NEVASCA

Depois de bons dias quentes em São Paulo agora é hora de se acostumar com o inverno e aceitar que até abril/maio estaremos batendo os dentes.

A nevasca veio cedo esse ano, e o frio não está nada generoso, temperaturas variando entre -1º e -4º com feels like de -11º. Esse feels like é na verdade a temperatura que você sente juntando vento, humidade relativa do ar e etc… ( pelo menos eu acho que é isso). Então na verdade é como se estivesse -11 mesmo. Aí dá-lhe se encher de roupa, para enfrentar tudo isso. Quando você está dentro de casa, dá para ficar até de biquini, devido a calefação, portanto quando decidir sair, tem que vestir a roupa e sair imediatamente, senão começa a ficar com calor. Quando chega nos lugares como restaurante, cinema, casa de amigos, teatro, aí começa a tirar tudo novamente, senão pega fogo. É um tira e põe infinito.

Já estou aqui há 4 anos mas sempre me surpreende ver a neve, tenho a sensação de que nunca será uma coisa normalíssima para mim como é para os americanos. E quando algum brasileiro pergunta, não consigo explicar como é a neve, sua consistência, e também não os faço entender que não necessariamente neva no dia que está mais frio. Sempre que digo que está nevando vem a exclamação, “nossa então deve estar bem frio mesmo hein!”, aí explico que ontem sem neve estava ainda mais frio.

O primeiro dia de nevasca é lindo, fica tudo muito branquinho, liso, maravilhoso. O dia seguinte, já começa a ficar feia, misturada com a sujeira da rua, os carros passando, vira a maior lama. Comum ver vários moradores com aquela pá limpando a neve das calçadas, caminhões que fazendo a limpeza, empurrando toda a neve da rua e da calçada para um mesmo lugar, onde acumula e vira uma montanha de neve suja. Essa neve que fica no chão demora a derreter, e vai virando gelo. Quando vc não tira ela da calçada, o que também acontece muito, vira literalmente uma pista de patinação, e é bem comum ver as pessoas escorregando. Eu mesma já levei um tombo em plena Broadway X Houston, a esquina mais movimentada do Soho. O sal que é jogado nas ruas durante a nevasca ajuda que naquele local não acumule neve, mas em compensação, queima as patinhas da minha tchuchuca.Para isso existem as botinhas, mas vivem caindo, não funcionam muito bem, então às vezes desisto de colocar.

By the way, essa casa é a que aparece no filme “Melhor é Impossível” com Jack Nicholson e Helen Hunt, era a casa dela.

Update: fotos nevasca



DESPEDIDA

Com muita saudade de uma picanha, cerveja e amigos, resolvi organizar um churrasco para a minha despedida em São Paulo. Parecia fácil né, compra a carne, cerveja e bota pra assar. Ahaaaaaaaaaaaaaaaaaan, santa ingênuidade.

Quanto de carne por pessoa? Quanto de cerveja? Ah vamos fazer os cálculos e comprar, melhor sobrar do que faltar, e a cerveja se acabar compra mais. Ok, vamos lá, MAS como é na churrasqueira do prédio, aonde o povo vai sentar? Cadeiras claro, mas 22, aonde vou arrumar tanto? É acho que temos que alugar… sai correndo atrás de algum lugar para alugar. Muito longe, frete sai caro, vamos ver se os amigos tem. Junta daqui e dali, conseguimos 8! Mas são 22 pessoas! Ah sei lá, a gente vê depois. Precisa arrumar mesinhas tb, pois aonde vamos botar salada, maionese e o pão? É vamos atrás too. E as grelhas? Na churraqueira do prédio não tem… ok corre lá e veja se alguém tem. Vamos na feira comprar salada e depois no mercado fazer as comprinhas básicas. Aí dá-lhe lembrar o que tem que comprar, como ia lembrar dos espetinhos pra botar o coração? HUNF, faltou claro. Aluga aquelas coisas de plástico pra botar cerveja, ah é mesmo tem que comprar o gelo! Mas quanto de gelo? Sei lá compra aí! Acho que tá tudo certo agora, vamos lá.

