É legal ficar vendo de fora, uma situação rolando que as pessoas envolvidas não estão se olhando o tempo todo, e não sabem como a coisa está acontecendo. Adoro observar comportamentos e às vezes ficar ouvindo a conversa ao lado, se é interessante.
Hoje sentei no meu lugar com a Luna no canguru, e no banco ao lado, de 2 assentos, tinha uma mulher e um homem, nos seus 25-30 anos. Ele estava tentando ver qual estação estava, já que o metrô estava lotado, e as pessoas cobriam a visão. Ela avisa:
– É a Delancey
– Ah obrigada, não conseguia ver.
Nisso, ele dá uma medida na menina que já não está mais lhe olhando, pára na altura dos seios, dá uma risadinha e volta a olhar pra frente. Fica mudo um tempinho, provavelmente pensando: “Que posso dizer pra puxar papo com a menina dos seios atraentes?”
…..
– Você tem um sotaque diferente, de onde você é?
Essa é a a pergunta básica aqui sempre pra puxarem papo. Como muitaaaaaa gente aqui vem de outro país, a pergunta é uma boa estratégia.
– Sou de Israel
– Ah meus pais também são de lá, de que cidade você é?
– Sou da YTREWTYRDEW^%TR$
– Ah lugar bom!
Aí cada um olha pra frente, naquela situação meio “chata” de não saber mais o que dizer, mas querendo dizer algo… alguns segundos de caras de bunda e ele ataca de novo:
– Você está visitando ou mora aqui?
– Moro aqui, acabei de me mudar
– Eu sou advogado, apesar de não parecer, mas olha, é que minha roupa está aqui na minha mala (ele abre o ziper e mostra a gravata) é que estou indo numa aula de corrida… (fala sério…)
– Ah é? hahahahaahahhahahaha.
Nisso um senhor na minha frente, não tirava os olhos da menina. Ele observava tudo, eu ainda olhava às vezes, mas ele era o tempo inteiro. Devia estar pensando que ele gostaria estar no lugar do mocinho advogado. E os dois com o papo tão engatado, nem perceberam que estavam sendo tão observados.
Essas horas imagino como seria legal se em cima da cabeça deles, junto com o silêncio tivesse um balão como aqueles dos gibis com as bolinhas saindo da cabeça e chegando até o balãozinho.
Minha estação chegou e não vi o final da história. Acho interessante ver o “approach” dos americanos, pois nunca os vejo paquerando na rua, nem no metrô. É tão diferente, que quando chego no Brasil, estranho muito as pessoas me olhando.