MINHA retrospectiva 2007

O filme: Tropa de Elite
O acontecimento: Aniversário de 1 ano da Luna no Brasil
O livro do ano: Abusado
A surpresa: Receber um dinheiro atrasado que eu já havia desistido de lutar por ele.
A decepção: Ver que depois da comoção nacional do caso João Helio, a esperança de que algo mudaria ficou apenas em sonho.
A mania: Livros
A tristeza: Acidente da TAM
A alegria: viagem de final de ano com sol todos os dias e água quente na piscina e no mar.
A noticia boa: Fim da CPMF
A notícia ruim: Um colega assassinado
A diversão: levar Luna aos parques de NY
A saudade: do meu pai

GOLPE

Anunciei meu tapete do quarto no craigslist.org, e já recebi dois emails de interessados. Interessados… não no tapete, mas em me passar a perna. Ainda bem que sou um pouco espertinha e o marido MUITO antenado.
O rapaz, me manda um email pedindo para que eu retire o anúncio que ele quer o tapete, e ainda paga U$50.00 a mais para me garantir que ele vai comprar. Aí já é de começar a estranhar…mas enfim continuamos as negociações. Ele me diz que a secretária vai enviar o cheque e que o pessoal da mudança vem buscar o tapete. Ele so virá retirar, quando o cheque for compensado (ai que lindo!).
Dia seguinte recebo email dele dizendo que a secretária enviou o cheque, mas sem querer ao invés de 200 dolares ela colocou 2000 dolares, se eu poderia enviar o restante do dinheiro (o troco) direto pro pessoal da mudança dele. Fingindo ser muito bonzinho e inocente, em estar confiando a mim esse dinheiro “extra” ser devolvido, me pergunta se ele pode mesmo confiar em mim.
Já sabendo que era o golpe, resolvi ir em frente, e disse que sim, enviaria o valor restante assim que compensasse na minha conta. Ontem recebi o cheque, 2200 dólares. O meu querido comprador me manda emails perguntando do pagamento, manda os dados da conta a ser depositada, me pede update… mas do tapete, claro, nem pergunta.
O lance é: eu pegaria o cheque, depositava na minha conta. Depois de 3 dias ele é liberado, eu saco o dinheiro e deposito pro golpista. Depois de alguns dias o banco percebe que era um cheque falso, e pega de volta o dinheiro da minha conta. Aí eu ficaria sem dinheiro, e com o tapete aqui encalhado.
Estou com o cheque em mãos, pensando no que fazer. Denunciar não vou, pois não vejo os orgãos a fim de facilitar a vida de ninguem pra denunciar. Liguei lá, e pra chegar até onde era o meu caso, o atendimento eletronico me fez 7 perguntas diferentes. No final, diz: preencha o formulário online… V&^ *% F#$@! . Não sei se vou ao banco e digo que recebi o cheque e gostaria de saber se é verdadeiro ou nao, e se eles se interessarem que vão atrás do pilantra, ou se vou levando a brincadeira, dizendo que depositei e deixando o cara doidão.
Alguém tem alguma idéia mais macabra pra sacanea-lo?

Luna encantando os americanos, e eles nos encantando.

As vezes me surpreendo com os americanos. Enquanto uns conseguem ser frios e grosseiros, outros são tão gentis que a gente até estranha. Digo americanos de NY, não posso dizer de outros estados. Aqui estou acostumada com pessoas ranzinzas, estressadas e folgadas, mas quando resolvem ser diferente, me surpreendo mesmo.
Estávamos no restaurante brasileiro no sábado, comendo nosso Churrasco sagrado, e chegou um casal americano, que sentou na mesa ao lado. Luna estava no carrinho dormindo, e quando acordou, ficou fazendo graça com a mulher. Ela elogiou os olhos “perigosos” da pequena, as havainas e quase na hora de ir embora, tirou 20 dolares da carteira, estendeu a mão pro Sergio e disse: “Pra você colocar no savings dela”. Foi aí que nos tocamos que ela ainda não tinha uma poupança aberta, iremos abrir e estrear com esse gesto um tanto “doido” da fã da Luna. Fiquei sem reação, agradecemos e ainda demorou para cair a ficha.
Hoje, ao chegar no escritório, encontro um pacote da minha landlord (a dona do apto que alugamos). Pensei: “ué, o que ela esta mandando? os ganchos das portas já vieram, a luminária da cozinha também, o que estava faltando ela mandar que não me lembro?”. Ao abrir o pacote, me deparei com um macaquinho muito simpatico e o seguinte bilhete:
Hi Monica,
I thought Luna might like Curious George. He is very popular with little kids.
Esses pequenos gestos conseguem mexer com a gente de uma maneira inexplicável. Achei muito fofo da parte dela, nem de longe lembra o palhaço do Landlord do antigo apto, que até hoje não devolveu meu cheque do security deposit.

