CASA VAZIA, CORAÇÃO VAZIO E SAUDADE CHEIA

Esses dois últimos meses foram intensos por aqui. Mãe chegando, mudança, decoração, amigo chegando, irmã visitando, ano novo em casa, jantarzinhos, vinhos, viagem pra Lake Placid, foram 2 meses non-stop. Ontem o Mike foi embora, e hoje a Mami foi. Muito estranho depois do furacão todo, chegar em casa hoje e estar tudo calmo, vazio… estranho e triste. Minha mãe me ajudou em todas as etapas da mudança, compra e escolha dos móveis, as aventuras mil que tivemos com tudo isso, que com calma eu vou contando por aqui, e agora pra mim, a casa tem a cara dela, e é estranho ela ter ido embora. Sniff,sniff, nunca fui de chorar muito no aeroporto quando deixo alguém, mas hoje eu desabei MESMO. Vontade de me enfiar dentro da mala dela e ir embora junto.

Mas a despedida foi turbulenta, começando desde ontem. Combinamos que ela iria me encontrar no trabalho para as comprinhas finais. Ela deveria chegar às 7:20, e até as 9:00 ela não havia apareciso ainda. Morri de preocupação, principalmente pq eu tinha esquecido de ensiná-la a usar o telefone público e ela não fala inglês. Fiquei doidinha, mas finalmente ela conseguiu se comunicar, uma pessoa a ajudou e ainda deu 2 moedinhas pra ela me ligar- ainda bem que ela sabia meu fone de cabeça. Fui buscá-la no City Hall, ela tinha feito confusão com as estações e foi parar no Queens, ficou fazendo um tour pelo metrô. Daria um filme, “Perdida no metrô de NY”. Depois do susto, fomos entao dar uma voltinha de Ferry até Staten Island. Hoje de manhã fomos fazer as compras que não havíamos conseguido ontem, mas eu estava preocupada com uma entrega da UPS que ia chegar, que ela precisava levar pro Brasil. Deixei recado pra UPS deixar com o Zelador caso eu não tivesse em casa. O vôo sairia às 6:00 entao planejamos que ela chegando umas 4:00 estava bom, pois a passagem dela só embarca mesmo depois que todos embarcarem e sobrar lugar. Cheguei aqui às 3:30 e nada da UPS. Fiquei P. da vida, frustrada, xingando meio mundo pq essa entrega não veio. Resolvi ir embora sem ela mesmo, desci e quando abro a porta do elevador com as malas todas, quem está subindo? a UPS. Fiz a maior festa pro cara, disse que ele tinha caido do céu etc, expus toda minha felicidade e o sujeito só olhando pra minha cara com cara de bunda. Ô POVINHO MAU HUMORADO DO KCT! Peguei as caixas, saimos correndo feito loucas, pegamos o taxi e pegamos um trânsito horrível. Chegamos no check-in às 5, e o cara diz: “está fechado, fechamos o check-in 1 hora antes do vôo”. Se fosse a Ana Maria Braga o avião esperaria por ela, claro. Imploramos e o cara da Tam que deve ter incorporado a falta de educação e humor aqui de NY, disse que poderia até embarca-la mas talvez as malas não iriam. Logo em seguida ele diz pro atendente do check-in: “bota a etiqueta amarela na mala”. Ele só quis mesmo fazer terror, agora fiquei curiosa pra saber o que é a etiqueta amarela. Ela fez o check-in correndo, e o cara dizendo que ela deveria correr pro portão de embarque senão ia perder, e lá fomos nós correndo feito loucas pelo aeroporto. Mal nos despedimos depois de nos aterrorizarem tanto. Só deu pra dar um abraço rápido e dizer tchau mãe obrigada por tudo e desculpe por algo! Depois desabar no choro…

Agora, bola pra frente que atráz vem gente, trabalho etc … e a maninha chegando dia 28!

A ROTINA

Muita gente reclama da rotina, da mesmisse. Eu gosto da rotina, é dela que sinto falta quando fico longe por muito tempo. Me lembro quando cheguei em NY e pensava no Brasil, o que mais me dava saudades era aquela rotininha diária, de ir trabalhar, a noite ir ao Carrefour comprar coca, etc. O que me incomoda na rotina é não conseguir muda-la pra fazer as coisas que preciso, essa rotina vicia. Como é a sua rotina em dias de semana?

Eu: acordo às 9, tomo banho, checo emails, beijo a Luana, troco o pad onde ela faz xixi, e vou para a estação de metrô. Lá pego o F train até a Broadway Laffayette, no caminho vou lendo meu livro, ou o NY times, ou então durmo, depende do meu cansaço e saco. São 25 minutos então não dá muito tempo, chego lá, vou até o Café Mirô ou à Dean Deluca compro um croissant e um steamer (leite quente às vezes com sabor) e pego o elevador pra chegar até o segundo andar (de manhã a preguiça é maior).

