11 de Setembro

Muito já se falou sobre esse assunto, a TV não cansa de passar, mas ainda me surpreendo quando paro para assistir as imagens novamente. Enfim, hoje é dia de homenagens em NY. Não sei se comentei aqui que eu estou escrevendo uma coluna quinzenal para a revista paradoxo. Como essa semana eu escrevi justamente sobre esse assunto, não quero repetir tudo aqui, quem quiser ainda ler sobre isso, pode visitar lá. 🙂

Happy Hour em NY

Ontem eu fui pela primeira vez em um happy hour num bar em NY. Foi totalmente sem planejar, eu estava passeando por Manhattan com o Leo, e resolvemos ir para o Bryant Park dar uma descansadinha, quando vimos um bar super legal ao ar livre. Achei que fosse algum evento fechado, ou um happy hour de alguma empresa específica, mas depois de perguntar ao segurança, descobrimos que era apenas um happy hour aberto para todos. Muito legal o ambiente, não resistimos e fomos. A cerveja caríssima, uma corona por U$7.00, não é mole não. Aconteceu uma coisa bizarrísima com a gente que jajá eu conto. Compramos uma cerveja e ficamos andando pelo local, observando as pessoas. Como é diferente do Brasil!! Um bar, num lugar maravilhoso, as pessoas estariam em outro clima, paquerando mais, se olhando mais. Aqui as coisas para mim parecem meio 8 ou 80. Ou não fazem nada, aquela coisa meio retraída, mas quando fazem vão muito direto ao assunto. Como dizem, não existe o “swing” brasileiro. Eu era curiosa para saber como as coisas aqui aconteciam, pois só sei no Brasil, e alguns amigos disseram que a paquera aqui era mais dificil, pelo menos pro brasileiro, que esta acostumado de uma outra forma. Ontem ficamos observando e vimos que é realmente estranho.

O Lance bizzaro foi o seguinte: estávamos comprando outra cerveja quando um cara se aproximou e disse para botar nossa cerveja na conta dele, que ele tinha uma conta aberta que precisava gastar o $$, algo assim meio enrolado. Agradecemos e ele saiu. Fomos lá agradecer de novo, e acabamos ficando por lá, batendo o maior papo. De repente, do nada ele chama uma menina para conversar, achei até que ja se conheciam. Trocaram algumas palavrinhas e ele logo partiu pro ataque. A menina não queria nada, mas ficava lá (????)… vai entender. No final, não sei o que aconteceu, fomos embora, ele ficou lá na tentativa, mas ela não estava muito na dele não. Ele mesmo definiu o pessoal lá assim: “these people sucks” estão aqui somente caçando maridos e esposas, e realmente era isso que parecia mesmo.

Adorei a experiência, mas ainda assim, acho a atmosfera muito estranha, e só fez aumentar a minha saudade do Brasil!

Ah, esse carimbinho é meio “default” aqui em NY quando vc chega a um bar para um Happy Hour, saímos todos de lá “carimbados”.

Protestos

Ontem foi dia de protestos na cidade. Vendo a quantidade de pessoas em NY que são contra o governo BUSH fica difícil de acreditar que ele esteja com 50% das intenções de votos. Tudo bem, NY é a cidade que mais contraria o governo, mas é impressionante pensar que alguma cidade tenha a capacidade de concordar com as idéias desse maluco. Tivemos que sair no domingo para ir ao correio que fica ao lado de onde está tendo a convenção, mas o correrio claro estava fechado. Detalhe: é o único correio aberto 24horas, e fecham o pobre por causa desse imbecil. O policiamento estava realmente BEM reforçado, e foi uma pena que não vimos os protestos, chegamos tarde demais. Vi uma cena no metrô muito legal, os pais com um filho de mais ou menos 11 anos de idade que carregava uma placa dizendo: “Gaste dinheiro com educação, e não com guerra”. Incrível ver a conscientização da população e isso chegando às camadas mais jovens. Fico impressionada como as pessoas se mobilizam aqui para lutar pelas coisas. Não seria legal um protesto contra o Maluf? Com as placas dizendo tudo de podre que ele já aprontou? Nossa seria o máximo, mas não sei porque o brasileiro não se mobiliza por essas causas, ainda tento entender o que foi aquilo do Collor, deveria ter servido de exemplo, para mostrar que às vezes o que reinvindicamos pode dar certo.

