Spring Break

Essa semana Luna ficou em casa, consequentemente eu também. O daycare dela é maravilhoso em vários sentidos, mas deixa a desejar nesse ponto, é o único que tem “spring break” e que tira TODOS os feriados. Imaginem que foi minha semana de mais trabalho, pois entrou um projeto novo com prazo pra ontem, e minha tarefa é maior sempre no começo. Sim Murph apareceu aqui, pior semana de trabalho juntou com a do Spring Break e com a semana do Sérgio de entregas chegando em casa todo dia de madrugada. Imaginem a cena, uma mão dando comida pra Luna, a outra no computador, e o pé chutando o sapinho da Luana pra ela correr atras . Conference call e Luna no berço chamando Mommy, eu correndo de lá pra cá, que nem uma doida, os clientes atras de mim, Luana querendo brincar, Luna querendo atenção, eu querendo comer, a casa de cabeça pra baixo. Sobreviví, quase chamei minha mãe para me salvar, pois ela vir pra cá com o desconto da TAM sai mais barato do que eu chamar uma babá pra ficar uma semana. Mas resisti, corri, me esgoelei, cansei, e aqui estou, inteira no último dia. E o último foi pra fechar com chave de ouro, pois aproveitei que deu uma sossegada no trabalho e a Luna estava dormindo, para dar banho na Luana que estava preta de sujeira. Obvio que no meio da secagem, tive que sair correndo pra pegar Luna que acordou, então ficamos as 3 fechadas no banheiro, taquei a Luna no banho enquanto eu secava Luana, assim ficava de olho nela e já tirava a tarefa do banho da frente, e com uma mão segurava o secador e a outra respondia email e msn do cliente e do chefe que justamente nessa hora, resolveram ter mil dúvidas.
Pra piorar, aqui não teve inconfidência mineira 🙁
SALDO DE UMA SEMANA LOUCA

Amo…

essas lojinhas de cacarecos cool. O nome dessa especificamente, nunca nem tentei pronunciar e jamais vou gravar. A MXYPLYZYK fica na 125 Greenwich Avenue, no West Village, e é um sonho de quinquilharias modernas e caras. Por fora, o nome impronunciável nem fica à mostra, como se você não precisasse saber o nome da loja. Na verdade, saber não faz muita diferença, mais fácil gravar o endereço mesmo. Descobri por acaso, indo ao médico e fiquei algumas horas lá só fuçando, e imaginando como podem pensar em tanta utilidade e inutilidades com tanta criatividade e bom gosto.
cacarecos.jpg

Essas crianças…

Minha mãe diz que passou algumas “vergonhas” comigo, acho que todos os pais passam por uma situação embaraçosa por conta da ingenuidade das crianças. Uma vez, esperando a visita da minha madrinha em casa, que era toda chique, ela arrumou a casa toda, limpou e até tirou os forros das almofadas para lavar. Quando a visita chegou em casa, eu para agradar e puxar um saquinho, disse: “Madrinha, mamãe só lavou o forro das almofadas porque a senhora vinha aqui” e achei que estava elogiando as duas, mostrando o quanto minha mãe dava importância a ela, e o quanto ela realmente era querida. Outra vez, foi com o cara que substituiu a chefe dela. Quando começou a trabalhar, minha mãe que não foi muito com a cara dele, chegou em casa meio que reclamando e dizendo que o homem era velho. Depois de um tempo, se tornaram muito amigos tanto que íamos visitá-lo na casa dele em Barra Mansa-RJ frequentemente. Na primeira visita, eu solto assim que o conheci: ” Ah mãe, ele não é tão velho quanto você falou”.
Fiquei sempre com isso na cabeça imaginando as que eu iria passar ainda quando tivesse meus filhos, e ontem tive a primeira. Eu e luna no metrô, e um assento vago. Coloco ela lá ao lado de uma mulher, e fico em pé. Ela olha pra mulher, fica olhando, olhando, até que ela olha pra ela também e dá uma risadinha. Luna não titubeia : “My mommy seat here”. A moça nem acreditou estar ouvindo aquilo e perguntou, “what?” e ela então repetiu com toda firmeza. A mulher deu risada, enquanto eu já estava querendo enfiar a cabeça no buraco, mas alguém me salvou na hora certa, levantando do banco ao lado para descer na estação e a moça apenas mudou de lugar. UFA, ao menos já foi a estréia, agora é esperar pelas próximas e torcer para serem leves.

