Saúde

Hoje fui obrigada a sair de casa para ir ao médico, o frio está imenso e a vontade de sair esta pouca. Como já disse aqui, algumas coisas são estranhas no sistema de saúde, começando pelos consultórios. Esse que fui hoje, como vários que já fui e é muito comum aqui, fica no térreo de prédios residenciais. No Brasil estamos acostumados a quando o prédio é residencial, é pq há somente pessoas morando mesmo, nada comercial. Aqui as coisas ficam meio misturadas, o piso térreo de alguns prédios luxuosos abrigam consultorios, meu antigo clinico geral fica em um super chique no upper west side. O meu novo, também fica no térreo de um prédio residencial, tanto como o ortopedista. Achei super estranho no início, agora estou acostumando.

Outra coisa que acho chato é ter que pagar U$15.00 pela consulta, mesmo pagando um plano de convênio caríssimo. Ouvi dizer que no Brasil vão começar a fazer isso também. Só faltava essa. Aqui se você quer ir a um especialista, normalmente precisa pegar o Referral, ou seja uma indicação do seu clínico geral, por escrito, que você precisa ir ao outro médico. Super burocracia com a saúde, e a maior sacanagem, pois os médicos ganham bônus do convênio se eles por exemplo pedirem poucos exames. Quando eu me mechuquei esquiando, nem Raio X tiraram do meu joelho inchado, achei o fim pois é um procedimento super básico no Brasil.

Anticoncepcional somente com receita, ou seja, se você não tem convênio médico e não tem como pegar uma receita, não pode tomar, tem que apelar para a camisinha mesmo. Lembro que até ter convênio aqui eu tinha que trazer o meu do Brasil, meio escondidinho já que não é permitido trazer remédios para cá. O que me impressionou bastante é saber que alguns ansiolíticos que são “tarja preta” tem um mercado negro por aqui. São vendidos na internet sem o desconto que normalmente temos pelo convênio. O meu por exemplo, pago U$20.00 com a receita e o desconto, mas caso eu precise e não tenha minha receita, posso compra-lo pela bagatela de U$180.00 em vários sites online. O mercado desses remédios aqui é tão grande que alguns “drug dealers” trocam drogas por receitas deles.

PS: um tempão sem sair de casa, saio hoje e claro que uma doida no ônibus cismou comigo. A louca ficava olhando para trás e balançando a cabeça tipo”tsc tsc tsc”. Achei que estava falando alto demais e estava incomodando a pinel, mas mesmo baixando o tom de voz, ela continuou me olhando. Aí sim comecei a falar bem alto, rir, e então finalmente ela tinha razão para se irritar :-)) Povo doido! Quem quiser ver a doida, ela está no álbum passeios, na última foto.

Passeios de Inverno

Esses dias fui passear pelo West Village, e fui descendo pela beira do Rio Hudson que tanto costumo ir no verão. Fiquei abismada em ver as placas de gelo no rio. Tudo congelado e congelando, mesmo assim mais para o meio, os barcos continuavam passando. Definitivamente esse é o inverno mais forte desde que cheguei em NY. Ontem precisei sair com 1 meia calça, outra de lã por cima, uma meia normal e uma calça. Um casaco super quente mais ums 3 blusas por baixo. O problema é que não suporto andar cheia de coisas, cachecol, touca e luva pra mim é um sacrifício, não suporto andar assim, aí deixo cachecol em casa. O negócio é tentar ficar em casa o máximo possível, até os passeios da Luana diminuiram. Fico só acompanhando pelo meu weatherbug, que é um programinha que você instala no micro, e a temperatura fica sempre visível. Não saio de casa sem dar uma olhadinha nele, para saber quanto de roupa preciso colocar. Ai minha primaverinha querida, chegue logo por favor!



CELEBRIDADES

CELEBRIDADES

Aqui em NY é bem fácil ver celebridades na rua, pelos filmes que são feitos aqui e pelo pessoal que vem visitar.
Uma vez eu estava no escritório e um colega subiu dizendo que a Julia Roberts estava sentada na escadaria do nosso edifício. Desci correndo para ver, mas vi apenas duas mulheres sentadas, achei que tivesse perdido e fui até a Deli já olhando para todos os lados para ver se ainda a achava em algum lugar. Resolvi então voltar pro escritório, na volta bati o olho de novo nas meninas sentadas no degrau e reconheci aquele bocão! Era ela, mas só reconheci mesmo quando estava de frente, pois quando olhei assim que desci, achei que eram “simples mortais” jamais achei que seria a Julia alí sentada no degrau, de pernas abertas tomando um sorvete, tão casual.

