BREAKING NEWS

E Osama finalmente foi capturado, após 10 anos de busca. New York comemora, Washington também, mas tenho medo. São 1:40 da manhã aqui e o povo está nas ruas, celebrando, enquanto fico pensando o que vem por aí, depois da morte do terrorista mais procurado da história. O que não sabemos é se finalmente o terror vai acabar, ou se apenas vai piorar. São em torno de 10 mil pessoas mortas nesses 10 anos desde 9/11:
– 2,735 civis no World Trade Center
– 87 passageiros e tripulação a bordo do vôo 11 da American Airlines
– 60 passageiros e tripulação a bordo do vôo United Flight 175
– 343 bombeiros e pessoal de resgate
– 23 policiais
– 47 trabalhadores do Port Authority
– 37 policiais do Port Authority
– 36 passageiros e tripulação a bordo do vôo 93 da United
– 65 passageiros e tripulação do vôo 77 da American Airlines que bateu no pentágono
– 125 pessoas que morreram dentro do pentágono com a colisão
Fora isso, na guerra que Bush começou à caça de Bin Laden, já foram em torno de 5900 mortes de soldados americanos na guerra do Iraque e Afeganistão. Essa página no Washington Post, mostra cada um dos soldados mortos, local da ocorrência, idade (o que choca, a maioria 20-25 anos), cidade natal, e detalhes do incidente que culminou na morte de cada um deles.
Obviamente nós que vivenciamos os ataques, nos sentimos felizes com a captura de Bin Laden, ainda mais quando lembramos tudo o que vimos naquele 11 de setembro, mas lá no fundo, fica a pergunta, será que tem mesmo o que se comemorar? Veremos as cenas dos próximos capítulos, que esperamos que seja com um final feliz.

Um cineminha

Há 4 anos e meio que a frequência com que vamos ao cinema caiu drasticamente. Talvez desse para contar nos dedos as vezes, e para quem ia praticamente quase toda sexta feira, é uma mudança radical. Tudo bem vai… tem o Netflix! Que beleza, assim fico atualizada com os filmes… haha até parece. A hora que estou livre para assisti-lo, caio no sono antes da metade.Não que já não fosse assim antes, mas ao menos na metade eu chegava 🙂
O bom é que agora com Lorenzo, tenho opções durante o dia. A versão do Cinematerna do Brasil não é assim tão variada, mas dá essa possibilidade às mamães e babás que querem assistir ao filminho, sem tremer de nervoso caso o bebê resolva chorar bem no meio.
O Sunshine oferece sessões especiais que podem ser checadas no site, essa semana são dois filmes disponíveis, as 13:00hrs. Existiam outras opções de cinemas fazendo o mesmo, porém, não consegui confirmar se ainda estão funcionando.
Para quem curte um cineminha com as crianças já crescidinhas, anote na agenda, dia 4 de Junho, o Brooklyn International Film Festival, vai acontecer no descolado bairro de Williamsburg
As “crianças” entre 8-15 anos, apaixonadas por cinema, agora podem experimentar como é escrever, criar um curta e stop motions. Para ficar bem conveniente, se você não tiver como levar seu filho, eles atendem a domicílio, e levam os equipamentos até sua casa. Essa indústria de cinema aqui não dorme mesmo no ponto hein?