Chego no escritório, ligo o monitor, checo emails da empresa, tomo meu café e começo a trabalhar. A hora do almoço chega que eu nem percebo, já são 2 horas e eu me lembro que preciso comer. Normalmente peço algo pra comer no escritório (essa parte da rotina quero mudar), almoço e volto pro computador. Lá fico até umas 20:00, 21:00 e se não vou à academia, vou pra casa. (também preciso mudar essa parte)

Chego em casa, tem a louça de ontem pra lavar, a cama pra arrumar, Luana pra afofar, emails para checar, janta pra fazer, enfim uma infinidade de coisas que se não forem muito bem controladas (quase sempre não são), não faço nem metade delas. Estou cansada, sento no computer, checo os emails pessoais, falo com a irmã, mãe, amigos, acabando algum trabalho, falando com os programadores que adoram trabalhar de madrugada, ao mesmo tempo que fico tentando fazer a janta, arrumar meu quarto, lavar alguma roupa, arrumar alguma bagunça. Levo a Luana na rua pra passear, tento ver algumas cenas na TV, e tudo isso, indo e vindo do computador. No final da noite o balanço quase sempre é o mesmo, não dei atenção direito pra Luana, não comi o que deveria ter comido, esqueci a roupa dentro da máquina, nem respondi todos os emails, não visitei os blogs, muitas vezes também não consegui escrever no meu. E já é hora de dormir, já passou da 1:30AM, mas um dia que não deu para fazer tudo que eu quero ou preciso! Ainda bem que fico com o Sergio o dia todo, senão ele já teria me despedido 🙂

Quero ver a rotina de vocês também!

BOLSA DE MULHER…

É na maioria das vezes, essa zona toda. Lá dentro estão coisas que vocês nem imaginaM. Claro algumas mais bagunçadas que as outras, mas sempre é curioso ver o que cada uma carrega. Resolvi imitar a Claudia, achei interessante ver essa “intimidade”. Sim ver a bolsa de uma mulher é estar invadindo COMPLETAMENTE a sua intimidade.

Veja só, devia ter até vergonha de mostrar essa zona, que eu tive que botar pra fora para achar esses benditos selos para mandar meus rebates. Vou dar uma explicada geral nesses itens, e espero ter um tempo logo para sentar, olhar e ver o que pode ir pro lixo.

Da esquerda pra direita:
– Aquela coisinha azul é a caixinha com controle remoto da garagem do meu apê em SP. Super útil aqui, não?

– Várias amostras de Retin A para a minha pele problemática, com os devidos folhetos embaixo deles explicando como usar.

– Essa cordinha preta é meu novo Travel Drive de 1GB! Assim posso levar as coisas do trabalho pra casa e vice-versa, meu mais novo brinquedinho.

– Meu caderno de anotações, caneta e a chave cheia de cartõezinhos de descontos do petshop, farmácia e supermercado.

– Aquele envelope acima do Chase é $$ que eu tinha que mandar pro Brasil. Embaixo dele um recibo de uma antiga remessa.

– A caixinha do meu óculos e abaixo dela uma pinça que comprei mas não gostei, vou devolver.

-Mais cartões de descontos e abaixo o tão procurado selo, que nem preciso dizer, foi o último item achado na bolsa.

– La em cima ao lado direito da caixa de óculos, um label de um molho de churrasco que o Michael me deu para ver se acho para comprar pra mãe dele que mora no Brasil.

– Papéis e mais papéis perdidos na bolsa, como bilhete da Tam, aviso da UPS, cartão de um forncedor de persianas do Brasil, receita de remédio, nota da Bed Bath and Beyond, mais notinhas fiscais e até uma do carrefour. SIM eu tenho notas ainda de quando fui ao Brasil, dentro da minha bolsa.

– Esse pacotinho listrado é uma espécie de “amuleto” que minha tia Lou me deu quando estive em Recife.

– Na verdade alguém até estranha ser uma bolsa de mulher e não ter um item se quer de maquiagem, não? É não uso muita maquiagem, “minha vaidade vai até onde a minha preguiça permite”, esse é o meu lema. Parece mais a bolsa de um homem desorganizado do que uma mulher chata com organização, como eu sou!

Coisas da vida…

Indo ao Médico

Já postei aqui sobre as idas aos médicos em NY. É sempre um parto. Primeiro porque para ir a um especialista, você tem que pegar uma “indicação” do seu PCP, que é o seu clínico geral. Fui pedir para a minha médica pois queria ir ao dermatologista e deu um grande rolo, pois ela tinha mudado de plano e blablabla, enfim mudei de PCP pela 4ª vez! Os primeiros eu não gostava, quando achei uma boa médica (raridade) ela resolve se descadastrar do meu plano, anyway… hoje fui ao novo médico e por enquanto, adorei.

