nos livros que elas estão lendo. Se não faz isso, fica entediada, resmunga, reclama. Se estou em pé isso não acontece, ela fica mais calminha, portanto a ordem é não sentar, ainda mais que vou com minha bolsa e a sacola dela o que dificulta ainda mais quando abaixo e tenho que me arrumar no banco.
Adoraria ter uma plaquinha, MUITO OBRIGADA, mas SINCERAMENTE não quero sentar. Como pego dois metrôs, todo dia tenho que dizer a mesma frase 4 vezes “No thanks! Thanks a lot, I’m getting off soon”. Existem as pessoas que aceitam, mas tem aquelas que acham que eu apenas nao quero dizer que sim, então elas falam e levantam. Com essas fica mais dificil negar. Algumas nem falam, levantam direto e não aceitam minha recusa. Um dia a mãe tirou a filha do assento, e insistiu muito para que eu sentasse. Expliquei que nao precisava mesmo, que ela não gostava mas a chinesa com cara de brava praticamente me obrigou a sentar no lugar. Sentamos claro, e nesse dia a Luna nao resmungou, só pra me contrariar.
Nunca imaginei que tanta gentileza fosse me causar esse incômodo, de ficar todos os dias sem exceção repetindo que não quero me sentar. Mesmo assim, tenho que agradecer, gentileza sempre é sinal de educação. Antes oferecer, do que ignorar que alguém precisa mais daquele lugar do que você.

Folgada? imagine…

Ontem estávamos no metrô voltando de Manhattan, e como era final do dia, Luna estava cansada, manhosa e resmungona. Eu dei carteira, papel, chave e outras coisinhas pra ela esquecer a chatisse. Funcionava por um tempo e começava de novo. A última que dei, foi meu chaveiro. Ela colocou na boca uma pecinha dele amarela e ficou mordendo, enfim paz. Chegamos na estação para descer, a porta já aberta, e uma senhora falou algo que não entendi. Logo achei que havia esquecido algo no vagão, e voltei um pouco, com medo da porta fechar e não dar tempo de sair, para ouvir direito o que ela estava dizendo. Aí entendi….
“This baby needs a pacifier, give her a pacifier” (esse bebê precisa é de uma chupeta! dê uma chupeta a ela). Meu ódio só veio depois do desespero de sair logo pra não perder a estação. E me arrependi de não ter dito que quem precisava de pacifier era ela pra enfiar lá… HUNF!!!!!
Me irrita profundamente essa mania de americano achar que pode falar tudo o que pensa.

Irmãos

Alguns anos atrás…

Poucos (hehehe) anos depois…

Tempinho bom, que não volta mais e fica na lembrança e no coração. Adoro ser a irmã mais velha por muitos motivos. Adoro cuidar da minha irmã, e isso vem desde a infância onde eu a levava na escola, morria de ódio que ela chorava, não ficava lá, e minha mãe dizia para buscá-la e levar pra casa, já que ela ficava chorando. Eu dava aula pra ela todos os dias a noite e eu que ensinei-a a ler as primeiras palavras. Quando brincávamos, eu sempre ficava com a melhor parte, com o melhor nome, com a melhor boneca. Podia pedir mil favores fazendo chantagens para ela poder ir comigo às festinhas. Sabia sempre mais, enganava mais, e cuidava mais. O lado ruim era que as obrigações eram mais minhas do que dela, como por exemplo ajudar a mãe, a dar o bom exemplo, a aturar muita coisa pois ela era o “bebê” e eu a mocinha. Mas no balanço geral, tudo deu certo assim, eu tenho o perfil da irmã mais velha mesmo, que cuida, toma decisões, dá idéias, ajuda, faz tudo por ela. Já ela o perfil da irmã mais nova, a mais carente, mais chorona, mais sensível, mais dependente e até mais meiga 🙂 Sem esquecer de dizer, a mais mimada. Lembro dessa roupinha dela, desse meu vestido, desse dia da foto, desses seus cabelos rebeldes e da minha boca banguela. Irmão é a melhor coisa que tem, eu que pedi pra minha mãe uma irmãzinha, e me arrependi muitas vezes depois, hoje eu digo, FOI O MELHOR PEDIDO QUE JÁ FIZ. Nas horas de aperto, essa pequena irmã mimada e frágil, se mostrou uma pessoa de muita coragem e força. Essa irmã aqui com cara de forte, já desabou, e precisou daquele ombro. E assim acontece essa troca maravilhosa, o apoio, a amizade e o amor. Sim, a Luna vai ter um irmãozinho também, ainda não sei quando, mas pra mim, irmão é essencial.

