Como fingir que você é um verdadeiro Nova Iorquino

Ótimo, peguei no blog da Paradoxo, e confesso que me identifiquei em vários casos do vídeo. Só não como nas barraquinhas, acho o cheiro enjoativo, mas posso dizer que os churrasquinhos são bons, esses eu já comi e gostei. Celular, pressa, metrô, essas são as que mais faço e a mais perfeita é a pronúncia de “HOUSTON”, algo que me confundiu muito quando cheguei aqui em NY há 10 anos atrás. Não concordei muito com as roupas pretas, pra mim isso acontece apenas em certas áreas de New York, mas na maioria das vezes as pessoas estão coloridas. Os banheiros públicos realmente são poucos, mas com esse guia sua vida pode ficar mais fácil num momento de emergência.
Ainda acrescentaria nessa lista, que o New Yorker toda manhã pega seu café (com leite) na Deli, come nos bancos das praças, e faz farofada no Central Park.

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Ê São Paulo…

Teve uma época que fiquei apaixonada por Recife. Morava em São Paulo e após um temporada de férias, me encantei com as pessoas, com a cultura, com o ritmo. São Paulo tinha perdido a graça, comecei a achar chata, feia, pessoas sem graça, aliás nada com graça. Sonhava em arrumar emprego e morar por lá, idéia fixa total. Com o tempo foi passando e logo fui para NY. Hoje, posso dizer que minha visão e sentimento com São paulo, é a mesma que tinha com Recife, em outras palavras, São Paulo virou Recife e NY virou São Paulo. Ando aqui, me encanto com cada sorriso, cada pessoa simpática, cada bar cheio de gente tomando cerveja no Happy Hour, cada conversa, cada programa com amigos. Tudo é lindo, parece até que não conheço o lado ruim, e me vejo sentindo minha cidade como uma turista.
Me impressiona como moradia aqui e tão diferente, prédios amplos, área de lazer, garagem… tudo isso é luxo em NY. Desde que chegamos, tem feito sol todos os dias, uma estabilidade climatica que é difícil em São Paulo. Todos os dias abro a janela, e fico namorando essa piscina do prédio mais abaixo na rua. SP é o real cenário dos meus sonhos e a mudança no script ainda mexe comigo

A Gripe

A gripe está em todos os noticiários, no Twitter, nos portais, todo mundo fala dela. Cada dia o número aumentando, a primeira morte detectada nos EUA, mas pedem pra gente não entrar em pânico. Hoje, após noticiarem a morte da criança, os mais neuras se sentiram seguros para sair na cidade usando máscara cirúrgica. No metrô, um rapaz entrou com uma, e as pessoas estranharam, olhavam como se ele fosse um ser extra terrestre. Também sou meio neura, tenho que confessar que a minha vontade era de sair de máscara também, eu e a Luna. O Sergio nem menciono, pois se eu enfiar uma máscara no rosto agora, ele muda até de vagão 😛
Na escola dela, qualquer criança com sintomas de gripe comum, fica em casa. Amanhã 5 escolas da cidade resolveram fechar, o que parece é que as pessoas não estão dando muita confiança ao que as autoridades vem dizendo, para não entrar em pânico. Todo mundo meio perdido, sem saber se é assim tão grave, se o alarde é maior que o perigo, ou se pode colocar o pé pra fora de casa e pegar a gripe suína. Confesso de novo, que preferia ficar em casa, trancadinha, e esperar a tempestade passar.
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Amo…

essas lojinhas de cacarecos cool. O nome dessa especificamente, nunca nem tentei pronunciar e jamais vou gravar. A MXYPLYZYK fica na 125 Greenwich Avenue, no West Village, e é um sonho de quinquilharias modernas e caras. Por fora, o nome impronunciável nem fica à mostra, como se você não precisasse saber o nome da loja. Na verdade, saber não faz muita diferença, mais fácil gravar o endereço mesmo. Descobri por acaso, indo ao médico e fiquei algumas horas lá só fuçando, e imaginando como podem pensar em tanta utilidade e inutilidades com tanta criatividade e bom gosto.
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“Violência Nova Iorquina”

IMG_5008.JPG Quinta feira, 42nd st, calçada da Grand Central as 6:30 da tarde. Hora de rush total, em um dos locais de maior movimento na cidade, pessoas correndo, apressadas para não perder a hora do trem que a levam para os subúrbios. Uma delas passa por mim, nem deu tempo de saber se era homem ou mulher, de tão rápido que passou e se misturou a multidão. Só ví uma bolsa, aquelas de mensageiros, pesada, batendo com toda a força na minha perna. Momento de dor intenso, mil estrelinhas e o resultado é esse da foto.

