Minha ajudante, Zefinha

Morar nos EUA significa que provavelmente você não terá uma empregada. Uma diarista sim, mas que cobra uns 80-100 dolares por dia pra limpar sua casa. Acho caro, não porque queria pagar menos, como no Brasil, pois sei que o trabalho de limpeza é pesado e deve ser melhor remunerado. Me dói pelo fato de ser um valor alto, pra elas fazerem tudo meio de qualquer jeito. A última que eu tive ficava no meu apto no máxiomo 4 horas. Quem limpa uma casa de 130m2 em 4 horas? Imaginem o que eu via quando chegava em casa. Limpar vidro? que é isso… nem pensar. Aqui é Pá, Pum, Tutu, Bye. Enquanto não encontro a pessoa que eu ache que mereça receber 80 dólares por dia, faço eu e a Zefinha.
Ela chegou hoje e estou ansiosa para que ela comece a trabalhar! Se é uma boa funcionária, não sei, mas as referências foram boas.
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E o Soho também continua lindo…

Fazia tempo que eu não passeava pelo Soho, apesar de trabalhar lá. Novas lojas, restaurantes e vitrines irresistíveis.
Vamos dar uma voltinha comigo?
Foto esquerda: Essa loja que não me lembro o nome, é bem pequenininha, mas tem umas roupas MUITO legais, e eu só fui descobrir agora. Olhei esse vestido na vitrine e me apaixonei (o da direita) entrei, e perguntei o preço: U$ 700,00 e já era o último, estava quase se esgotando… Ok, é lindo, mas bem salgadinho… passei. Fiquei de olho em um outro muito lindinho também, mas fiquei de voltar depois, estou me segurando.
Foto direita: O que é esse lustre M-A-G-A-V-I-L-H-O-S-O? Só nas galerias do Soho

A famosa Yellow Rat Bastard que vende diversas marcas de moda jovem, como Diesel, Seven, etc, deve ter perdido o leasing depois de perder U$1.8 milhões em causas trabalhistas e mudou pro outro lado da rua.
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Continuei o passeio e fui até a CB2. Irmã mais “jovem” da Crate and Barrel, tem móveis e acessórios para decoração mais modernos, e com preços bem acessíveis.
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Eu gostava do restaurante que tinha nessa esquina, um cubano onde eu comia arroz, feijão e bife. Agora virou um café, mais um…

à esquerda: Um restaurante bem cool, adorei o estilo.
à direita: Loja que esta em reforma, dando esse “pequenino” aviso aos clientes e vizinhos. Pegava a vitrine inteira.

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Fim de semana na toca

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Esse final de semana não coloquei o fuço fora de casa. Tempo feio, frio e ventania, fora a preguiça que era mais forte que todos.
Sábado, Luna e Papai foram passear, comprar algumas coisas pra casa, enquanto eu dormia. Precisava dessa descansada, o ritmo está punk, e ainda não achei alguém pra me ajudar nos serviços domésticos. Ainda assim, tive coragem pra fazer um almoço no sábado. Fiz a comida da semana pra Luna, congelei e preparei um delicioso purê de batata doce, uma carne cozida com pirão e arroz. Fazia tempo que eu não cozinhava pra dizer”ai que delicia”.
Todas as receitas vieram da internet, estou pensando seriamente em abrir outro blog de receitas, colocando todas que eu for fazendo. Tudo bem que terei que fabricar mais horas no dia, mas um CTRL C+CTRL V nao deverá tomar muito tempo.

NY Ferve

Algumas vezes ando pelas ruas de New York durante o dia, olhando para os prédios e pensando: “quanta janelinha, quanta coisa acontecendo em cada um desses escritórios, quanto dinheiro sendo gerado no centro financeiro do mundo”. Aqui todos fazem tudo, quase tudo dá certo, consumo lá em cima e o dindin rodando. Gostaria de ser uma mosquinha para ir de janela em janela espiar o que estao fazendo ali, e lá e acolá. NY ferve, na minha imaginação me vejo olhando tudo de cima, bem alto, um formigueiro de gente chegando de manhã no trabalho, metade das formiguinhas saindo pra comer na hora do almoço, e todas elas novamente as 5/6 da tarde invadindo o metrô, sufocando o trânsito para ir de volta pra casa. No meio da madrugada, o silêncio (nem tão mudo, a cidade não dorme), os ratos nas ruas, o metrô pra lá e pra cá, quase vazio. No dia seguinte, tudo de novo, o caos, as formigas repetindo a rotina e a mosquinha querendo acompanhar um pouco da história de cada formiguinha (sim, me chamam de retardada, nem ligo).
Soho reúne muitas agências de modelos, e tem um dos mais belos cenários para foto. Gosto do mercado da arte de NY, dá dinheiro de verdade, as pessoas valorizam. Mercado da moda, as modelos, mercado super forte. As tops tops estão aqui, já cruzei com todas as brasileiras (Isabeli Fontana, Adriana Lima, Alessandra Ambrósio, Ana Beatriz Barros, Caroline Ribeiro), menos Gisele.
Ontem registrei um ensaio fotográfico que acontecia na janela em frente a nossa. Foi no Used Book Café, Crosby Street. Arrumam, arrumam e arrumam o cabelo rebelde da menina, fotografam a mesma posição umas 1200 vezes. Fotografam de lá e eu de cá!