Lixo bom

Parada obrigatória da minha mãe quando esteve aqui: a salinha do lixo do prédio. Entre diversas coisas em bom estado que os americanos jogam fora, algumas a gente ficou sem entender a razão. Calça da Gap ainda com etiqueta, vestido da Victória Secrets que ainda está no catálogo nos deixavam curiosas, por que será que estavam no lixo? Toda semana ela subia com um saco cheio de roupas, e lá encontrava coisas em ótimo estado da Guess, Polo e até DKNY. Fazia a seleção e reciclava o que não queria.
Como aqui as coisas são baratas, o consumo um pouco exagerado, e o espaço pequeno, fica difícil acumular aquelas coisas que não usamos mais, mas que temos dó de jogar fora. O mercado de usados é difícil, como o novo já é barato, vender um usado dá trabalho e não compensa. Me lembro que há uns anos atras, quando decidia fazer uma faxina no meu closet, pegava as roupas, colocava num saco e deixava na calçada com um aviso “free clothes” e em minutos a sacola era devorada. É comum achar no lixo, televisões que funcionam, carrinhos de bebê, e outras coisas grandes que ficam ocupando espaço em casa, mas imagine a dó de pegar um deles, e simplesmente colocar no lixo ainda funcionando, apenas porque trocou por um modelo mais novo, ou seu bebê já não usa mais? Doação é outra dificuldade, o Salvation Army por exemplo, agenda um dia para vir buscar, mas não é tudo que eles aceitam, e da última vez que liguei, a espera era de 2 meses. Depois de tentar vender minha HDTV 42″ Projection TV por 150 dólares, sem sucesso, resolvemos anunciar na popular craigslist.org para doação. Recebemos mais de 100 emails, e ficamos felizes em ver que a pessoa que escolhemos além de simpática, realmente necessitava dela.
Há uns dias, descobri um grupo de reciclagem, o Freecycle. As pessoas oferecem suas coisas, e quem se interessar, manda um email e torce para ser o escolhido. Normalmente escolhem por ordem e chegada do email, então o segredo é ser rápido. Tem de tudo, brinquedos, roupas, alimentos, ferramentas, e até vestido de noiva, sem uso, eu já vi anunciado (fiquei imaginando a história do vestido). Assim que comecei a receber os emails, vi uma pessoa doando um bouncer, aquela cadeirinha mágica para o bebê brincar e dormir. Escrevi imediatamente, e a tarde o marido foi buscar. Em perfeito estado, lavei o tecido e ficou nova, Lorenzo amou. Despachei também uma caixa de roupas da Luna, e o rapaz que veio buscar, ainda me trouxe bombom de chocolate branco, parece até que conhecia minha preferência. Fiquei ainda mais satisfeita quando a mulher dele em mandou email ao abrir a caixa, dizendo que amou as roupas, e que além de bem conservadas, eram lindas, e que ela se sentiu abrindo uma caixa de presente de natal. Fica aí a dica.

Mommy e os babies

Eu em 2007 com Luna, e em 2011 com Lorenzo.
My Babies
Eu com Luna 2007______________________Eu com Lorenzo 2011
Luna começou a dormir a noite inteira, com 5 meses, Lorenzo com 3.
Ele toma ainda leite do peito, ela tomava fórmula.
Ela tomou a BCG no Brasil e ficou com marquinha, ele não vai tomar.
Ela passou seus primeiros 4 meses de vida no Brasil, com a avó e o calor. Ele passará em New York, no maior inverno dos últimos tempos, e apenas o primeiro mês com a vovó.
Ela tinha as bolinhas na pele (brotoejas) devido ao calor, ele tem eczema agravado pelo frio.
Ela nasceu com cabelo, ele nasceu careca meio moicano.
Ela mal usou babador, ele usa muito, pois tem refluxo.
Com ela não usei óleo Johnson, ele já estou acabando com o primeiro potinho.
O parto dela foi totalmente filmado, o dele não deu tempo.
Os dois me fizeram sair de casa no dia do parto, no mesmo horário, as 9 da manhã.
Ela ganhou o blog dela aos 3 meses, e Lorenzo também!
Os dois fazem a minha vida MUITO mais feliz.

