Estando aqui nos EUA você acaba ficando mal acostumado com o preço das coisas. Tudo é muito acessível e acabamos achando “caro” muitas coisas que julgaríamos baratas no Brasil. Por exemplo, um monitor LCD aqui custa 400 dólares, quando disse isso para minha irmã ela falou: “Monica mas como você ainda não comprou isso? Se aqui custasse R$400,00, eu já teria comprado há muito tempo, mas custa mais de R$2.000,00”. O problema é que como todo o resto é muito barato, você começa a pensar duas vezes, pois com 400 dolares você compra duas bicicletas boas, com $500.00 um pacote para Paris por uma semana com hotel e passagem, um HomeTheater completo da Sony com um design maravilhoso, enfim, tudo é barato junto, aí você começa a pesar as coisas.
Não consigo imaginar voltando para o Brasil e pagar R$800,00 para fazer o upgrade do meu micro, quando aqui pago U$150.00, comprar uma câmera digital boa por mais de R$3.000,00, pagar R$1800,00 por um pacote de viagens para o Nordeste e mais de R$4000,00 para Europa, gastar R$70,00 num creme da Victoria Secrets enquanto aqui custa U$9.00. Ficamos mesmo muito viciados nesse consumismo, e cada vez mais entendo como as pessoas não conseguem guardar dinheiro quando estão aqui. Qualquer um pode ter um carro, pois o modelo da Toyota o RAV4 que no Brasil custa R$115.000,00 aqui sai por R$18.000,00, pagando em várias prestações de U$300.00. A pessoa que trabalha em sub-emprego tem condições de viajar, ter momentos de lazer, lembro que uma vez quando disse a uma amiga que uma empregada doméstica ganhava cerca de 240 reais, ela ficou abismada pois com esse dinheiro ela jamais poderia fazer uma viagem ao Caribe, ter um carro, ter uma casa, e então quem ficou abismada fui eu, de como nossa realidade é completamente diferente.
Acabo que não tenho coragem de pagar R$15.00 por um shampoo da Lanza, quando no Brasil deve custar mais de R$50,00 e tem uma pancada de gente comprando. E faço isso com tudo, acabei de comprar um esmalte por U$3.00 pois nao quis pagar U$6.00 em um da Loreal que promete durar muito mais. Todos dizem que eu deveria aproveitar essas coisas enquanto moro aqui e comprar mesmo, pois no Brasil só se tiver bastante grana. Isso martela na minha cabeça, mas ainda estou com meu Pantene e meu esmalte baratinho 🙂 Sempre que compro algo mais caro, vou no site das americanas pra ver quanto seria no Brasil, aí quando vejo o absurdo, me sinto consolada.
PS: Antes que fiquem convertendo para reais os preços em dólar, lembrem-se que ganhamos em dólar também, então fica no mesmo, um pra um.



Dois anos após os atentados as homenagens estão diferentes esse ano, menos eventos, as pessoas estão mais tristes e mais emocionadas. Vivemos durante o ano tentando esquecer o que aconteceu em 11 de setembro de 2001, tentando levar a vida como se nada tivesse acontecido, claro não pensamos nisso mais todos os dias, mas inevitavelmente, quando vemos uma fumaça no horizonte causada por algum incêndio, ou quando acontece algo como o blackout, a primeira coisa que nos vem à mente é que mais um atentado aconteceu, quando normalmente pensaríamos primeiro num simples incêndio ou numa falta de luz normal. Para mim esse é o trauma que ficou. 
