Eu, a viagem e o Charley

Hi Folks, estou de volta!
Essa viagem foi um furacão, literalmente, em todos os sentidos. Para eu pagar minha língua, o Charley resolveu dar uma mudadinha no seu percurso e passou bem em cima de Orlando. Até o momento que eu tinha postado, estava tudo muito light, aliás até às 6 da tarde estava ótimo, foi então que começou a ventania. No fundo eu estava louca para ver o efeito de um furacão mesmo, até porque a previsão era que não fosse ser tão forte a passagem por onde estávamos. Quanto mais ventava (veja o vídeo) mais eu ficava “excited” sem pensar no perigo que poderia ser. Na Tv, começaram a avisar que ia ser mais forte, recomendaram para que ficássemos em casa e a recomendação do pessoal do hotel era para que ficássemos longe das janelas, com as cortinas fechadas. Resolvemos assistir um filme no laptop e no meio do filme a coisa começou a ficar preta. Ventos muito fortes, da nossa janela só se via a piscina, o outro prédio do hotel e as árvores. Elas balançavam MUITO, a cada vento mais forte, pausávamos o filme e íamos na janela filmar e fotografar. Como foi piorando cada vez mais, resolvemos seguir as recomendações, fechamos as cortinas e saímos da janela. Sentei na cama e comecei a sentir a parede vibrar. Foi uma sensação de impotência, misturada com medo e desproteção. Aonde mais eu poderia estar segura naquele momento a não ser no quarto? Era o único lugar, e a qualquer momento estávamos correndo o risco de o vento quebrar as janelas, nossas coisas saírem voando, enfim, uma mistura de tudo e eu estava realmente com medo. Ainda bem que essa parte mais forte não deve ter durado mais do que 40 minutos e depois tudo foi se acalmando. Claro que nessa altura do campeonato, a luz já tinha ido embora e o laptop já tinha acabado a bateria bem no final do filme. Resolvemos então sair do quarto e fiquei surpresa com o que vi, todo mundo no corredor. Crianças dormindo no chão, pessoas comendo, jogando ou apenas batendo papo, mas todos reunidos no corredor. Não entendi se foi medo de ficar no quarto pelo furacão ou pelo escuro, mas estava engraçado, parecia um abrigo.

Dia seguinte (sábado), o caos tomou conta do hotel. Sem luz, sem água e sem informação alguma se os parques estariam funcionando. Os funcionários nada solícitos, não informavam o status do caos, nenhuma previsão de quando iria voltar a luz, não falavam nada, mal respondiam o que nós perguntávamos, e muito menos se teria o ônibus que nos leva gratuitamente aos parques. Fica difícil assim né, ainda mais sem telefone. Não podíamos usar o celular pois além do sinal estar péssimo, tínhamos que economizar bateria. Pudemos ver os estragos do Charley, árvores caídas, postes, os sinais de trânsito apagados, policiais tentando controlar a bagunça nas ruas, batidas de carros, pessoas estressadas. Às 12:00hrs soubemos que os parques estavam abertos e os incompetentes do hotel disseram que estavam fechados. Com o caos instalado na cidade, o taxi demorou uns 45 minutos para chegar, ou seja, cheguei no Epcot depois das 13:00hs. Amei o parque, no próximo post vou falar mais deles, mas foi a maior correria para dar tempo de ver tudo.

Chegamos no hotel e somente o outro prédio tinha luz, mas não tinha água. O nosso quarto tinha luz apenas no banheiro onde colocamos todos para carregar: celulares, laptop e bateria da câmera. Banho só gelado, aliás bem gelado, estávamos sem TV e sem notícias, aonde estaria Charley?

No Domingo saímos cedo, mas novamente não tinha ônibus para os parques e não queriamos esperar novamente 45 minutos pelo Taxi então resolvemos pegar um ônibus da cidade mesmo. Aqui em NY é possível usar moedas de 5,10 e 25 cents, mas lá não. Subimos no ônibus depois de esperar mais de 35 minutos, pois estávamos no lado errado da pista. O motorista foi super grosso e nos disse que moedas somente de 25 cents. Rapidamente trocamos uma nota de 1 dolar por moedas, mas ele começou a resmungar e foi a maior discussão, nós e o mal educado do motorista. Nisso, quando liguei para minha mãe enquanto esperava o ônibus, ela me diz que meu avô faleceu. Ainda bem que eu não tinha muito contato com ele, pois minha cota de sofrimento esse ano já deu, claro que sinto, mas pelo menos ele descansou, já que estava vivendo em cima de uma cama, já não andava mais e nem reconhecia muito as pessoas.

Fomos pro Magic Kingdom, passamos o dia lá e acabou até sobrando tempo no final. Depois conto os detalhes, meu mico com o Mickey e meu ataque de pânico na Splash Mountain. Choveu bastante e esperávamos encontrar luz já no hotel, mas nada. Mesma coisa. Pior mesmo, era ver todas as ruas antes da nossa com luz, perfeito. Justo na nossa a luz não havia chegado. Mais um dia de banho gelado.

Segunda Feira fomos ao MGM, que eu amei! Fizemos o check-out logo cedo, fomos para o parque e foi a maior correria, pois só tinhamos até as 15:00rs para aproveitar. Corre de lá, corre de cá, atrasados para o transporte do hotel-aeroporto, mas no final deu tudo certo. Chegamos a tempo, o vôo atrasou, correria para não perder a conexão para NY, e para completar a viagem-furacão, pegamos uma enorme turbulência na chegada. Já não bastava o que sofri naqueles brinquedos, ainda tive o frio na barriga do avião. UFA! O Sergio adorou a aventura, eu só gostei da parte do furacão, mas o caos no hotel, os contratempos com transporte e a correria nos parques, poderia ter passado sem. Se tivesse que resumir a viagem em uma palavra essa com certeza seria FURACÃO



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