Gente esquisita

Gente estranha é o que não falta aqui em NY. Fico imaginando como certas coisas não influenciam na vida profissional delas. No Brasil quando as pessoas fazem uma tatuagem sempre há a preocupação de que vai ser rotulado de alguma forma, e poderá prejudicar na hora de arrumar emprego. Isso realmente acontece na verdade, quando estamos em uma entrevista, somos observados dos pés à cabeça. Aqui, vejo algumas mulheres (na maioria negras e latinas) com unhas ENORMES, aqulas que viram pra baixo, como as do zé do caixão, sabem? Trabalham no caixa da Farmácia por exemplo, onde tem que ficar o tempo inteiro trabalhando com as mãos na máquina registradora. Você a contrataria?
Aqui no andar, tem uma menina que trabalha em uma galeria de arte, mas na parte do escritório. Ela anda SEMPRE de preto. Primavera, verão, outono, inverno, não importa, ela sempre está black. Até aí, não é TÃO estranho, mas o que é sinistro, é que ela sempre está com a MESMA roupa. Sim, imagino que ela tenha umas 10 peças iguais, pois não parece suja. A bota sempre a mesma, a calça no meio da perna, sempre igual, a mesma camiseta e o mesmo avental na frente. Não acho isso muito normal, não acredito que uma pessoa assim tenha o juízo certo. Mas como ela é simpática sempre, puxa papo, achei que eu pudesse estar enganada. Logo veio a confirmação, não podia mesmo ser muito normal. Um belo dia, falo oi ela nem responde. Outro dia, deu ataques porque roubaram a planta dela que estava do lado de fora da porta, e veio até aqui o escritório perguntar se roubamos a planta dela. Óbvio que dissemos que não, mas que por engano o pessoal da limpeza poderia ter colocado no lixo, como fizeram com nossas garrafas de água uma vez que estavam do lado de fora e… nesse ponto ela interrompe e começa a dizer que aquilo é planta e não água e bla bla bla.
É eu não estava mesmo enganada… Como será o relacionamento dessa criatura no trabalho?

Incentivo é tudo!

O incentivo a leitura aqui é algo realmente fantástico. Hoje fomos novamente no Bryant Park, pois é caminho da volta da nossa sagrada comidinha brasileira aos sábados. Luna foi ao carrossel, e se soltou bem mais, aliás amou e não quis sair mais. Quando estávamos saindo, encontramos o “Reading Room”. O projeto original aconteceu em 1935, como uma resposta pública à Era da Depressão pelo alto índice de demissões em NY. Muitas pessoas não tinham nada o que fazer durante o dia e nenhuma perspectiva de trabalhos. Por isso, a Biblioteca Pública da cidade, abriu a “Biblioteca ao ar livre” para dar a esses desempregados no ramo de negócios e intelectuais, um local para eles irem, que não precisasse de dinheiro, endereço válido, um cartão de biblioteca ou qualquer identificação para poder curtir os materiais de leitura.
Em 1944 ela foi fechada devido ao crescimento de empregos e a Segunda Guerra Mundial, mas para nossa felicidade, a “The Bryant Park Corporation” repetiu o projeto, criando o Bryant Park Reading Room. É modelado a partir do original, com algumas adições como: livros específicos para crianças, seções de leituras na hora do almoço, cadeiras móveis para promover um ambiente mais íntimo, cadeiras e mesas para crianças. O programa está aberto a qualquer pessoa, sem que necessite se identificar- é chegar, escolher seu livro e sentar para curtir uma agradável tarde de leitura em frente ao carrossel. O projeto é patrocinado pelo HSBC e aceitam livros para doação.
Hoje ficamos por lá, Luna não sabia se olhava os livros, ou as luzes dos cavalinhos rodando. Sentou na cadeirinha, apontou para tudo, tentou rasgar algumas páginas, e depois que o sono chegou e o enjôo começou, fomos para casa, felizes e encantados com mais isso que New York nos oferece, e de graça. Cultura e educação, não tem preço.
Podia virar um bordão: “Assim dá gosto de pagar imposto”
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Amizades verdadeiras

Não sou cheia de amigos, tenho poucos. Me dou muito melhor com os amigos homens do que com as mulheres, e meus poucos amigos verdadeiros, na maioria, são homens. Me dedico muito a eles, faço tudo que eu puder pra ajudar, me envolvo nos problemas, me jogo de cabeça mesmo. E é engraçada essa coisa de amizade, cada um é completamente diferente do outro e ainda assim nos damos bem. Lembro que tinha um amigo que adorávamos falar sobre música, era uma sintonia ótima. Falávamos das letras, dos sentimentos com as músicas, dos momentos com que cada uma delas combinava. Esse era nosso ponto em comum e no que mais nos dávamos bem. Enquanto com um era música, com outro é um papo mais intelectual, garotas, acontecimentos e até de bebês. Outros nem são assuntos específicos nada muito aprofundado, banalidades. Um deles, amigo de LONGA data, acredito que uns 11 anos, é o que satisfaz meu lado masculino. Falamos muita, mas muita, mas MUITA merda. Falo palavrões, falo de mulheres gostosas, de homens não pois ele é muito machista, falamos de relacionamentos, de crianças, de músicas, falo de coisas nojentas bem típicas de homens, enfim sem cerimônias. Ele estava comigo no momento que MAIS precisei de um ombro amigo, e aguentou MUITA chatisse minha em outros momentos. Me acompanhou ao hospital no meu único como alcóolico e choramos juntos a derrota do Brasil pra França em 98. Quando penso em alguém que posso falar de tudo é ele, e quando penso em alguém que posso encher MUITO o saco e satisfazer minha vontade de zoar, pentelhar, cutucar, irritar e me divertir com isso, é ele que me aguenta.
Hoje tivemos mais um episódio pelo MSN (ele me proibiu de publicar) hilário, com episódio Bourne is back home, banheiro, minhoquinhas, fusca e outros impublicáveis. Se eu mostrar pra alguém vão dizer: vocês são loucos mesmo, isso não existe. RIR e falar merda, é o melhor remédio pro stress. O melhor de tudo é que esses assuntos todos eu colo pro Sergio e dou graças a Deus que eles são os melhores amigos, assim não rola confusão, pois além de tudo, o Sergio é meu companheiro nas encheções de saco. Amigos assim, são pra sempre, mesmo estando tão distantes!