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Gostoso ir a shows nos parques aqui em NY, mais ainda é ver show de banda brasileira quando estamos com saudades de casa. Sexta feira teve show do Araketu e depois o filme Fala tu, um documentário bem legal, com frases que te fazem pensar melhor sobre a situação social do Brasil. Uma dessas frases foi de um dos Rappers, que diz que ele já nasce excluído na sociedade. Te faz pensar como deve ser difícil alguem vencer, nascendo num lugar como a favela, aonde o maior desafio é sair dessa “exclusividade” e fazer parte da sociedade. Difícil não ter como referência de sucesso, o maior traficante da favela, aquele que tem o tênis de marca, mulheres, dinheiro, significado de sucesso na comunidade.

Sábado foi melhor, show da Margareth Menezes e o filme Viva Voz. A maior emoção foi mesmo o show. Nada melhor do que poder vê-la de graça, de perto, num lugar não entupido de gente, mesmo sendo um show free.

Ela é fenomenal, uma voz de estremecer qualquer palco e encantar qualquer povo. Estar alí vendo ela dançar, aquele sambinha só nosso e ouvindo letras que só nós que estamos tão longe sentimos batendo muito forte dentro do peito, fazem desse um dos melhores shows que já vi. Naquele momento que ela cantava, os pêlos do braço ficavam 90% do tempo arrepiados. Parecia que estávamos recebendo e sentindo o mais puro dos sentimentos do que o nosso país tem de bom. Não tinha espaço para lembrar das coisas ruins que tem por lá, nenhuma violência, nem corrupção, o que entrava alí era somente alegria, emoção, orgulho e muita, mas muita saudade e felicidade em saber que isso tudo é só nosso. Vários americanos e pessoas de outras nacionalidades estavam presentes, mas só nós brasileiros tínhamos esse sentimento em comum, que mesmo com milhões de palavras, não daria para explicar a nenhum estrangeiro, era uma língua somente nossa, sem tradução.

No final do show, após entrar para o bis, ela ficou pensando que música cantaria e disse que cantaria aquilo que era o desejo de todos nós. Aquele vozeirão começa a cantar:

“Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus eu sei, eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita”

Depois de pegar uma toalha com bandeira brasileira, que foi jogada por uma pessoa da platéia, ela não resistiu e caiu no choro quando cantando a música, enfatizou a palavra “e será”. Se emocionou bastante, não conseguiu continuar, mas a gente ajudou! Várias pessoas chorando, e eu fiquei surpresa quando vi minha amiga americana também com lagrimas nos olhos. Se isso emocionou a ela, imaginem a nós.

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