Outra vez estávamos na rua, e o sinal fechou, éramos o primeiro carro em frente a faixa de segurança. Dois garotos vinham atravessando e um deles me parecia familiar, quando olhei direito, não acreditei era o Rick Martin! Lindoooo!!!!!! entortei tanto a cabeça pra olhar que só voltei quando senti o tapa no pescoço 🙂 (marido tava junto). Depois deles, alguns brasileiros como Susana Vieira, repórteres da Globo… a última aparição próxima por aqui foi a Deborah Secco e Marcelo Faria no Central Park, mas eu não estava, quem viu foi o Leonardo e a namorada dele. Tiraram umas fotinhos assim meio clandestinas…

ESCORREGANDO

ESCORREGANDO
Aqui depois que neva e a neve não vai embora logo, fica acumulada na calçada e vai se transformando em gelo. Muito mais fácil limpar enquanto ainda está neve, pois sai muito mais fácil, senão ela vai virando uma camada fininha de gelo que fica exatamente igual a uma pista de patinação, para limpar precisa ficar quebrando.

Os proprietários das casas e apartamentos são obrigados por lei a limpar a frente de suas propriedades, colocar num canto qualquer contanto que libere um caminho para que os pedestres andem sem correr perigo de escorregar. Foi difícil andar nas ruas esses dias pois apesar da multa salgada de U$100 – U$350, muitos moradores simplesmente ignoraram a lei e ficaram com suas calçadas cobertas. Tive dificuldade ontem andando pelo West Village, alguns momentos precisei literalmente parar e andar muito devagar segurando na parede. Vários acidentes ocorrem quando esse gelo não é retirado, inclusive nessas últimas semanas os consultórios de ortopedia aumentaram o movimento em 35% devido ao alto índice de escorregões.

Normalmente as pessoas pegam suas pás e jogam a neve para o canto da calçada que se aproxima da rua como na foto abaixo aonde é possivel ver a calçada. Aí é esperar derreter, o que leva um certo tempo se a temperatura não aumentar, ou então esperar a chuva para levar os restos embora. Essa neve que está no chão foi da última vez que nevou, que se não me engano foi na semana passada e ainda tinha acúmulos da penúltima. Mas pensem, imagine cair na frente de uma super empresa ou a casa de algum ricasso? Não seria nada mal a indenização que iria receber, aqui no país dos processos…

Sem palavras…

Sem palavras………………………………
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Aliás tenho sim, os jornais estão dizendo que se não saírmos devidamente agasalhados nesse frio e ficarmos mais de 15 minutos expostos a ele, podemos ter início de hipotermia. Mole né?

Limpeza na rua

Uma coisa bizarra essa de ter que tirar o carro da rua para poder limpar, é super civilizado, mas estranho o fato de você não poder deixar o carro estacionado do lado direito da rua toda segunda feira das 6:00 às 13:00. Aí todos saem cedo, pegam os carros e estacionam em fila dupla do outro lado. Mas eu fico pensando, como os carros saem, se tem carros ao lado dele? Aí fica a manhã inteira em fila dupla, ninguém multa, ninguém reclama. Aí lá vem o caminhãozinho, passa rapidinho “escovando” a rua, no canto e na metade, afinal o outro lado da rua só vai ser limpo no dia seguinte, quando vai ser a vez de ficarem presos, aqueles que no dia anterior prenderam os carros do outro lado.