O segundo filho

dois filhos
Sempre que pensei no segundo filho, me perguntava se iria amá-lo como amo a Luna. Parece que com toda mudança que passamos no corpo e na mente durante a gravidez, nosso coração também fica maior. Também sabia que seria bem diferente que o primeiro, e como foi. A gravidez passou voando, os sintomas não eram mais novidades, a emoção e o medo do primeiro ultrassom também não foram iguais. Não teve também a preparação do quarto, as inúmeras leituras sobre cada fase do bebê, parto, amamentação, pesquisa de inumeros produtos de bebê, nem compra de roupinhas (ganhei todas). Não sabia a sensação que teria quando ele chegasse, nem como a Luna reagiria, mas ainda bem que ciúmes não rolou até agora, ela ainda está empolgada, quer pegar beijar toda hora, e o chama de “meu bebê”. Até pra Luana, não foi novidade, me lembro que quando cheguei com o bebê em casa (Luna) ela ficou super agitada, querendo saber que barulho era aquele que vinha do berço, queria cheirar, e até tentou carregar como se fosse um dos brinquedinhos dela. Pro Lorenzo, nem tchum, só uma cheiradinha e pronto.
Nos primeiros dias, comecei a estranhar, fiquei com a impressão que de repente a Luna, meu bebê, estava enorme, já falava tudo tão bem, com tanta desenvoltura. Agora tínhamos mesmo uma família, são DOIS filhos, DOIS! As pessoas não perguntam mais como está a Luna e sim, como estão as crianças, e percebi como a gente acha que não tem tempo, mas na verdade, com um filho só eu tinha muito tempo e não sabia.
Na hora do banho, sem medo, segurei firme e forte, me senti uma P.H.D nessa tarefa. Os gemidos e choros, não me assustam mais, nem tenho problema em deixa-lo chorando enquanto faço minhas necessidades tranquilamente no banheiro. Não o estranhei tanto, parece que o tal do “bonding” veio mais rápido do que veio com a Luna, afinal ele não mudou minha vida tanto assim. Com a chegada dele aqui eu já estava acostumada a acordar cedo, a me preocupar com outra pessoa mais do que comigo, a lavar bem mais roupas, a não sair mais sozinha sem preocupação, e nem sabia mais o que era dormir um sono profundo. Tudo foi mais fácil, mas tenho que dizer que ainda acho esquisito ser mãe de um menino. É diferente, não sei como explicar, mas é. Da mesma forma que o Sergio acha que ser pai de uma menina permite coisas que ele sabe que não serão iguais com o menino, eu também acho que o “bonding” da mãe com o filho homem é diferente. Pode ser que eu mude de idéia e sentimento quando eles crescerem, mas aqui em casa pelo menos, eu já sou para a Luna, a mãe chata e o pai é “cool”.
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Uma manhã na lavanderia

Estou me tornando anti-social, fato. Tenho essa certeza toda vez que tenho que conversar com alguém que não conheço. Cheguei ontem na lavanderia e tinha uma mulher, com uma imensidão de roupas, ocupando todas as máquinas. Como foi um sacrifício descer com toda a minha imensidão também + carrinho de bebê, resolvi sentar e esperar. Mas o que mais me incomodava mesmo era a presenca de outra pessoa naquele espaço pequeno. Depois de tirar as roupas de 3 maquinas e encher mais 2, ela finalmente foi embora. UFA, que alívio, poderia começar a colocar as minhas na única disponível estando sozinha por lá, só com meu baby. Logo chega uma babá com o carrinho de bebê também, e com sua cestinha de roupa suja. Já foi escolhendo sua máquina, ou seja, uma a menos para mim. Acho que ela tinha que ter entrado na fila como eu, mas tudo bem, o pior mesmo era ter que ficar papeando, ao menos ela era simpática, mesmo porque se não fosse, ela nem teria puxado papo.
Mais uns minutinhos e volta a primeira mulher para tirar suas roupas, e pronto, a reunião na lavanderia estava feita, as duas engataram o maior papo (já se conheciam), e eu as vezes participava, respondendo às perguntas sobre Lorenzo. Tive a segunda constatação triste do dia, além de anti-social, estou perdendo minha habilidade de multitask.Enquanto elas falavam, e eu também, não conseguia me concentrar nas roupas que colocava na máquina, quais precisavam produto tira manchas, em quais eu deveria colocar amaciante, alvejante… enfim, de novo desejei que me deixassem sozinha, mas dessa vez era por questão técnica mesmo! Foram 7 maquinas de roupa, e outra constatação, a de que as mães Nova Iorquinas, são mesmo guerreiras. Já estou aqui há 11 anos, sei como funciona viver sem ter ajuda, a gente tendo que fazer tudo praticamente sozinha, mas elas tiram de letra, e ainda cantam felizes! Essa mulher que voltou, teve que trazer sua filha nas costas, com aqueles “carregadores” de bebê. A menininha ficou lá quietinha, enquanto a mãe, super ágil, rápida e tagarela, conversava ao mesmo tempo em que tirava abaixava para tirar o monte de roupas da máquina e dobrava as que já estavam secas. Tudo isso com a filha de 1 ano lá atrás, que as vezes reclamava e a mãe no meio das atividades, ainda dava uns pulinhos para acalmar a menina, quando ela ameaçava chorar. Já estava achando-a o máximo, minha heroína, quando ela começou a contar que a filha dela tinha nascido de 25 semanas.
A bolsa estourou no avião, na volta de Houston para New York, e a bebezinha nasceu, de cesária de emergência com apenas 650 gramas. Ela contou que aos 5 meses, sua barriga estava começando a aparecer, nem teve o prazer de se sentir realmente gravida, de barrigão. Foram 91 dias em Houston, esperando a alta da filha. Hoje, ela com 1 ano, é perfeita, sem sequelas, e a mãe com um astral ótimo, nos contando que toda semana tem 7 máquinas de roupas para lavar, e a pequena Olívia, está lá sempre com ela. Fiquei encantada em ver como hoje em dia, crianças que nascem tão precocemente, conseguem sobreviver fora do útero, fiquei imaginando a barra que deve ter sido, passar por tudo isso sem a certeza de que ela teria a filha com ela nos braços voltando para casa.