Algumas fotos que tiramos na nossa caminhada esse sábado

RESUMO DO FINAL DE SEMANA

É muito bom receber amigos aqui em NY, sempre fazemos vários passeios turísticos e também matamos a saudade. Essa semana o Mike, mais conhecido aqui nos comentários como MyBike, veio para NY a trabalho e pudemos aproveitar bastante com ele o weekend.

Vou fazer um resuminho com as fotos, pra ficar mais gostoso.

Sexta feira fiz um jantar aqui em casa e ficamos batendo papo, comendo, bebendo vinho e tentando instalar uns joguinhos que ele trouxe do Brasil 🙂

No Sábado, pegamos nossas bikes, ele alugou a dele e fomos pedalar pelo “calçadão de copacabana” à beira do Rio Hudson subindo até o Central Park. Ganhei até uma mordida 🙂 Almoçamos em um lugar bem em frente ao aluguel de bicicletas, uma barraquinha que tem um Cheeseburguer maravilhoso e por apenas U$3.50.

Essa é uma casa-barco que vimos ancorado no Rio, achei o máximo.

Chegamos ao Central Park, esse é o Boathouse, um restaurante com essa vista maravilhosa do lago, e um close de um casal andando de barquinho.

Que gatinho esse Spider-Man!

Achei essa menininha uma graça! Foi um custo fazê-la olhar para trás, tivemos que usar o talento cachorrão do Mike, que começou a latir (ele faz isso muito bem) e a menininha ficou procurando aonde estava o cãozinho.

Tivemos que voltar logo para devolver a bike do Mike (rimou) às 7:00hs. No caminho paramos para treinar umas tacadas de softball.

O pôr-do-sol foi um espetáculo, e vcs já sabem minha paixão por ele né? Uma obra de arte.

Como de costume nesses passeios pelo Rio, acabamos o final de tarde no Bar da Marina tomando uma deliciosa cervejinha e apreciando a paisagem.

Ficamos apenas com 2 bikes e 3 pessoas, o jeito foi o Sergio me levar de carona no banco dele e o Mike ficou com a minha bike, andamos uns 15 quarteirões assim, mas NUNCA MAIS, fiquei quebrada, e ele também.

Domingo foi dia de piquenique de novo com a paisagem do Rio e novamente o pôr-do-sol foi divino. Nada melhor do que uma cervejinha para acompanhar um bom papo e uma paisagem maravilhosa.

INTOLERÂNCIA

Aqui no metrô de Nova Iorque você vê tudo que é tipo de gente e situação. Eu até já tive uma briga de quase rolar porrada com uma mulher pinel, tiveram que nos separar. Não espero mais nada de bizarro para ver numa viagem de metrô, mas hoje presenciei uma cena muito desagradável. Estava sentada lendo um livro e ouvindo alguém falando alto, como isso é normal aqui, nem me liguei de nada. O tom de voz começou a aumentar e aí liguei meu tradutor que estava desligado 😉 e comecei a prestar atenção na conversa. Era um rapaz que devia ter entre 25-30 anos, discutindo com outro que parecia ter a mesma idade, sobre russos, judeus etc. Não estava entendendo direito, mas os ânimos de um deles estava bem alterado e pelo que pude perceber, o que estava mais calmo estava tentando mostrar que a coisa não era bem daquele jeito, com todo o radicalismo que ele estava mostrando sua opinião.

Percebi que ele estava acusando os judeus, falando que eles só se preocupam com a própria raça deles, que sugam dinheiro do país e mandam pra Israel matar gente, que os alemães fizeram bem em tentar exterminar essa raça, e mandando que eles fossem embora do país dele. Na frente deles estavam sentados dois judeus, com idade entre 20-25 e ouviam aquilo tudo calados. Reparei que quando o doido falava de judeus, começava a olhar diretamente para os dois garotos, estava mesmo bem declarada a revolta. Depois de uma estação, o rapaz com quem ele estava discutindo saiu do metrô, até então não sei se eram conhecidos ou não. Achei que sozinho, ele iria se calar, mas ficou ainda mais irado e começou a chamar os judeus a sua frente de “motherfuckers” falando que fossem embora do país dele e os acusando de outras coisas que eu não pude entender, mas muito, muito agressivo.