Ixi, falta banquinho né? só tinham 8, lembram? Vamos pegar mais 2 da irmã, mais dois da mãe, e mais 6 da amiga, aquela correria! Ah ta faltando tb o espetinho pro coração! Volta lá e pega na casa da amiga! UFA acho que tá beleza.

Môoonica, ta faltando gelo! Ok, vamos correndo comprar o gelo!!!! E o álcool pra ascender a churrasqueira? É… bem…. ok vamos comprar! Ah não esqueça o palito de fósforo! Aqui ninguém fuma, dá-lhe sair novamente pra comprar, pois o fogão tb é elétrico.

Acho que agora está tudo certo, carne esquentando, amigos chegando, cerveja geladinha, ebaaaaaa!!! A carne estava ótima, (obrigada cunhadinho) a cerveja gelada e o papo também maravilhoso. Agora, olhem para cima, você está em São Paulo… nuvem negra, carregada. Nem preciso dizer o convidado indesejável que chegou né? Vamos todos correr para o apê da irmã e acabar a festa por lá.

Teve até direito a bolo de aniversário para uma amiga, a Rô, que quase morre de vergonha quando foi surpreendida por um super parabéns, no meio da sala, e sem conhecer 60% da galera presente. Eu morro de vergonha já entre família, ficar com aquela carinha sem graça, imagine na frente dos amigos da amiga que eu não conheço.

Uma delícia de despedida, e para fechar com chave de ouro, minha mãe foi buscar a Luana que estava em casa sozinha, pois no prédio da Jana não podia ficar cachorro lá embaixo.

Momentos bons sempre deixam saudades, agora… só revendo as fotos.

LUANA HAS MAIL

E hoje ao entregar carta, disseram: “Carta para você, Luana”. Ela não gostou muito não, deu umas latidinhas e rosnados, mas logo vi o que era: cartinha do veterinário dizendo que ela precisa ir fazer o teste de verme do coração que venceu esse mês. Explicado o motivo da raiva dela.

Mas não é muito lindo receber cartinha no nome de “Luana” Mello?

Chegou!

Primeira neve de NY nesse inverno! Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
Surpreendeu, pois não tinha saído no Weather.com, veio de surpresa!

Depois coloco mais fotos. Foi uma tempestade relâmpago que não durou nem 10 minutos, acho que como disse a Luciana foi mesmo para me recepcionar 🙂

Fui!

E assim me despedi de São Paulo, tempo nublado, com chuva. O meu dia foi assim também, chuvoso, cinza, turbulento. Parece que tudo que não devia acontecer durante toda a viagem, acontece justamente no último momento, aí bota tudo a perder. Mas é assim, somos imperfeitos mesmo e “shit happens”.

Dia de viajar eu me sinto meio estranha, a sensação não é boa. Mistura de alegria e tristeza, de voltar pra casa mas ao mesmo tempo deixar a família, a cidade, e ainda pior, vir embora com o coração apertado, com uma cicatriz aberta.

Eu sabia que minha ficha só iria cair no momento em que eu viesse embora. Me segurei,até sem forçar, em ficar forte enquanto estive em São Paulo. Me senti anestesiada, até o momento em que me despedi de todos e entrei no “embarque Internacional”. Alí é cruel, vc mostra o bilhete para o rapaz, dá a última olhada para quem está deixando, fala o último tchau e então parece que a partir daquele momento, a nuvem negra chega, cheia de carga e eu desabo mesmo.

Vou sentir saudade da alegria do nosso povo, como o tiozinho da foto, que estava vendendo guarda-chuva e ao ver a minha máquina abriu os braços e seu sorriso banguela, que as gotas no vidro estão escondendo. Saudade da descontração de um restaurante na hora do almoço, num bar no happy-hour, da fofoca e simpatia das manicures do salão de beleza, da gritaria na feira, da troca de olhares entre as pessoas.