Congonhas, não!

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Vi no blog da , e achei ótimo.
Não voe por congonhas, é o mínimo mesmo que podemos fazer como cidadãos. Claro que não é prático ir pra guarulhos, nem barato, mas se eu, você, o vizinho, a vizinha começarmos a fazer, o vizinho da vizinha também faz e por aí vai, quem sabe algo não pode mudar?
Não custa esse esforço a mais da nossa parte para contribuir com algo que é pro nosso próprio bem. Vamos deixar a comodidade e o egoísmo de lado, e lutar por isso, sacrificando um pouco o nosso lado. No pain, No gain.

De novo… (updated)

Mais uma tragédia na aviação. Todos estavam falando que algo iria acontecer, mas não imaginei que seria tão cedo. Menos de 10 meses após o acidente da GOL, mais um para bater o recorde, segundo as estimativas.
Nessa hora, quem tem familiares na aviação é quem treme na base. Assim que eu vi na Globo.com, já fiquei de orelha em pé, mesmo sabendo que minha irmã não estaria voando hoje. Graças a informação errada do jornal da globonews, eu não me desesperei. Estavam noticiando que era um avião de carga, da Tam Express. Misturaram tudo, o local onde bateu, com o avião, e ainda soltaram a pérola que não seria um avião de grande porte, apenas um airbus 320. Assim sendo, nem ela, nem o Emerson (meu cunhado e piloto) estariam no avião. Mesmo assim liguei, e no momento que falei com ela, soube que era avião de passageiro. Ainda bem que soube disso depois que já estava aliviada por estar com ela ao telefone. Estamos no aguardo da confirmação de uma amiga dela que estava no vôo, que até esse momento não deu notícias. Estava grávida de 6 meses. Sim, ela estava no vôo, infelizmente… saiu na globo.com uma reportagem sobre ela.
Agora serão mil especulações até sair (se sair) o verdadeiro motivo do acidente, acusação daqui, acusação dalí, meses falando no assunto, e nós sempre sabemos onde isso tudo vai dar. O que fica é mais um trauma para nós que temos medo de avião, para os moradores da região e para os trabalhadores, que estão lá todos os dias.
Força aí pessoal.

ACIDENTE

Estou aqui chocada com a notícia desse acidente da Gol, procurando as notícias e desejando que eu tivesse a Globo nesse momento.
Morro de medo de avião, nunca me sinto a vontade viajando, sempre fico apreensiva. Agora isso me toca ainda mais, pelo fato da minha irmã ser comissária. Sempre fico com medo de abrir os notíciários e me deparar com alguma notícia desse tipo com a TAM. Fico imaginando os familiares nessa hora sem notícias, imaginando o pior, esperando o pior. Que agonia. Meu pêsames às famílias…

11 de setembro

De novo, mais um ano de homenagens e o local onde ocorreu a tragédia continua o mesmo. Um buraco sem nada, sempre com turistas tirando fotos, olhando lá pra dentro como que imaginando aquelas cenas que não vamos esquecer nunca mais.
Depois de 5 anos eu imaginei que veria já um projeto quase pronto no local, mas nem ao menos o prédio do banco não sei o que, que estava pra ser implodido, não foi. As famílias ficam nessa discussão quanto ao memorial, um quer assim, o outro quer assado, e nisso são mais de 2 mil famílias discutindo.
Semana passada o prefeito de New Orleans deu a melhor resposta quando indagaram o motivo de depois de um ano após o Katrina a cidade ainda não ter sido reconstruída. Disse que se depois de 5 anos ainda tem um buraco no lugar das torres gêmeas, porque uma cidade inteira já deveria estar pronta em um ano? Adorei. E claro que os americanos, como sempre, ao ouvir essa resposta devem ter feito aquela cara de espanto imbecil tipicamente deles e soltado um “óóóóóóóóóóóóóóóh” e claro o cara é tachado de desrespeitoso ou “mean” como eles adoram dizer por aqui.
Ficam nesse impasse pra sempre e o projeto nada de sair. Eu sou a favor que tivessem construído as torres exatamente como eram, odiei esse projeto novo, que se um dia sair, nem pretendo estar mais aqui pra ver.

