Acidente em metrô

Antes de ontem eu estava no metrô C quando ele de repente parou no meio entre uma estação e outra e ficou parado durante 40 minutos. O mais agoniante era que não podíamos nem ao menos sair pela saída de emergência, ainda bem que consegui pegar no sono para o tempo passar mais rápido.

O que aconteceu é que um garoto de 14 anos estava voltando com os colegas da escola e resolveu “aparecer” para a turminha. Foi para um lugar no meio dos vagões, o qual é usado para se passar de um vagão para o outro, e dalí ele tentou subir para o teto do trem, para “surfar”. Normalmente isso é feito em estações que ficam fora, pois pelo menos há lugar para colocar a cabeça, já nas subterrâneas, não há espaço nenhum, só o suficiente mesmo para o trem passar.

Segundo o NY Times, o garoto subiu, bateu a cabeça em uma viga, caiu nos trilhos e o trem que vinha atrás passou por cima dele. Sua amiga disse que ao ouvi-lo gritar por socorro, tentou segurar sua perna, mas não conseguiu, foi escorregando e o garoto caiu nos trilhos. Só conseguiram avisar o condutor na próxima estação, mas até avisarem não houve tempo de se comunicar com o trem que vinha atrás. O que não entendi foi porque no momento em que ele subiu e pediu socorro, não acionaram o freio de emergência. Sempre que tem avisos sobre como proceder em situações de emergência, falam para nunca acionar o freio, eu até me perguntava, pra que serve então? em que situação deve-se usar o freio? Essa era uma delas, ao menos se o trem parasse, com certeza haveria tempo de avisar o trem que vinha atrás e salvar o menino, caso ele já não tivesse morrido somente pela queda.

Aí vem a família dizendo que ele era um menino muito bom que jamais faria isso, que provavelmente deveria ter sido desafiado pelos colegas, aquela velha história “meu filho jamais faria isso”. Se não fizesse, não seria um desafio de colegas que iria tirar o juízo do garoto. Às vezes parece que os pais são os que menos conhecem as crianças. Elas são uma coisa em casa e com os colegas são completamente diferente, e os pais confiam plenamente apenas naquilo que presenciam no pouco tempo que passam em casa com eles. Sei perfeitamente que os filhos agem de uma maneira com os pais e de outra com os amigos, afinal já passei por essa fase e também era assim. Quero ter dicernimento o suficiente e cegueira de menos para saber do que meu filho é capaz de fazer quando está longe de casa.

PS: Só para esclarecer, acho que me expressei mal, eu acho que os pais não tem culpa alguma, não é pela educação que deram que o menino faz isso, o que disse apenas é que os pais sempre saem nessa defensiva achando que os filhos nunca são capazes de fazer essas loucuras, ficam meio cegos.

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