Back to NY ainda estou meio “estranha”, no próximo post explico melhor. Mas amanhã tudo deve começar a voltar ao normal, assim espero.

Adoro São Paulo

Bom curtir as coisas boas da minha cidade querida. Fomos em um bar chamado, se não me engano, “Rasgueira” que fica na rua Leporace com Grabriele Danuzzio, no Campo Belo.

Cara de botecão, pessoal bacana, comidas deliciosas e claro cervejinha beeeem gelada. Comi o tal de escondidinho que todo mundo falava e achei maravilhoso. Carne seca com purê de mandioca e queijo gratinado. E a picanha então? Puxa nada melhor do que um buteco, picanha, cerveja e um bom papo. Isso não tem preço! Ainda mais pagando em dólar hehehe

Pena que nos EUA não tenha a cerveja BOHEMIA, que eu simplesmente adoro! E nesse bar, tem uma geladeira que marca a temperatura que está lá dentro. Na foto abaixo está em -3.0, mas o record que vi foi -5.6. Se tiverem a oportunidade, não deixem de ir e provar o escondidinho, pois a picanha todos já devem conhecer né?



Zuuzzo bem

Dizem que é bom não escrever quando está meio “bebado” mas que é boa essa sensação, é mesmo. Só vou dizer que é muito bom estar aqui, eu amo o Brasil, as pessoas, o astral… é demais. Eu amo esse país!

Coisas de São Paulo

Fiquei impressionada como aumentou a quantidade de motoqueiros nessa cidade. Quando saí já eram muitos, hoje está empestiado. Pior é que são mal educados e folgados. Fazia tempo que não dirigia aqui, e a regra número 1 é dar sempre passagem a eles, senão você corre o risco de ficar sem o retrovisor. Falando nos motoqueiros, hoje um no trânsito até invadiu a calçada, e quando voltou pra rua o chamei de folgado. Eu tinha me esquecido do perigo que é fazer isso, já que em NY vc fala sempre o que pensa e no máximo recebe um fuck you. O cara quase parou a moto, além de todos os palavrões que me xingou, se tivesse uma arma poderia ter me dado um tiro. Outro dia foi uma kombi, eu atravessando a faixa quando estava bem no meio o farol abriu, o cara veio na toda, e eu disse: “Dá para esperar”? Ele respondeu gritando: “Dá pra esperar o caralho sua P*&^”. Mundo cão.

Depois do susto, fui até a loja da Diesel para ver os preços das coisas, adoro comparar sempre pra ver como sou feliz :-). O tênis que paguei U$29.00 aqui custa R$370,00, como pode para a sociedade brasileira, pagar isso em um tênis? Eu chorei quando paguei U$80.00 em um outro meu. Mas o pior mesmo foi ao entrar na loja a vendedora falar comigo assim: “Conhece a loja? No primeiro piso all for woman e segundo piso all for men”. Minha vontade foi de perguntar porque ela estava falando inglês se estava no Brasil, ou então continuar falando em inglês e falar algo bem difícil, já que ela queria falar inglês.

Tinha tirado uma foto do termômetro no dia que fez o maior calor aqui em Sampa, dias lindos, mas como tudo o que é bom dura pouco, já acabou 🙁

Enfim, legal mesmo são as propagandas do Itaú, coloquei duas delas aí embaixo, e vou tentar fotografar mais. Essa do post it achei o máximo.

PS: Não estou recebendo meus emails direito, é mais confiavel mandar msg pelo site, e mesmo assim se eu não responder me perdoem, esse micro me tira do sério.


Dores

Eu sempre ouço que o tempo cura tudo, que tudo passa, mas quando estamos no meio de uma dor intensa parece que esse tal de tempo nunca vai ser capaz de curar essa saudade, esse vazio. Tomare que ele chegue logo, pois por mais que tentemos disfarçar a dor, passar uma pomadinha em cima da cicatriz, mesmo que pare de machucar por alguns instantes e você consiga se divertir, ela ainda está lá aberta, mesmo no maior momento de descontraçao, ela está presente, aberta, doendo.