Há quase 10 anos atrás…

vínhamos para os Estados Unidos, com planos de ficar apenas 2 anos. Moramos 7 anos no mesmo apartamento, mudamos para outro que ficamos apenas 1 e estamos nesse que espero ficar sempre. Nesses 10 anos, trabalhei, fizemos algumas viagens e vivemos um momento histórico importantíssimo , o 11 de setembro de 2001. Passamos pela crise, fiquei em casa quase 2 anos, voltei a ativa. Em 22 de setembro, nasceu aqui a menina mais linda do mundo, minha americaninha brasileira. Tivemos que nos ausentar do país na correria após 1 mês do nascimento da Luna, por erro absurdo do USCIS que nos deixou fora de status sem que soubéssemos. Em todos esses anos fomos imigrantes sempre, mesmo jamais tendo sido tratados com desrespeito nem sermos vítima de qualquer racismo, a não ser a má educação dos Nova Iorquinos que é de praxe, com todo mundo mesmo. Já morando aqui há 10 anos, o formulário que preenchíamos de entrada quando voltávamos de outro país, no endereço de residência tínhamos que colocar o do Brasil. Pra eles, aqui não era a nossa casa.
Chegamos no comando do Clinton, escolheram o Bush, passamos por mais essa crise, que acredito será também histórica e no dia da posse do OBAMA, não poderia ter tido uma notícia melhor. O WELCOME TO UNITED STATES OF AMÉRICA oficial, selado, registrado, carimbado, chegou pelo correio. Ele está aqui, na minha mão, e não é um sonho… depois de 5 anos de espera, perrengues, stress em consulado, coração apertado, mil cartas para imigração reclamando dos erros, finalmente o pesadelo acabou, O GREENCARD CHEGOU! Num dia histórico para o país e para nós, família Mello e Castro.
Como prometido, eu e Sergio amanhã iremos tomar um porre pra comemorar, com Luna e vovó a tiracolo. SEE YOU!

Em Lake Placid

pc311260.jpgEsse ano comemoramos a chegada de 2009 fechadinhos no quarto do hotel, com o vinho gelando na varanda, que quando esquecíamos, ele literalmente congelava e tínhamos que esperar descongelar para começar a tomar. As comidas congeladas, ficaram também na varanda, junto com os refrigerantes, quando precisavam gelar rapidamente.
Chegamos dia 30 a noite, dia 31 ficamos de bobeira passeando com a Luna, e o frio estava de matar. Ela, eu e minha mãe sentimos MUITO frio, quase congelamos. Os pés demoraram um pouco para dar sinal de vida depois que decidimos entrar no quarto. Passamos o dia andando no LINDO Mirror Lake congelado em frente ao hotel, descendo de trenó nas ladeirinhas e contra tudo que eu já tinha me prometido antes, andando no trenó puxado pelos Huskies, na frente do hotel. Por mais que digam que eles foram criados pra isso, que gostam de trabalhar assim, eu não me convenço que não seja massante, incômodo, cansativo, e humilhante. Luna me fez quebrar a promessa de que jamais andaria nisso, mas acho que já matei a vontade dela, e foi a primeira e espero, a última vez.
Nos dias seguintes, ao frio de -27, -21, fomos para as montanhas esquiar. AMO esquiar, paixão total, pena que não fiz desde criança para que hoje esteja no nível que gostaria de estar. Enquanto Luna ficava com a minha mãe no hotel, íamos nos aventurar por lá. Percebi que depois que ela nasceu (eu não tinha ido depois da Luna ainda) eu fiquei claramente mais “cagona”. Não me soltei como nas vezes anteriores, tinha mais medo, mais cuidado, mas não ficava conscientemente fazendo isso por causa dela, acho que vem de dentro mesmo. Dessa vez tomei mais tombos, 3 no total. Não sei se pelo “medo” ou se porque finalmente abandonei os blades e fui pro esqui. Os blades são pra iniciantes e eu me sentia o máximo com eles, com domínio pleno, livre leve e solta. Humilhante mesmo, é ver esses toquinhos (aí na foto, um exemplo)esquiando melhor que a gente…
Encontramos MUITOS brasileiros por lá, trabalhando nos “lifts”. Íamos reconhecendo pelos nomes,”Priscila, Gustavo, Lucas, Thiago” e fomos confirmando, falando português perto deles e vendo a reação. Como bons recém chegados brazucas nos EUA, foram super simpáticos e fizeram questão de falar conosco. Só fomos pro topo da Whiteface Mountain, no terceiro (e último) dia de esqui. Uma pena que passou tão rápido, ainda mais se contar o tempo que a gente gasta pra se produzir. Essa é a parte chata. São MUITAS coisas pra colocar, muito tempo que leva, enche o saco, cansa, e no final, você já está torrando dentro de toda aquela roupa. Pior mesmo é se vestir inteira e ir arrumar a Luna… MEU DEUS, teste total e integral de paciência e tolerância. Eu torrando na roupa, Luna com cooperação zero, de corpo mole, se jogando na cama, reclamando da luva… Essa hora é tão bom ter a vó por perto 🙂
p1021292.jpgLuana se divertiu também, com suas botinhas que chamavam a atenção de TODO MUNDO na rua. Chamava tanto, que começou a me incomodar. As botinhas impedem que ela fique mancando quando anda na neve. Além do sal da rua, o gelo fica entrando no meio dos dedos, e ela não anda direito.
Foram pouquíssimos dias de férias, mas AMEI TODO MINUTO. Os vinhos, as risadas, a piscina quente, a bagunça, e até do frio insano já deu saudade. Adoro essa cidade, hope to be back there soon.
veja o restante das fotos