Fiquei imaginando aquela mesma situação no Brasil, os judeus já teriam descido a porrada nele, aliás era o que ele merecia mesmo, estava louca para que isso acontecesse, mas aqui é dificil. Já presenciei várias cenas assim, em que as pessoas se agridem verbalmente até o máximo que podem, mas não se tocam, conseguem ficar naquele bate boca por muito tempo sem agressão física. Estranho né, nosso sangue é bem diferente. Os meninos ficavam quietos, só ouvindo os absurdos, e ninguém no metrô se intrometia. Começou a entrar gente na proxima estação que ficaram chocados com o que estavam ouvindo e acabaram se intrometendo, dizendo que não eram obrigados a ouvir a opinião dele. Um outro senhor que entrou vendendo lanches, também se tocou com aquilo e tentou dar uma lição de moral no indivíduo, mas ele berrava, estava completamente transtornado de raiva. Ainda bem que ele desceu na outra estação e ficamos livres de todo aquele stress, mas morri de pena dos meninos judeus, terem que ouvir tudo aquilo e aguentar calados. Haja paciência e controle…

ERA UMA CASA MUITO ENGRAÇADA, NÃO TINHA TETO, NÃO TINHA NADA…

Essa é uma casa que tem aqui na minha rua que me chama a atenção por ser completamente diferente das demais e também pelo seu estilo zoneado. Toda vez que olho eu imagino como ela deve ser por dentro sendo assim por fora. Imaginava que alí fosse uma casa abandonada até descobrir que seu morador é um senhor bem velhinho, provavelmente um veterano, está sempre com uma bengala e calça camuflada. Senta nesse degrau e fica horas alí, com aquela cara carrancuda e barbuda. Reparem o detalhe ampliado da bandeira, a casa está podre e caindo aos pedaços, mas lá está a bandeira dos Estados Unidos, isso não pode faltar.

Tenho um pouco de receio dele, talvez porque me lembre a história de um livro que lí na adolescência sobre crianças que também cismavam com uma casa no final da rua que moravam, que também tinha um velho avarento. A primeira vez que vi a casa, me lembrei desse livro e quando vi o velhinho, já me senti a personagem daquela história, acho que isso completa meu receio. Quando o vejo na calçada eu atravesso, pode parecer meio doideira, mas eu prefiro atravessar.

Ainda vou tirar a foto dele para vocês verem, estou aqui com uns planos com o Sergio para conseguirmos tirar sem que ele perceba, o que é difícil pois ele fica sempre sentado no degrau de frente pra rua. Já pensou se ele vê e sai correndo atras de mim? Deus me livre! Tem que ser muito bem planejado 🙂

Show no Parque certo.gif

Gostoso ir a shows nos parques aqui em NY, mais ainda é ver show de banda brasileira quando estamos com saudades de casa. Sexta feira teve show do Araketu e depois o filme Fala tu, um documentário bem legal, com frases que te fazem pensar melhor sobre a situação social do Brasil. Uma dessas frases foi de um dos Rappers, que diz que ele já nasce excluído na sociedade. Te faz pensar como deve ser difícil alguem vencer, nascendo num lugar como a favela, aonde o maior desafio é sair dessa “exclusividade” e fazer parte da sociedade. Difícil não ter como referência de sucesso, o maior traficante da favela, aquele que tem o tênis de marca, mulheres, dinheiro, significado de sucesso na comunidade.

Sábado foi melhor, show da Margareth Menezes e o filme Viva Voz. A maior emoção foi mesmo o show. Nada melhor do que poder vê-la de graça, de perto, num lugar não entupido de gente, mesmo sendo um show free.

Ela é fenomenal, uma voz de estremecer qualquer palco e encantar qualquer povo. Estar alí vendo ela dançar, aquele sambinha só nosso e ouvindo letras que só nós que estamos tão longe sentimos batendo muito forte dentro do peito, fazem desse um dos melhores shows que já vi. Naquele momento que ela cantava, os pêlos do braço ficavam 90% do tempo arrepiados. Parecia que estávamos recebendo e sentindo o mais puro dos sentimentos do que o nosso país tem de bom. Não tinha espaço para lembrar das coisas ruins que tem por lá, nenhuma violência, nem corrupção, o que entrava alí era somente alegria, emoção, orgulho e muita, mas muita saudade e felicidade em saber que isso tudo é só nosso. Vários americanos e pessoas de outras nacionalidades estavam presentes, mas só nós brasileiros tínhamos esse sentimento em comum, que mesmo com milhões de palavras, não daria para explicar a nenhum estrangeiro, era uma língua somente nossa, sem tradução.