O Resgate 3 – A Saga do Celular – Disc 1

Parece nome de filme, mas é uma novela. E tudo com o mesmo celular, parece até invenção, mas vamos lá.
Capítulo 1– Lake Placid no início desse ano, vamos na parte de internet do hotel, uso o computador e saio. Deixo o celular na mesa ao lado do teclado e nem me dou conta… Dia seguinte me lembrei do meu celular, até fazer todo o caminho do dia anterior desde a última vez que usei, demorou. Estava na recepção do hotel, acharam e devolveram. Promessa: NUNCA mais deixo em lugar nenhum! e sempre que eu sair de algum lugar olho em volta pra ver se não deixei nada. HUM HUM
Capítulo 2 – Fazendo compras na Zara com a Mami, prova vestido aqui, prova vestido alí. Fomos embora e quando estou voltando pra casa me lembro do celular, que não está na minha bolsa. Onde deixei? No mercado, na BABIES R’ US, na Zara? Ligo pro cel, ninguém atende…a promessa já veio nesse minuto: Se dessa vez eu achar, JUROOOOO que serei mais atenciosa, colocarei o cel sempre no mesmo lugar, e olharei todos os lugares antes de sair. Restava esperar o dia seguinte, ligar nas lojas e ver em qual deixei. Caiu do meu bolso, no provador da Zara, alguém achou, devolveu e a gerente guardou. O que ele estava fazendo no bolso? Não faço a mínima idéia. Sermão básico da minha mãe, que ouço desde a infância: “Se você colocasse sempre no mesmo lugar… mais atenção Monica! Faz as coisas pensando em outras… isso que dá”. Certíssima, mas…
Capítulo 3 – Pego o ônibus, uso o cel e guardo na bolsa que está no assento ao lado. Será que guardei mesmo na bolsa? Ou achei que guardei e caiu no banco? Ou caiu quando tirei a revista da bolsa, ele veio junto e não fez barulho? Who knows… Agora começa a saga.
O RESGATE 3 – A SAGA DO CELULAR – Disc 2
Chego no escritório com meu croissant e meu Ice Tea, já sabendo que na hora de pegar o dinheiro eu não tinha visto o bichinho na bolsa. Virei ela inteira na mesa (merecia uma foto) o lixo era tanto, que achei que ia ter até um ratinho alí dentro. Tinha de tudo, até a ponta de uma chave de fenda… menos meu cel. Liguei na MTA (empresa de transportes) mas eles não me deram muita bola, e pediram pra ligar no final do dia, caso encontrassem eu pegaria em algum lugar.
Peguei meu café da manhã, ainda no saco, peguei um táxi e fui até o ponto final do ônibus, afinal ele deveria estar lá parado um tempo até voltar, ou então poderia ter mais informações sobre como eu deveria fazer. Um trânsito caótico e o motorista do taxi rindo da minha cara. Enfim chego lá, mas não há nenhum ônibus, nenhum supervisor, nada. Aguardo o próximo ônibus chegar e perguntar pra ele. Era um depois do meu, aquele era o das 11 e o meu era o das 10:30. Entrei, e comecei a perguntar. O motorista não muito paciente começou a me explicar e eu logo vi que alí eu não conseguiria nada. “Bom, vamos então eu volto com vc nesse ônibus e fico no trabalho, na Spring St.”, eu disse pra ele que estava parado no ponto ainda me esperando. “Obrigada por me avisar!” respondeu o simpático! Sentei na frente e fiquei traçando meu plano de resgate. Bom, se ele é das 11, o das 10:30 deve estar na frente dele… ou seja, não está tão longe do meu alcance. E eu perguntava várias coisas e ele comentando que o próximo ônibus na frente dele estava ha 1 hora de distancia. Eu não podia entender, como? se eles estavam à meia hora? Ele me diz assim: “Pq vc é tão insistente? Se estou dizendo que é 1 hora é porque é 1 hora de intervalo agora entre os ônibus que estão voltando ao Brooklyn”. Me calei, mas continuei pensando no plano… ainda fiz mais perguntas, uma delas é se no ponto final, agora voltando pro Brooklyn, haveria um supervisor. Resolvi voltar pro Brooklyn e ver se eu encontraria meu ônibus lá paradinho. Mais algumas perguntas e o motorista me diz: “Seu marido é feliz?” “Você fica em casa fazendo mil perguntas enquanto ele tenta ler o jornal?.” Mas isso já em um tom mais de brincadeira, claro, falando sério, mas ao menos, descontraído. Ele era palhaço mesmo, mas típico Nova Iorquino sem paciência, O bom é que com a viagem longa por Manhattan e Brooklyn, batemos o maior papo, e ele foi gente boa, me emprestou celular pra eu ligar na supervisão, me contou várias histórias, falamos sobre crianças, sobre educação… e no final ele já estava bem solidário ao meu drama telefônico! Me disse que iria aguardar no ponto final eu falar com o supervisor e se eu quisesse, como ele tava indo pra garagem, ele me levaria junto. Já tava amigão e paciente!