Final Frio e Feliz

Que delícia ouvir um final feliz num episódio que normalmente só nos traz tristeza. Apesar do frio “congelante” de -14 C (sensação térmica). Imagine a temperatura dessa água, que no verão já é absurdamente gelada. Acho que além do piloto, o sucesso se deve a grande quantidade de barcos que estão sempre por lá, ainda mais perto do ponto de saída dos barcos da Circle Line, que leva turistas para conhecer a ilha. Dos males o menor.
foto: Folha Online

Em cidade de doido…

tudo é doido.
Meu post das “férias” ainda está no forno, devido a seleção e edição das fotos, mas hoje vi essa loucura que aconteceu em Ny dias atrás. Até que achei que as meninas ficaram bem em suas “underware”. Só não entendo como conseguem encarar esse frio lá fora sem calças, pois no metrô até e fácil, tem aquecimento. Ainda assim, ninguém bate o “naked cowboy“, queria saber o segredo da resistência ao frio, olhem esse vídeo do maluco semi-nú nesse frio terrível no meio da neve.

Retrospectiva 2008

O filme: o MEU filme, dos poucos que assisti, “Vicky Cristina Barcelona”
O acontecimento: Poder viajar de novo, em breve
O livro: “I have lived a thousand years”
A surpresa: Luna falando tudo!
A decepção: Ter confiado em alguém que pra mim era da minha família.
A mania: Livros
A tristeza: Não ter ido ao Brasil
A alegria: Poder viajar jajá
A noticia boa: Subida do dólar
A notícia ruim: A crise mundial
A diversão: Esquiar novamente depois de 3 anos
A saudade: Do meu pai, sempre

Nosso Natal

A intenção era colocar as fotos da montagem da árvore antes, mas não deu tempo. Correria básica de final de ano, mais algumas coisinhas extras, me tiraram o tempo e a disposição de escrever.
Mama em casa, minha irmã que pediu um vôo para NY bem no dia 24, o que mais eu poderia desejar além da minha família passando o Natal comigo aqui na minha casa? A Luna, pela primeira vez passando o Natal na casa dela , entendendo bem mais o que é a árvore de Natal e eu pela primeira vez também fazendo planos para a “vinda do papai noel” em casa. Ela vê na TV que ele vem pela chaminé, mas aprendeu rapidinho que “casinha da Luna no tem ximiné” então “Papai Duel” viria pela janela trazer o presente que ela pediu – um guarda-chuva.
Colocamos aquela botinha pendurada na planta que temos perto da sala e falamos que seria alí que ele colocaria. Luna colocou os cookies na janela, pois ele chegaria com fome. Comemos, Luna cantou musiquinhas, mas estava bem gripada, tossindo demais, então nem consegui aproveitar muito o final, comi por etapas. Ai como é boa essa comidinha calórica de Natal… rabanadas são proibitivas! Luna dormiu, trocamos presentes e fomos preparar a vinda do papai noel, improvisando a pegada que ele deixaria de rastro, com farinha de trigo.
Foi ótimo, Luna acordou pela manhã, olhou meio assustada os vestígios da “visita” , percebeu os cookies faltando, e delirou com seu guarda chuva de vaquinha. Mas papai noel foi bonzinho e deu mais brinquedinhos pra ela, que passou o dia tossindo, febril, mas brincando com todos eles. Esse ano, ela também visitou o Rockefeller Center , que continua lindo com os mesmos anjinhos que conheci em 1999, e me emocionei ao lembrar da minha primeira foto lá, quase 10 anos atras, e hoje, estar alí com a minha pequena, achando tudo ainda mais lindo.