“Violência Nova Iorquina”

IMG_5008.JPG Quinta feira, 42nd st, calçada da Grand Central as 6:30 da tarde. Hora de rush total, em um dos locais de maior movimento na cidade, pessoas correndo, apressadas para não perder a hora do trem que a levam para os subúrbios. Uma delas passa por mim, nem deu tempo de saber se era homem ou mulher, de tão rápido que passou e se misturou a multidão. Só ví uma bolsa, aquelas de mensageiros, pesada, batendo com toda a força na minha perna. Momento de dor intenso, mil estrelinhas e o resultado é esse da foto.

Cãe$$

Já comentei aqui há um tempo atrás, que em NY cachorro tem uma vida privilegiada, vários lugares para passearem, podem entrar em praticamente todas as lojas, tem calçadas largas para passearem e muita simpatia da população. Já do nosso bolso, não podemos dizer o mesmo, quando o assunto é a “manutenção”. No Brasil, gasto 15 reais pra banho da Luana que inclui corte de unha, limpeza da glândula anal, limpeza da orelha com direito a perfume e lacinho. Se quiser tosar, desembolso 40 reais e vem com serviço completo.
Por aqui, uma tosa completa, mais taxa, mais gorjeta, sai 70 dólares num lugar barato. Para apenas dar banho, não é todo lugar que faz e quando faz o preço é salgado, 45 dólares. Esses dias, liguei no petshop para saber quanto era apenas para cortar as unhas da Luana que estavam insuportavelmente compridas, (pois o banho eu mesma que dou em casa), e quase caí de costas, cobram 15 dólares. Um clip de cortar unha já é parte da necessaire da Luana, mas nunca faço pois tenho medo de cortar a veia, e fora isso, ela tem pavor de cortar a unha. Tenho também tesoura, shampoo pra clarear pêlo, perfume, chuveirinho para “pets”. Nova aquisição foi o lixador de unha elétrico, que parece com as ferramentas que o Sergio tinha no Brasil. Foi meio traumatizante as primeiras tentativas, mas na última pata ela já tinha até ensaiado uma dormidinha no meu colo. Adorei o produto, recomendo, pois ouvir aquelas unhas dela no piso já estava me dando nos nervos, e pior ainda pagar 15 dólares cada vez que a unha cresce e precisa aparar. A tosa agora, vai ser no Brasil, e o dentista também 🙂