Alfabetizando

Você se lembra de como aprendeu a ler? Eu não, nem vaga lembrança, nada… mas nunca vi nenhuma criança no Brasil, fazendo como a Luna faz, reconhecendo as letras pelo som que elas emitem, o fonema da letra, será que foi com essa técnicaque a gente aprendeu também?. Achei super interessante e fiquei de boca aberta, quando dia desses trouxe da escolinha uma lição de casa e acertou tudo, sem nenhuma ajuda. Eram figuras que no nome estavam faltando uma letra e ela tinha que escrever qual letra faltava. Quando vi, pensei “Poxa, difícil isso pra ela, como ela vai saber que letra falta se nao sabe ler nem escrever?” . A primeira era a palavra WATER, que vem acompanhada do desenho, e estava faltando a letra T. Ao ver WA__ER ela começou a pronunciar a palavra, repetindo varias vezes e achou (não sei como) o som da letra que estava faltando, e ficou repetindo somente esse som, e aí então disse: “T”! e preencheu a lacuna. Mamãe ficou B-B-B-Babando!!
Aqui no vídeo dá pra ter uma idéia do que estou falando, mas o exercício era pra achar a última letra de cada figura e ligar à ela.

Video Player

Tudo é relativo

Hoje me diverti com o ponto de vista da Luna, segue o diálogo:
– Mamãe, a gente fez uma atividade na escola, pra colocar o adesivo de como o tempo estava hoje, e eu coloquei que estava “windy” (com vento forte) mas todo mundo colocou o adesivo de sunny (ensolarado), mas hoje não estava windy?…
– Estava filha, mas também estava ensolarado
– Mas mamãe, qual que tava mais? estava mais windy do que sunny não era?
– Não sei filha qual estava mais, mas porque? quem colocou que estava sunny?
– Todo mundo, “except me” (exceto eu)
– Sei, mas quem estava certo filha?
– Eu mamãe, e todo mundo tava errado.
– Ah é?
– É mamãe, e você “agree” (concorda) comigo ou com meus amigos?
– Com você filha, mas com quem a sua professora concordou?

– Ela concordou com todo mundo que estava errado.

AMEI!

O inverno ainda está aqui

O inverno ta bombando, hoje fez -18 C pela manhã, tivemos a maior nevasca dos últimos anos, mas se você precisa de calça, bota e luvas de neve, vai penar pra achar. Muita procura? Não, simplesmente, as vitrines estão cheias de roupas de primavera, que só de olhar já da arrepios de frio. Andei muito pela quinta avenida, passei na GAP kids, Burlington, Macy’s, Daffy’s, Century 21, Children’s Place, Target, Zara kids, TJ max, enfim, rodei tudo e não achei. Pra dizer que não, tinha na Paragon, loja especializada em esportes, mas obviamente com o preço lá em cima, pois são roupas pra ski, outra qualidade. Restou a opção de comprar online, o que também está dificil. Poucas opções de números e cores, tem que pegar a raspa do tacho mesmo. Agora estou atras de um casaco de frio que fique bem largo, para caber as blusas embaixo, pra enfrentar um dia como hoje de temperatura indecente, mas… quem diz que acho? E, segundo a marmota o inverno não dura muito, mas parece que São Pedro não concorda com ela!