No final o supervisor me informa que o ônibus em que eu estava não havia voltado pro Brooklyn e estava na garagem em Manhattan (eis o mistério resolvido da diferença de 1 hora/meia hora). Agradeci ao Jimmy (meu novo amigo motorista) pela paciência, por me esperar, mas que eu ia tentar ver o que fazer, já que o ônibus estava em Manhattan estacionado. Ele se ofereceu pra ficar com meu telefone e me ligar caso na garagem do Brooklyn (ele duvidava que o onibus estivesse em Manhattan) ele encontrasse o celular, que ele iria perguntar por lá. Dei meu número e fui apurrinhar o supervisor.
Esse foi muito gente boa também, ligou de um orelhão comigo pra vários lugares até conseguir o número da garagem, mas ninguém atendia. Ele me disse pra pegar o ônibus de volta a Manhattan e ir na garagem. Lá vou eu, devidamente encaminhada ao ônibus que estava voltando, com o supervisor instruindo o motorista onde ele deveria me deixar e que eu não precisava pagar a passagem (que fofo). Volto pra Manhattan, agora com a cabeça na garagem… No meio do caminho resolvo pegar um metrô pois o trânsito estava péssimo. Nessa parada, finalmente consegui ligar pro Sergio, que me disse que o motorista do meu ônibus tinha achado o celular e ligou pra ele (último numero discado no cel). Combinaram que ele deixaria na garagem do Brooklyn e que eu deveria ir lá pegar! UFAAAAAA voltei pro escritório, estava pronta pra sair pra ir buscar meu perdidinho, resolvi ligar na garagem só pra confirmar, e me disseram que alguém havia pego meu celular dizendo que iria me devolver. SURTEI!!! O que tava rolando? depois do surto, lembrei do velho Jimmy, só podia ser ele. Corri pro meu email e lá estava a mensagem que ele havia deixado no fone de casa. “Monica aqui é o Jimmy, estou com seu celular, me liga”.
Não é um fofo???? Marcamos de eu pegar o ônibus das 11 no dia seguinte, e ele me devolver. Voltei pro trabalho às 3 da tarde depois dessa caçada infernal. Não tive tempo de sair pra comprar nada pra ele. Dinheiro acho péssimo, nunca sei o quanto vale, o que é pouco ou o que é muito. Em casa peguei uma lembracinha que eu comprei em Maceió, um porta caneta muito fofo, de madeira feito com coco de verdade, lindinho. Embrulhei e levei pra ele no dia seguinte. Ele amou, ficou emocionado, pude ver nos olhos dele. Foi ótimo, ele é um cara bacana, apesar de ser o típico Nova Iorquino folgado que eu tanto reclamo.
AH, detalhe… ele não podia deixar de me sacanear claro. Me disse que o rapaz da garagem ligou pra ele nervoso, “a menina ligou aqui querendo o celular e eu nao estava com ele em mãos!” ele respondeu “Ah não liga não, eu vou dar pra ela amanhã, já combinamos, mas ela é uma pentelha mesmo”. Comecei a rir né… “pain in the neck” foi do que ele me chamou! Tudo bem sou mesmo, no final, consegui o que eu queria, e uma nova promessa foi feita: Agora vou etiquetar meu celular, olhar sempre em volta antes de sair de algum lugar e colocar ele sempre com muita atenção no mesmo local na bolsa.
Aguardem os próximos capítulos….

SAIU ESSA *&^%$#$@

This case has been approved. On July 7, 2006, an approval notice was mailed. If 30 days have passed and you have not received this notice, you may wish to verify or update your address. To update your address, please speak to an Immigration Information Officer during business hours.
Murph é uma coisa impressionante. Agora que estou chegando no limite dos meus dias que ainda posso viajar, eis que o MALDITO é aprovado. Estou na 28 semana e ainda vou falar com a médica pra saber até quando posso viajar. Mas ainda tem um porém, o visto virá vencido. Terei ainda que dar entrada na nova renovação no premium process que leva até 15 dias, ou seja, se chegar essa semana, e o meu advogado fizer o que deve o mais rápido possível, QUEM SABE eu ainda consiga ir até o Brasil, nem que seja para dar um oizinho e voltar.
Ai Ai…
Sobre o quadro, falarei no próximo post!