De doida, toda familia tem um pouco

Coisas de família são complicadas. A gente briga, fica bem, briga de novo, xinga, manda pro inferno, mas parece que como uma mágica tudo passa, e na maioria das vezes fica tudo bem. Claro que isso acontece com os familiares próximos, mãe, pai, tios etc, mas com agregados fica mais difícil. Na minha família tem um caso curioso, minha tia tem 4 filhos, quase todos na mesma faixa etária. Eles brigam tanto, de ficar sem se falar MESMO, que sempre que converso com alguém de lá, pergunto quem é a dupla brigada da vez. Ou a irmã 1 e o irmão 2 que se pegaram, ou as duas irmãs, ou a irmã 2 com o irmão 4 e por aí vai. Claro que o menos comum são os dois homens, mas sempre tem um conflito, isso é certo.
Uma das minhas características mais fortes é sempre manter a imparcialidade, e nunca julgar nada ouvindo apenas um lado da história. Quando meu primo se separou da mulher dele e todos na família se voltaram contra ela, eu devo ter sido uma das poucas que ainda manteve um bom relacionamento, ela até foi no aniversário da Luna, fiz questão. Não gosto de misturar as coisas.
No momento, meu desafeto familiar é com agregados, e uns me chamam de louca e até besta porque apesar de ter todos os meus motivos para me realizar com o fato de que pisando no meu calo, por conseqüência, pagam o preço de viverem ainda mais longe da Luna, não sinto o mínimo prazer com isso. Pelo contrário, faço questão de que ela saiba quem eles são, ensino o nome, digo o parentesco. Quando falamos de quem deu esse presente ou aquele, faço questão de dizer que foi o “desafeto” (usando seu devido nome), e se posso me orgulhar de alguma coisa em mim, eu diria que é disso. Obvio que faço tudo dentro do meu limite para me manter longe, pois quero que até onde eu não me envolva, minha filha possa ter certeza que a mãe dela preza MUITO a imparcialidade, e que jamais gostaria de vê-la longe deles por um problema que é exclusivamente meu. Semana passada, liguei pra casa do Vovô dela paterno (que adoro) para que ele pudesse ver como ela está falando muito, e tão diferente da última vez que ele a viu. Falou com ele, com a mulher dele, foi a maior alegria e tudo facilitado por aquele “hall da fama” que coloquei no quarto, onde ela tem contato ao menos para saber que essas são pessoas que fazem parte da história de vida dela, e para que os rostos se tornem familiares desde já.
Já presenciei muitas historias de mães que se separam e usam a criança pra se vingar do marido, acho uma judiação… Criança precisa se sentir amada, pela mãe, pelo pai, pela família inteira, sejam eles bons ou ruins pra MIM, o que importa é o que eles são para ela.

As delicias do dia

Hoje Luninha ficou com a vovó em casa, matou “aula”.
Agora na hora de sair, ligo pra casa:
– Oi meu amor!
– Hi Mommy, dô di birriga
– Dor de barriga minha filha? mas você fez cocô?
– No, não saiu cocô
– ô tadinha,
– Fez xixi, na calxinha
– HAHAHAH tá bom filha, mamãe está indo embora ok?
– “És” I love you Mommy, muito muito muito muito
– Eu também meu amor!
– I love you this big Mommy!
(eu com o maior sorriso na cara que já consegui dar)
– Eu também filhota, this big big big
– Bye Mommy see you later!
E a mamãe já ganhou o dia, esqueceu das chateações e nem a chuva lá fora vai mais me incomodar. Vou pra casa, ver a coisa mais deliciosa desse mundo.
O vídeo do meu I LOVE YOU predileto.