Não posso nem imaginar, euzinha acordando às 6:00 da manhã para mudar meu carro de lugar. Prefiro minha lambretinha que fica aqui paradinha na frente, e só tiro quando realmente quero. Aliás no dia que fui tirar essas fotos, uma mulher veio meio invocada me perguntar o que eu estava fotografando, como achei a maneira dela perguntar um tanto ameaçadora, respondi que estava tirando foto da placa e dos carros, aí ela perguntou para que eu estava tirando aquelas fotos, pior é que não estava sendo nada simpática, na verdade devia estar pensando que eu poderia estar tirando as fotos para mostrar a infração que estavam cometendo, afinal o carrinho da madame estava em fila dupla. Perguntei porque ela estava me perguntando aquilo, e ela disse que por nada, que morava na vizinhança. HUNF, eita povinho folgado.

Falam falam que o Brasil é uma zona, mas aqui é que o trânsito é uma verdadeira zona. Pra mim o que é civilizado é que podemos atravessar as ruas sem ficar com medo de sermos atropelados, eles param mesmo. De resto quase nada é respeitado; fecham cruzamento, param em cima da faixa de pedestres sem se importar e para piorar não vejo nunca um policial multando. Dá vontade de fazer como a Regina Casé fez um dia, quando alguém parar na faixa, você atravessa por dentro do carro da pessoa, abre a porta traseira, entra atravessa e sai do outro lado. Imaginem, fazer isso aqui em NY… seria hilário.

Update: esqueci de dizer que, se você não obedecer a lei, além de levar multa, ganha um super adesivo no seu vidro, dizendo que não colaborou com a limpeza da cidade, e esse adesivo é dificilimo de tirar. Tem um carro aqui na rua que é campeão, sempre vejo marcas de adesivos, e sempre tem um novo!


É TÁ FRIOOO!!


Brrrrr!Acho que agora decidiu vir pra valer, deixou a gente curtir ano novo e Natal “mais quentinho” mas a trégua acabou, hoje está de lascar. Previsão pro resto da semana é de neve e frio, muuuuito frio. E a galera em Sampa, indo pra praia no final de semana, AAAAAAAAAAAAAAIIIIIIII que inveja!!!
Sair só de touca poderosa e luva bem grossa. Quando vc está morando em um país frio você entende certas coisas na roupa que não entendia antes. Pra que um cordãozinho no final do casaco? frescura? Não pra apertar bem pra não “subir” nenhum ventinho! E aqueles pelinhos na touquinha do casaco? Ela evita que a neve que vem caindo não vá direto no seu olho, enfim essas e outras que não me lembro agora.

Aí quando lembro o pessoal no frio de sampa usando sobretudo, gorro, luvas… é meio exagero. Mas o que mais dói é o vento gelado, o que faz esse “feels like”ser -12. É a temperatura que sentimos, juntando com o vento. Queima a pele, tem hora que você nem sente mais, mas na minha teoria, pra baixo de 15, é tudo igual! Eu vou ficar aqui bem encolhidinha, quietinha agarradinha na Luana!

Eu não suporto acordar cedo!

Eu não suporto acordar cedo! Pior é que vejo aqui o pessoal acordando cedinho, nesse super frio indo correr no parque. A coisa é tão exagerada que até embaixo de neve tem gente correndo, botam casaco, tênis, luva e da-lhe pernas. Toda vez que vejo isso, me sinto uma sedentária e preguiçosa, e prometo que vou começar a correr, mas sempre acho uma boa desculpa para adiar a decisão. Acho lindo a determinação, a vontade de correr e fazer, claro a pessoa tem que gostar senão fica forçado, e tudo que não se faz com prazer acaba sendo malfeito.

Mas quem sabe como resolução de ano novo, começo a acordar cedinho, correr no parque e depois, as tarefas! Falando em acordar cedo, me lembrei hoje daquela musiquinha “Vambora vambora, olha a hora, vambora vambora”, lembram, que tocava na rádio bem cedinho? Eu acordava as 6 da manhã para ir pra escola, isso é insano!!! Aliás nada mais irritante do que o relógio despertando, quando você está morrendo de sono. Minha irmã tem um papagaio que grita: “Wake Up! Wake Up!!! Goooood Morniiiing, Uhu!!! Wake Up!” e isso com uma voz estridente. Não sei como o bichinho ainda está inteiro, comigo não ia durar nem uma semana.

