Mãe, mãe e mãe e mais mãe

Escrevo esse blog desde 2003, já dei inúmeras dicas de Nova Iorque, falei das minhas saudades, revoltas, perdas, conquistas. Depois que me tornei mãe, muita coisa mudou, quando vejo promoções, vou correndo para a sessão infantil. Eventos que procuro, são pensando na Luna, minhas tardes no final de semana, que antes eram nas ruas da cidade, descobrindo vários cantos, coisas novas ea lojas descoladas, hoje gasto em playgrounds, cinema infantil, eventos para a baixinha. Zara agora, me interessa a kids, sem querer aprendi a usar as milhares de roupas que tenho no meu armário e não sentir falta de comprar coisa nova. O que dizer das fotos… no meu picasa o número campeão na parte onde ele contabiliza as fotos por pessoas, MONICA era o campeão disparado. Hoje, Luna já triplicou esse número, e Lorenzo está a caminho.
Estou dizendo tudo isso pois percebo que tenho escrito cada vez menos aqui no blog, e isso acontece por duas razões: falta de tempo, que agora divido entre dois babies, casa, marido e cachorra, e porque tambem percebo que tudo que penso em falar é relacionado a maternidade. Já falei tanto de NY, afinal são 12 anos aqui, que poucas são as coisas que soam como novidade, ou diferente paaara mim. Acho que estou precisando mudar para uma cidade nova, viajar ou variar o “cardápio” motherhood.

Bullying

Hoje lendo essa matéria fui sentindo um aperto no coração só de imaginar a Luna um dia passando por isso. Essa coisa do popular (como eu tinha mencionado até no blog dela) me dá arrepios justamente por esse motivo. Normalmente quando a criança se torna popular, ela vai adquirindo uma força que nem sempre traz bom resultados pois nem todo mundo sabe lidar com ela. Me lembro que em todos os lugares que estudei, presenciei o Bullying acontecendo. Já fiz, já fui vítima, e acho algo super perigoso, as escolas não dão a devida importância/atenção a isso. Na minha opinião, isso influência (e muito) na auto-estima, a pessoa vai ficando cada vez mais retraída e consequentemente pode influenciar em tudo que essa criança vai ser ou fazer no futuro. Me lembro que pelo fato de eu ser MUITO magra na adolescência, ganhei vários apelidos, e por conta disso, morria de vergonha de usar o uniforme obrigatório na aula de educação física, pois me deixava ainda mais magra e sem bunda (a única coisa que eu tinha e que me salvava). Resultado? Quase repeti em educação física devido as faltas.
Me lembro que um dos piores casos nesse sentido que eu presenciei, foi na oitava série, que a classe inteira zombava de uma aluna, apenas pelo fato de ela ser muito magra, muito alta e feia . Era alvo de gozação todos os dias, ninguém queria dançar quadrilha com ela, nem fazer trabalho em dupla. Na época, não tinha noção do que essa rejeição significava, hoje fico imaginando, o que ela passou, o que sentiu e como isso pode ter afetado no que ela é hoje, e acho TERRÍVEL lembrar de toda a humilhação. Num outro caso horrível eu até participei algumas vezes, mas sem a noção alguma do que aquilo poderia causar. Era uma menina lá do prédio que tinha medo até da sombra. Todo mundo colocava medo nela, corria atrás e eu só me lembro das inúmeras vezes em que a Graziele saia correndo com os braços levantados, a boca aberta, gritando de pavor. Acho que fiz apenas uma vez, não me lembro de outras, eu e meu primo fingimos que ele ia me matar e eu gritava. Tadinha, ela ficou apavorada e saiu chorando. Dá até vergonha hoje quando me lembro, mas eu acho interessante como crianças não tem esse sentimento de dó, culpa, e faz essas coisas sem o menor ressentimento. Acho que é por isso que dizem que toda criança é má e me lembrando disso, a carapuça serviu perfeitamente em mim.

Irmãos

Alguns anos atrás…

Poucos (hehehe) anos depois…

Tempinho bom, que não volta mais e fica na lembrança e no coração. Adoro ser a irmã mais velha por muitos motivos. Adoro cuidar da minha irmã, e isso vem desde a infância onde eu a levava na escola, morria de ódio que ela chorava, não ficava lá, e minha mãe dizia para buscá-la e levar pra casa, já que ela ficava chorando. Eu dava aula pra ela todos os dias a noite e eu que ensinei-a a ler as primeiras palavras. Quando brincávamos, eu sempre ficava com a melhor parte, com o melhor nome, com a melhor boneca. Podia pedir mil favores fazendo chantagens para ela poder ir comigo às festinhas. Sabia sempre mais, enganava mais, e cuidava mais. O lado ruim era que as obrigações eram mais minhas do que dela, como por exemplo ajudar a mãe, a dar o bom exemplo, a aturar muita coisa pois ela era o “bebê” e eu a mocinha. Mas no balanço geral, tudo deu certo assim, eu tenho o perfil da irmã mais velha mesmo, que cuida, toma decisões, dá idéias, ajuda, faz tudo por ela. Já ela o perfil da irmã mais nova, a mais carente, mais chorona, mais sensível, mais dependente e até mais meiga 🙂 Sem esquecer de dizer, a mais mimada. Lembro dessa roupinha dela, desse meu vestido, desse dia da foto, desses seus cabelos rebeldes e da minha boca banguela. Irmão é a melhor coisa que tem, eu que pedi pra minha mãe uma irmãzinha, e me arrependi muitas vezes depois, hoje eu digo, FOI O MELHOR PEDIDO QUE JÁ FIZ. Nas horas de aperto, essa pequena irmã mimada e frágil, se mostrou uma pessoa de muita coragem e força. Essa irmã aqui com cara de forte, já desabou, e precisou daquele ombro. E assim acontece essa troca maravilhosa, o apoio, a amizade e o amor. Sim, a Luna vai ter um irmãozinho também, ainda não sei quando, mas pra mim, irmão é essencial.