Fiz aquele check-up anual, pela segunda vez aqui nos EUA. Sempre que ouvi falar de check-up me vinha à mente um super exame capaz de detectar qualquer doença que eu pudesse ter. Imaginava se de repente um tumor estivesse crescendo em algum lugar e não tivesse se manifestado, seria detectado. Quando fiz o check-up achei meio superficial, eles tiram sangue para fazer um teste geral, que sai se você tem alguma doença como anemia, colesterol alto, problemas de tireóide e coisas assim. Fazem também um ecocardiograma e medem a pressão. Sei lá não sou médica, mas só isso será capaz de detectar doenças mais graves como um câncer? Não sei se é impressão minha, mas no Brasil check-up não é mais completo?

Enfim, adorei esse médico novo, super atencioso (raridade também), explicou os processos dele,(afinal é a primeira vez que ele me atende) e fora tudo isso o consultório é uma graça. É um mix de consultório com galeria de arte e ainda por cima é no SOHO, um dos bairros que mais gosto em NY. Achei que aqui nos EUA eles tomam mais cuidados com as coisas descartáveis. Fiz um teste de respiração que ela tirou um bocal de dentro do saquinho e em nenhum momento ela toca o dedo na peça. Ela estava de luva e mesmo assim abriu e deixou o saquinho em cima dele até o momento de eu ter que usar. Como ia usar novamente, ela cobriu com o plástico e só tirou quando me deu novamente. Já no Brasil eu achava algumas coisas meio anti-higiências, principalmente no dentista, aquela coisinha que bota na boca pra ficar sugando a saliva. Mas fiquei contente, vou ver se agora eu finalmente achei o médico correto, isso já é quase como ganhar na loteria por aqui.

E aí?

Acho que uma das coisas mais difíceis na vida é lidar com sentimentos ambíguos. Ainda mais para uma libriana. Assim é bom, mas do outro jeito também é. Sempre tive problemas em enfrentar situações em que eu me deparasse com esse sentimento tão complicado. Prefiro os momentos da minha vida em que ele está adormecido.

“diferentes sentidos; equívoco, que desperta dúvida, incerteza; vago, obscuro, indefinido, que admite interpretações diversas e até contrárias”

Aniversário de Casamento

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Alguns anos atrás, quando essas fotos foram tiradas, era impossível imaginar a história que estava escrita para nós. O mais irônico ainda é pensar que crescemos e passamos nossa pré adolescência nos ignorando e brigando.

– “Mas que menino chato é esse? Quem ele acha que é pra ficar me xingando sem nem ao menos saber direito quem eu sou?”

– “Que essa menina está fazendo aqui? essa *&^%$”?

Como a vida dá muitas voltas e cuspir pra cima não dá muito certo, porque cai bem em cima da testa, o destino tratou de dar um jeito nessa história.

Foram muitos anos de amizade, risadas, choros, alegrias, tristezas, conquistas, tombos, planos e sonhos. O saldo final de tudo isso é super positivo e eu tenho uma pessoa maravilhosa ao meu lado que me faz muito bem.Obrigada por TUDO durante esses 16 anos de convivência. Feliz 4 anos de casamento, te amo!

Como é o seu Desktop?

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Vi em um blog e vou continuar a campanha “Deixa eu ver seu desktop“.

Aí vai o meu!

Cada pessoa que aderir a campanha, deixa recado no blog onde viu dizendo: Aderi a campanha “Deixa eu ver seu desktop com o link para o blog , para que possamos visitar!

Saudades…

Puxa, hoje me deu uma saudade do meu pai 🙁 Penso nele todos os dias, mas em alguns a saudade bate mais forte. Acho que é porque seu aniversário está chegando, aí a lembrança fica mais forte. Alguns acham que sou meio negativa quando fico pensando nas circunstâncias em que ele se foi, que não se deve pensar nisso, que era a hora dele. Será que era? será que temos hora mesmo para irmos embora? Não acredito muito em nada que não seja concreto, por isso acho que somente terei essa certeza no dia que eu for embora também. Aí sim poderei saber se realmente existe vida após a morte, se reencontramos nossos parentes, se existe mesmo essa coisa de hora.

Hoje estava assistindo o JN e vi sobre o crime do rapaz que atirou no cinema do shopping Morumbi e vi a entrevista de 3 filhas de uma mulher que morreu lá. Fiquei imaginando que se eu fiquei tão revoltada que meu pai foi embora por causa de uma infecção hospitalar, como deveriam ser os sentimentos dessas meninas quando a mãe vai embora de um jeito tão estúpido.

Não dá para evitar os pensamentos “e se” quando acontece algo tão ruim para nós, nesse caso do cinema, teriam muito mais “e se’s” do que o caso do meu pai, acho que eu ficaria louca. Não adianta, não me dou bem com a morte, não aceito, um dia quem sabe…