Procurar apartamento em NY


Procurar apartamento em NY não é uma tarefa muito fácil. A procura é cansativa, as coisas boas duram pouco e a concorrência é bem grande. Em São Paulo vemos muitas casas e apartamentos que ficam com placas para alugar durante mêses, já aqui as ofertas voam. A outra dificuldade está em provar que você vai poder pagar o aluguel. Para isso você precisa ter um bom crédito, ou seja, não apenas estar com a “ficha limpa” mas ter um histórico de compras e pagamentos em dia para poder provar que é um bom pagador. Sendo um recém-chegado a NY isso é meio difícil, portanto fica quase impossível mostrar que você tem condições para pagar um aluguel.

Estou ajudando meu amigo Leonardo a procurar um apê, ele chegou há 1 mês e veio para estudar. Como vai ficar meio difícil conseguir mostrar que ele pode pagar um lugar para morar sozinho, e ter que passar por todo o processo de aprovação de crédito, ele estava procurando um Roommate. Começamos por Manhattan pois fica mais perto da faculdade e ficamos surpresos com o que encontramos.

Manhattan é considerado o melhor local para se morar em New York, aonde ficam as melhores lojas, restaurantes e a muvuca toda. Os aluguéis são bem caros e sempre que se fala que mora em Manhattan é sinal de glamour. Visitamos vários lugares de $600.00 a $1000.00 por um quarto, e só achamos lixo! Fiquei impressionada como podem existir lugares como aqueles em Manhattan, literalmente trash, coisas de cortiço mesmo e pior, os lixões eram os mais caros. Claro que em Manhattan existem imóveis maravilhoooooooooosos, mas eu fiquei pensando, que muita gente quando perguntada aonde mora, fala Manhattan e na hora já pensam: “mora bem” enquanto existe um certo preconceito quando se fala que mora no Brooklyn. Uma amiga que morava em um apartamento bem legal aqui no Brooklyn uma vez ao dizer o bairro que morava, um senhor muito do metido respondeu: “Sorry for you”. O que essas pessoas “ignorantes” não sabem é que no Brooklyn além de lugares ruins, existem lugares muito bons, com mansões de mais de 1milhão de dólares. Conheço donos de empresa de publicidade que moram no Brooklyn por opção, para ter uma vida mais sossegada, morar em um bairro calmo, uma casa com quintal e piscina para os filhos, afinal em Manhattan é bem difícil achar uma casa assim. Outras pessoas preferem pagar a mesma coisa que paga-se em Manhattan num apartamento de 1 quarto pequeno, em um apartamento de 3 quartos no Brooklyn. Uma questão de opção de vida, você pode querer viver em um local pequeno, mas perto da agitação, ou ter um lugar bem mais espaçoso um pouco mais afastado. No final, ele conseguiu um Loft MUITO legal, por um preço bom, no Brooklyn. Depois coloco umas fotihos aqui para vcs verem.

O engraçado também é o preconceito que existe com New Jersey. Em filmes mesmo eles citam isso como se fosse ” periferia” e já ouvi pessoas comentando sobre alguns maloqueiros, se referindo a eles como “those New Jersey people”. Um lugar quando não está bem frequentado, costuma-se dizer que existem muitos BT’s por lá. A sigla quer dizer: “Bridge and Tunnels” ou seja, pessoas que precisam cruzar pontes e túneis para ir até Manhattan. Preconceito existe em qualquer lugar, em São Paulo isso ocorre um pouco com a Zona Leste, mas agora, quem me disser que mora em Manhattan querendo mostrar algum status, pode tirar o cavalinho da chuva, pois morar como as pessoas que visitamos em Manhattan, nem de graça.

Padaria pra quê?


Coisa difícil de achar em New York é uma padaria. Aquela vontade de comer um pão doce com aquele creme amarelinho em cima que tem coco misturado, esqueçam. Alguns lugares vendem pães, como Dean & Delucca, e alguns supermercados, mas exclusividade para pães eu pelo menos não vi ainda. Andando por Chelsea, encontrei esse lugar novo, esquina da 23rd com 8th avenue. Umas tortinhas apetitosas, alguns pães, algo que se aproxima mais de uma padaria.

Mas uma Santa Marcelina por aqui, nem pensar. Pão francês? só baguette, e algo que se aproxime com pão francês eles chamam de Portuguese Roll. Incrível comparar com o Brasil aonde existem 2 padarias no mínimo por bairro.