MAIS UMA HISTÓRIA DE AMOR EM NYC

Como diz a Thati, seria bom um dia da verdade, onde você pudesse falar TUDO que está pensando. Mas na prática não é bem assim que funciona. Ontem fui ao cinema e se fosse o dia da verdade, já ia começar logo antes do filme. Escolhemos o melhor lugar do cinema, pois ainda estava vazio. Vão chegando as pessoas, ao meu lado direito sentam duas meninas, mas PRA VARIAR, elas não sentam exatamente na cadeira ao meu lado, pulam uma. Essa hora no dia da verdade eu diria: &^%$*# porque você pula uma cadeira? Pra depois alguém vir encher meu saco?(já explico).

Ao lado do Sergio senta um casal e também PRA VARIAR, pulam uma cadeira, ou seja, uma cadeira vaga do meu lado outra do dele, virá um casal bem na hora de começar o filme, pedir para pularmos um assento pra lá, para que eles possam sentar juntos. Sim, esse casal que chegou atrasado, quase no começo do filme, ou até já com o filme começando, chega no cinema, pega o melhor lugar e ainda vem encher meu saco que já estou lá há 1 hora antes. No dia da verdade eu falaria pro outro casal “%^&*( dá pra vcs não pularem um assento por favor pois eu não tenho lepra?” e depois pra quem viesse pedir pra mudar de lugar diria “NÃO MUDO, vá sentar lá na cara da tela, quem mandou chegar essa hora?”. Maaaaas como não funciona assim, a gente reclama só com o marido, ou pensa sozinha ou conta até 10.

Eis que chega uma criatura sozinha e senta ao meu lado. Que bom, não está mais sobrando dois lugares e ninguém vem me encher o saco. A menina tira de um saco, um sanduíche, que com certeza comprou fora do cinema, pois lá dentro só vende pipoca, nachos, chocolates e balas. Um cheiro insuportável de manjericão entrando no meu nariz e ela não parava de comer. No dia da verdade eu falaria: “PQP dá pra guardar essa coisa fedida que está me enjoando profundamente, pois vc não deveria estar comendo esse sanduíche aqui dentro do cinema?” Contei até 10, reclamei baixinho só com o Sergio e beleza, começa o filme.

Tirei da bolsa meu Kinder Bueno, aquele chocolate com recheio sabem?Da família do kinder ovo. Abri o pacote e no primeiro barulho do plástico, a comilona ao meu lado já olhou pra minha cara. Será que ela quer meu chocolate ou se incomodou com o barulho do plástico quando abri? Continuei comendo e claro como é pequeno, não demorou nem 1 minuto pra acabar de comer e a cada mexida no plástico ela olhava bem pra minha cara.

Eu me incomodo também com uma pessoa que leva um saco de salgadinhos pro cinema e fica alí fazendo aquele puta barulho de saco um tempão, afinal pra acabar com um pacote de salgadinho demora muito mais do que apenas abrir um chocolate pequeno e acabar com ele. O barulho ela só ouviu quando abri e quando eu tentava subir o chocolate de dentro da embalagem. No final da barra, ela solta alguma reclamação pra mim que eu fiz questão de não entender e ignorar, continuei olhando pra tela. Peguei minha outra barrinha, pedi pro Sergio abrir (quem sabe ele nao fazia ainda menos barulho do que eu). Nessa hora ela olhou novamente pra gente. Eu continuei comendo meu chocolate, e mais uns 3 barulhos de plástico ela vira pra mim e diz: “Isso é muito irritante!” Eu contei até 3, encostei perto dela pra não precisar falar alto, bem calminha e irônica e disse: “O cheiro do seu sanduíche também era BEM irritante”. Ela não teve respostas, claro. Ficou bem quietinha e eu guardei meu “plastico” já sem chocolate dentro da bolsa. Claro, fazendo mais barulho ainda, agora de propósito. Ela com cara de tacho, não esperava essa minha resposta NUNCA! Logo depois, alguns outros barulhos de plástico ecoavam pelo cinema, claro, MUITA gente compra balas, chocolates e que obviamente vão fazer barulho na hora de abrir.

Eu entenderia a folga dela em vir falar alguma coisa, se eu tivesse atendendo um celular, se estivesse com um saco de biscoito fazendo barulho contínuo… e mesmo assim, eu já tendo passado por essas situações, morrendo de vontade de reclamar, fiquei quieta. Americano é assim. Eles não pensam duas vezes antes de falar, se sentem incomodados, falam e pronto. Aí se é outro americano folgado, começa aquela discussão estúpida, que estamos tão acostumados a ouvir aqui pelas ruas e metrôs de NY. Tolerância -10.

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