No final do show, após entrar para o bis, ela ficou pensando que música cantaria e disse que cantaria aquilo que era o desejo de todos nós. Aquele vozeirão começa a cantar:

“Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus eu sei, eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita”

Depois de pegar uma toalha com bandeira brasileira, que foi jogada por uma pessoa da platéia, ela não resistiu e caiu no choro quando cantando a música, enfatizou a palavra “e será”. Se emocionou bastante, não conseguiu continuar, mas a gente ajudou! Várias pessoas chorando, e eu fiquei surpresa quando vi minha amiga americana também com lagrimas nos olhos. Se isso emocionou a ela, imaginem a nós.

Que coisa!

Quero uma coisa simples”: aula de natação. Não queria academia, queria como temos no Brasil uma escola de natação e ponto final. Aqui só acho em “combos” nas academias da cidade.

Americano adora isso, juntar as coisas, que nem com os sucos. Coisa mais difícil achar suco de uma fruta só, é so combinando, laranja com banana, morango com abacaxi… isso quando não sao mais de 3 frutas juntas. HUNF

Ai meus pezinhos…

Olhando para essa sandália, logo de cara não vemos nada demais, alías ela não faz nem meu estilo, mas depois que você coloca no pé, percebe porque ela custa U$89.00

Aqui em NY qualquer sapato é colocado a prova no quesito conforto. Botas altas nem pensar, só consigo usar no Brasil, aqui só saltinho baixo. Não basta apenas ser baixo, tem que ser realmente confortável. De todas as minhas sandálias e sapatos que eu achava que eram confotáveis quando morava no Brasil, apenas 80% passaram no teste.

Hoje saí com a minha sandalinha rasteira da side walk que no Brasil eu andava para cima e para baixo sem sentir nenhuma dor. Ela foi sumariamente reprovada, meu pé doeu MUITO, parecia que eu estava pisando diretamente no chão. Comecei a procurar alguma coisa BARATA para apenas aliviar um pouco a dor no pé, quando entrei na loja e encontrei essa aí. Parecia que eu estava nas nuvens, nunca coloquei no pé algo tão confortável. Não era porque ele estava doendo não, pois experimentei várias outras antes dela, a sandália realmente é dos deuses! Se você preza muito conforto, eu a recomendo sem sombra de dúvidas, mas aí tem que ter a coragem que não tive de pagar os quase U$90,00 por ela.

Sábado de Primavera

Mais parecia verão, 30 graus e um sol de rachar. Fui no local que mais adoro, descer pelo West Side a beira do Rio Hudson e acabar a tarde no South West NY, um bar que fica em frente à marina. Adoro aquele local, me faz sentir que estou em uma cidade de praia, tomando minha cervejinha com os amigos nem imaginando estar nessa metrópole doida. O pessoal patinando, andando de bicicleta, correndo, andando e muitos cachorros e crianças. Nada melhor do que um programinha assim para receber o verão que vem atropelando a primavera. Fomos eu e o Sergio apresentar o lugar para nosso amigo Leo, que chegou aqui no inverno e estava louco para que chegasse o verão para conhecer esse lado “praia” de NY.

Quem vier passear por aqui nessa época, é um programinha que não pode ser deixado de lado. Vir descendo desde a altura da 14th street curtindo a vista do Rio Hudson, passeando pelas plataformas que foram construídas e invadem o Rio, deitando na grama, tirando uma soneca com aquela vista deliciosa. Depois continua descendo, tem o Trapeze School, aonde você pode se arriscar no trapézio contemplando o sol maravilhoso ao fundo. Na hora do pôr-do-sol num dia bonito, é um espetáculo, gosto de já estar bem lá embaixo ou melhor ainda estar já no bar, recarregando as energias com o sol e claro, a cerveja. Poderia ter ficado por lá a noite toda, se não fosse o super toró que caiu e nos expulsou de lá, consegui até tirar uma foto do clarão antes de sair correndo. Não deixem de conhecer e peguem a mesa que fica mais perto da quedinha d’água que tem na frente do bar.

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