Não deixe pra amanhã

Iza,Juba, Sister e Mommy nas despedidas de aeroportoHoje acordei pensando muito na Isabel. Ela foi a terceira pessoa importante que perdi na vida, antes foi meu pai e minha avó, mas a primeira que não era da família. Era a “babá” do Sergio, cuidou dele desde que nasceu, considerada uma segunda mãe por ele. Conheço desde pequena quando ela implicava com minha avó que me colocava sentada na janela, e essa dava de frente pra casa do Sergio. Isabel era uma figura única, não tinha no bairro quem não a conhecesse, os motoristas da cia de ônibus, que ficava na esquina, paravam pra ela subir em qualquer lugar da rua que estivesse.
Sempre me lembro dela quando estou em casa cozinhando, arrumando… porque ela sempre me dizia: “Ai Monica quero só ver quando você tiver sua casa viu”. Ela adorava me perturbar, me dava vários apelidos como magrela, esquizofrênica, sangue suga… era assim que ela demonstrava o carinho. Se ela me chamasse por Monica sem me xingar um dia, algo estava errado. A Isa era carente, qualquer demonstração de atenção com ela, já a fazia feliz. Não era de dar beijos e abraços, era durona, com aquele jeitão meio grosso de falar, mas demonstrava seu carinho de inúmeras outras formas, uma delas, fazendo todas as nossas vontades. Quantas vezes ela foi fazer batata frita pra mim, a noite, na praia quando tinha meus ataques de desejos, a melhor batata frita que já comi. Coração de ouro, pessoa que podíamos contar sempre, literalmente uma mãezona… Hoje pensei nela, e até conversei: “Viu Isa, estou dando conta direitinho… queria que você estivesse aqui pra ver que meu feijão saiu bom, a casa está organizada e o Sergio está sendo bem cuidado”. No fim, com certeza ela diria que sim, depois de colocar alguns defeitos, ha ha era o jeitão dela que muita gente não entendia, que também demorei um pouco para entender. Sentia que ela gostava de verdade de mim, também como uma filha. Claro que sem comparação com o que sentia pelo Sergio, mas eu sentia o carinho dela nos bilhetes que enviava por qualquer pessoa que viesse nos visitar em NY. Era um pra mim e outro separado pro Sergio. Não deixava de mandar cartão de natal, fotos do Alfredo (dog que deixamos lá), mimos que ela sabia que gostávamos, como balinha jujuba pro Sergio e chocolate Ferrero Rocher pra mim. Ia percebendo seu carinho e amor, nesses pequenos gestos.
Isa também tinha defeitos claro, como todos nós, e nos desentendemos muitas vezes. Quando fui morar com eles, nos aproximamos mais e passei por várias fases da minha vida, contando com o apoio dela. Ah como ela era dramática! Falava que ia morrer logo, que já estava cansada, que isso e que aquilo, mas no fundo a Isa só queria mesmo era nossa atenção e se sentir querida. Percebi que éramos mesmo como família, quando brigávamos e fazíamos as pazes… como briga de irmãos e pais e filhos, que podem ter 300 mas sempre voltam a se falar, como se nada tivesse acontecido e era assim com ela. Eu podia falar dos defeitos dela, mas se alguém de fora falasse eu não gostava. Falava MUITO, podíamos conversar horas… e quantas vezes conversamos sentadas na cadeira da cozinha vendo a TV… sempre lá. Que saudades…
Quando ouço “Pais e Filhos” do Renato Russo, me lembro dela, especificamente o trecho “É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã”. Ela estava no hospital, para uma cirurgia da vesícula, jamais iria imaginar que dalí ela não sairia com vida. A última vez que nos falamos no telefone, ela no hospital, me perguntou quando íamos visita-la, e eu respondi que não sabia porque o Sergio estava trabalhando muito, eu tinha várias coisas a serem resolvidas naquela semana, e o hospital era do outro lado da cidade o que dificultava bastante. Ela reclamou, que ninguém do nosso lado tinha ido visitá-la e achei que era um chorinho habitual, que ela sempre fazia. Sergio foi no dia seguinte na hora do trabalho, eu estava de licença maternidade ainda com Luna bem novinha, planejava ir no final de semana. Não deu tempo de ir vê-la, ela se foi antes. Nesses pequenos momentos da vida quando a gente dá como certo que tudo estará sempre lá, e que pensamos amanhã a gente faz, aprendo que o importante é dar importância ao que é importante AGORA, “Porque se você parar pra pensar, na verdade não há!”. Grande Renato Russo, grande Isabel. Se tivermos outra menina, já escolhemos o nome: Isadora.

Testado e Aprovado


Que quase todo mundo não gosta de sentir dor, é meio óbvio. Eu sou fraca mesmo, qualquer dorzinha pra mim é um bicho de 7 cabeças. Sempre corri desses aparelhos de depilação, olhava pra eles e via um monstro gigante pronto pra me beliscar até a morte. Depilar aqui, custa os olhos da cara, então tinha aderido a pior das opções, a gilete. Por desespero de irritação, resolvi testar mais uma vez um desses monstrinhos, e não é que achei um que me surpreendeu? Não que ele nos livre do martírio de sentir as picadinhas a cada puxão, mas não sei porque a dor é suportável. Pela primeira vez consegui depilar minhas pernas por completo com um monstrinho desse. Recomendo!
<< No Mundo da Luna: Esse inglês…>>