FELICIDADE

Sempre estamos em busca da felicidade, isso é notório. Tão sonhada, a felicidade na verdade sempre é mais idealizada do que vivida na prática. Quando você vê um comercial de viagem vc já se imagina lá, no melhor lugar, no melhor momento, no melhor clima, na melhor compania, e a sensação da felicidade é essa. Tudo perfeito, azul, sem problemas, a mais pura sensação de alegria. Eu como grande sonhadora não fico de fora, e várias coisas que vejo e ouço me transmitem essa sensação. Uma delas é assistir aquele jingle da Globo no final do ano. Ouço aquela musiquinha, vejo aqueles atores lindos, rindo, felizes, fecho os olhos e me transporto pra lá. Imagino o que me faria feliz, e a visão mais piegas e ainda assim mais pura dessa felicidade é me imaginar cantando aquela musiquinha na praia, na areia, alto, e explodindo de felicidade! (entendem tb pq frustração é grande depois né? )

Hoje é um novo dia
de um novo tempo
que começou nesses novos dias
As alegrias serão de todos, é só querer…
Todos nossos sonhos serão verdade,
o futuro já começou.

Hoje a festa é sua
Hoje a festa é nossa
É de quem quiser, quem vier.
A festa é sua, hoje a festa é nossa
é de quem quiser, quem vier!

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FINAL DE SEMANA

O clima do final de semana, nublado e chuvoso reflete exatamente como foi o meu final de semana, nublado, chato, chuvoso.

O Leão só descansa quando é derrubado, gripe, febre, cama (não digo que há males que vem para o bem?) Eu, trabalhando, fazendo free-la, me aborrecendo com clientes chatos e desorganizados e com “amigos” de pouco caso. É ouvi dizer que bebê sente tudo isso, então o exercício agora é, exorcisar o que é ruim, exercitar a alma para o controle emocional, evitar o que aborrece, afastar o que atrapalha! Baby, como diz a sogrinha, tem que ouvir música clássica e ter paz, muita paz desde lá de dentro!!!

Então é isso, vamos continuar esse domingo feio e chuvoso, trabalhando e esperando que tudo se ajeite e que venha a segunda, que apesar de ainda fria, vai deixar o sol aparecer!

E O DINHEIRO NÃO COMPRA A FELICIDADE?

Se preparem que estou afiada.

Hoje eu estava lendo na internet sobre a mega festa que a Angélica e o Huck deram pro filho de 1 anos deles. Well, pra quem é a festa? Para os convidados, claro, pois o menino não faz a minima noção do que está acontecendo, e essas mega festas, geralmente acontecem no primeiro ano de vida do bebê, os anos seguintes normalmente são mais calmos. Agora pensem, se é pensando no filho mesmo, por que não fazer essa mega festa quando ele puder aproveitar e lembrar para o resto da vida? Aos 5 anos por exemplo.

Enfim, lendo a reportagem, vejo a Angélica dizer que está super orgulhosa dela mesmo, pois consegue fazer a díficil tarefa de “ser mãe, ser mulher e ainda trabalhar”. Peraí. Díficil? Pra quem tem um aparato de gente pra ajudar, sem que ela precise chegar do seu trabalho “cansativo” (em um dia ela grava os 5 programas da semana) e ir arrumar casa, cozinhar, lavar roupa etc… isso fica até estranho de ser dito. Se pra ela é difícil ser mãe, mulher e trabalhar com babá e empregada fazendo tudo que tomaria o tempo “livre” dela, o que diria a mulher que não tem babá nem empregada, deixa o filho na creche pela manhã, sai correndo do trabalho a tarde, busca a criança, chega em casa, dá comida, dá banho, arruma a cama que não deu tempo de arrumar de manhã, faz comida pra ela e para o marido, arruma o resto da casa, dá atenção pro cachorro e quando o marido chega ainda tem pique para serví-lo, fazer companhia e ainda se manter em forma, ficar bonita e dormir cedo, pois o dia seguinte ainda vai trabalhar no mínimo 9 horas por dia? Sem contar aquelas que fazem tudo isso e ainda no final do mês ganham um salário rídiculo de pequeno. O que seria então ser “mulher, mãe e trabalhar” para essas pessoas, se pra Angélica é difícil?

Imagino quantos casamentos acabam justamente por essa falta de “ajuda” para que a mulher possa realmente dividir sua atenção com seu filho, cuidar da sua casa sem deixar que o casamento se abale pela falta de tempo e cansaço para dar a atenção que deveria para o relacionamento e ainda se cuidar para que a chama e o encanto permaneçam sempre com eles. E o dinheiro realmente não compra a felicidade?