Há quase 10 anos atrás…

vínhamos para os Estados Unidos, com planos de ficar apenas 2 anos. Moramos 7 anos no mesmo apartamento, mudamos para outro que ficamos apenas 1 e estamos nesse que espero ficar sempre. Nesses 10 anos, trabalhei, fizemos algumas viagens e vivemos um momento histórico importantíssimo , o 11 de setembro de 2001. Passamos pela crise, fiquei em casa quase 2 anos, voltei a ativa. Em 22 de setembro, nasceu aqui a menina mais linda do mundo, minha americaninha brasileira. Tivemos que nos ausentar do país na correria após 1 mês do nascimento da Luna, por erro absurdo do USCIS que nos deixou fora de status sem que soubéssemos. Em todos esses anos fomos imigrantes sempre, mesmo jamais tendo sido tratados com desrespeito nem sermos vítima de qualquer racismo, a não ser a má educação dos Nova Iorquinos que é de praxe, com todo mundo mesmo. Já morando aqui há 10 anos, o formulário que preenchíamos de entrada quando voltávamos de outro país, no endereço de residência tínhamos que colocar o do Brasil. Pra eles, aqui não era a nossa casa.
Chegamos no comando do Clinton, escolheram o Bush, passamos por mais essa crise, que acredito será também histórica e no dia da posse do OBAMA, não poderia ter tido uma notícia melhor. O WELCOME TO UNITED STATES OF AMÉRICA oficial, selado, registrado, carimbado, chegou pelo correio. Ele está aqui, na minha mão, e não é um sonho… depois de 5 anos de espera, perrengues, stress em consulado, coração apertado, mil cartas para imigração reclamando dos erros, finalmente o pesadelo acabou, O GREENCARD CHEGOU! Num dia histórico para o país e para nós, família Mello e Castro.
Como prometido, eu e Sergio amanhã iremos tomar um porre pra comemorar, com Luna e vovó a tiracolo. SEE YOU!

Em cidade de doido…

tudo é doido.
Meu post das “férias” ainda está no forno, devido a seleção e edição das fotos, mas hoje vi essa loucura que aconteceu em Ny dias atrás. Até que achei que as meninas ficaram bem em suas “underware”. Só não entendo como conseguem encarar esse frio lá fora sem calças, pois no metrô até e fácil, tem aquecimento. Ainda assim, ninguém bate o “naked cowboy“, queria saber o segredo da resistência ao frio, olhem esse vídeo do maluco semi-nú nesse frio terrível no meio da neve.

Oba Obama

E o americano, num país considerado racista e conservador, elegeu um negro jovem e democrata para presidente. Não simplesmente elegeu, foi votação recorde, esperança recorde, com muita vontade de mudar. Cansaram do Bush e dos republicanos, vários estados considerados vermelhos também cansaram e optaram pela mudança. Finalmente a maioria também cansou, e prevaleceu a esperança, depois de 8 anos, de se viver em um país diferente.
New York foi totalmente Obama, como esperado, já que é um estado democrata-liberal. As pessoas estão com aquele olhar e euforia que os brasileiros tiveram com a eleição do Lula, confiando que a guerra acabe, que melhore a política externa, que as grandes corporações sejam menos favorecidas e que haja a prometida grande reforma na área da saúde. Há os que duvidem (e muito) que Obama consiga cumprir tudo o que prometeu, pois ele necessitaria de vários mandatos, mas sinto que essa escolha foi um grito desesperado para que a política Bush fosse embora. Sai o presidente que é ridicularizado por sua “ignorância” e entra o presidente considerado culto, inteligente e antenado com o que está acontecendo no mundo.
Principalmente a comunidade negra, tem muito do que se orgulhar. Pessoas se emocionam ao lembrar que um dia lutaram apenas pelo direito do negro poder votar nos Estados Unidos, e não acreditam que hoje, estão votando em um deles para dirigir seu país. Alguns achavam que não estariam vivos quando isso acontecesse. Os jovens, numa mobilização também recorde, se orgulham de ter participado nesse momento histórico e tão significativo do país.
Meu desejo é que todas essas pessoas depois se orgulhem em quem votou, e que daqui a 4 anos o povo continue achando, que fez a escolha certa.

Big Brother no metrô

Sérgio me contava que sempre pegava metrô com uma mesma menina. Eles sempre estavam no mesmo horário e entravam no mesmo vagão. Depois de um tempo, ele a viu com um namorado, todos os dias. Outro tempo depois, ele a viu grávida, e finalmente a viu com o bebê no colo. Incrível como conhecemos/acompanhamos a vida de uma pessoa que não sabemos quem é, de onde veio, nem o seu nome, apenas por fazer o mesmo trajeto todos os dias, no mesmo horário. Um bom tempo depois, lendo uma revista, ele viu a mesma menina dando uma entrevista e descobriu que ela era vendedora de uma loja de roupas.
Não sou muito de observar as pessoas, acredito que devo pegar metrô também com algumas todos os dias, as vezes vejo até umas carinhas familiares e não sei de onde são. Dia desses, um casal olhava muito pra gente (eu e Luna), e desceram na mesma estação. No final da escada, percebi que o rapaz olhava com um sorriso nos lábios, tirei meu fone de ouvido, pra ver se ele queria falar algo. Ele com toda simpatia do mundo, disse que acompanha a Luna desde pequena, vê o pai levando-a de manhã, e eu buscando a noite. Perguntou do carrinho, se resolvemos abolir, e eu disse que sim, que agora a Luna anda então fica mais fácil. Ele comentou que quando me viu, me mostrou pra mulher dele, pois ele sempre falava da gente e ela nunca tinha nos visto, e que eles também tem uma filha, de 2 anos e meio.
Engraçado isso, quanta informação conseguimos tirar de uma pessoa que não conhecemos, apenas por pegar o mesmo transporte, todos os dias.