BESTEIRAS

Hoje conversando com a minha mãe, ela comentou sobre meu primo Eduardo, que mudou de Recife para o sul há pouco tempo. Me contou um resuminho da conversa, que ele estava feliz por ter renovado o contrato de trabalho, e a seguinte frase dele pra ela, ficou parada aqui no meu pensamento: “Sabe, eu sinto falta das besteiras do pessoal lá de Recife, o povo aqui é muito sério”. Engraçado que nós temos muito desses pensamentos em comum e essa frase foi mais uma dela, caiu como uma luva pra descrever muita coisa que eu tento e nunca consigo. Eu sinto falta das besteiras do povo do Brasil! Lembro que sentia a mesma coisa quando eu ia pra Recife e voltava pra São Paulo, sentia falta de algumas besteiras que lá pareciam ser mais “desenvolvidas”. Acho que ele sente essa diferença de Recife pro Sul, como eu sinto do Brasil pros EUA. Talvez, muita gente não vá conseguir entender o que eu e ele estamos querendo dizer, talvez isso fique mais claro, para quem tenha o mesmo espírito que nós e que tenha vivido em locais bem distintos e com culturas diferentes também, mas resumindo tudo, é isso mesmo, o Dú conseguiu traduzir um sentimento que eu não conseguia explicar muito bem… eu preciso das besteiras!

Como vocês já perceberam, eu amo o nordeste, eu adoro o jeito do povo, eu gosto do jogo de cintura, e até um pouco daquela malandragem, mas o que gosto mais mesmo é do sotaque, “hein-hein que coisa már linda”. Acho fofo quando você conta uma história, fala, fala, no final eles respondem assim, “e é?” tem o “eita…” “foi merrmo?”

Adoro as sacadas rápidas, as brincadeiras, as coisas engraçadas que eles falam, as besteiras, que pra eles já são tão normais, que me acham uma retardada quando fico rindo dessas coisas, como se fossem as mais engraçadas do mundo. E pra mim é. Por isso que digo que minha alma é pernambucana, meu espírito é de lá e eu não tenho dúvidas disso. Eden, meu outro amigo de Recife, me mostrou a foto de um apartamento, que a vista tinha o mar de Boa Viagem… quando vi aquela foto, parece que me transportei pra lá e pude sentir tudo de bom que aquela cidade tem. Os coqueiros, as barraquinhas da praia, o maracatú, o carnaval de Olinda, os amigos, o forró, as ladeiras… e meu Alceu Valença que traduz tudo isso que sinto e digo, nas letras de suas músicas.

Momento nostalgia, às vezes faz bem.

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