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E o rato fechou o serendipity

serendipity.jpg NY é conhecida pela enorme quantidade de ratos na cidade. Me espanta como uma cidade tão rica, não consegue vencer a guerra contra esses bichos nojentos. As pessoas daqui, já se acostumaram com isso, e nunca é um bicho de sete cabeças dizer que você achou um rato na sua casa. Os ratos estão por toda parte mas o pior é imaginar que estão onde a sua comida é preparada.
Depois do episódio do popular Taco’s Bell onde depois do expediente, já de portas fechadas e luzes apagadas, os ratos invadiram as mesas como se fossem “clientes famintos”, agora foi a vez do tradicional Serendipity. Conhecido pelas maravilhosas sobremesas, frequentado por famosos, sendo até “protagonista” de um filme, com John Cusak, o qual carrega o nome do restaurante, ele oferece a sobremesa mais cara do planeta, o “Golden Opulence Sundae” que foi até parar no Guiness Book por custar a bagatela de U$ 25,000.00 (apesar que no site, informam que o preço é mil dólares). Quem estiver disposto a ver pra crer, terá que fazer a reserva com 48 horas de antecedência, depois que ele reabrir, claro.
Nessa quarta-feira à noite, não passou na segunda inspeção do Departamento de Saúde da Cidade de New York, e foi fechado. Acharam restos de baratas, ratos e insetos, até pegaram um rato vivo e fezes deles em várias áreas do restaurante. Os clientes estavam chocados e decepcionados. Eu ficaria decepcionada em saber que o lugar que comi um dia, e paguei caro, me oferecia comida com essa qualidade no quesito higiene. Entretanto, parece que os americanos estavam mais chateados por terem feito reservas com dias de antecedencia e darem com a cara na porta.
Depois dessa, porta aberta ou fechada, pra mim tanto faz, eles podem mascarar, arrumar tudo, mas a mentalidade de um dono que deixou o local como esse chegar a esse ponto, não mudará nunca.

Com que roupa eu vou?

Tenho recebidos diversos emails de pessoas me perguntando sobre que roupa levar pra NY em certo período do ano. Como estou sem tempo de responder a todos, pois estou indo pro Brasil (YES!) vou fazer um post que fica pra consultas futuras.
NY é bem mais estável que São Paulo em relação ao clima. Eu que estou indo agora pra lá, tenho que levar sempre roupa de frio e de calor. Não da pra saber quanto frio vai fazer, nem quanto calor também. Aqui, as estações são mais definidas, e consequentemente o planejamento fica mais fácil. Acho também, que apesar de o verão durar pouco, ele cansa mais do que em SP, pois verão aqui é QUENTE MESMO, praticamente todos os dias. Em SP sempre tem o dia que chove e esfria no meio do verão, pra nos fazer ter saudade do sol novamente. Por mim já esta mesmo na hora do verão ir se afastando, já deu, ainda mais que aqui não tem uma praia decente pra gente pra ir. Também não é nada mole o calor infernal que sofremos todos os dias nas estações “forníferas” do metrô. Fora que viver de ar condicionado, acaba com as economias.
Um guia rápido de o que colocar na mala para passar alguns dias na big apple:
Primavera: 21 Março a 20 de Junho
Março ainda faz frio. Traga um belo casaco, bem quentinho e algumas blusas de lã.
Abril quase a mesma coisa, com uma leve alta na temperatura.
Junho começa a esquentar, não precisa o casacão de março, mas eu diria (como uma grande friorenta que sou) para que traga algumas blusinhas mais quentinhas e a velha e boa jaqueta jeans. Uma blusinha de lã não ocuparia muito espaço na mala né? Só pra prevenir.
Verão: 21 de Junho a 22 de Setembro (Luna’s Birthday)
Julho, auge do verão, eu traria camisetas, bermudas, 1 calça jeans e umas 2 blusas de malha de manga comprida. Um casaquinho leve caso São Pedro esteja de mal humor, ou pros neuróticos que controlam o ar condicionado dentro do metrô.
Agosto, idem a Julho.
Setembro no início, ainda é quentinho, já no meio começa aquela brisa que arrepia os pelinhos do braço. Traga a mesma roupa de Junho.
Outono: 23 Setembro a 21 de Dezembro
Outubro, traga a mesma roupa de Abril.
Novembro, a mesma roupa de Março, adicionando meia calça de lã pra botar por baixo da calça.
Dezembro: Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrru. Blusas de lã, blusas de malha fininha pra colocar embaixo da blusa de lã, luva, gorro, cachecol, meias de lã. Um sobretudo bem potente, de preferencia preto, que dá pra usar o mesmo, todos os dias.
Inverno: 22 de Dezembro a 20 de março
Mantenha a roupa de Dezembro para todo esse período!
Ah e para todas as estações do ano, não esqueça dos óculos escuros, pois NY sempre nos presenteia com céu azul, e sol brilhando, sem nenhuma nuvem para fazer uma sombrinha.

Enfim, uma batidinha

Bater o carro esta na lista de uma das coisas mais chatas que tem. Além de normalmente você perder o dia todo entre discussão, B.O, etc, fica aquele festival de “se’s” na cabeça. Se eu não tivesse parado tão rápido, se eu tivesse vindo pelo outro caminho, se eu não estivesse no celular. Todas as vezes que bati o carro, ficava com aquele peso, pensando como foi, como poderia ter evitado, que por questão de segundos eu poderia ter mudado a história e nada teria acontecido. Depois a encheção de vistoria, franquia, oficina. Da-lhe ficar sem carro durante um tempo, depois ver que o serviço ficou mal feito, volta pra oficina, reclama se estressa. PUTZ! Toda vez que vejo uma batida, penso que desse mal estou livre, pelo menos aqui em NY! Hoje teve uma aqui na esquina de casa. Só ouvi a freada forte e a porrada depois. Dois carros envolvidos, e depois de umas 3 horas, outra freada, outra batida. Parece coisa de filme, mas foram 2 ocorrências diferentes no mesmo local, sendo que na segunda, os carros da primeira ainda estavam lá.
DSC_1839.jpg O americano dirige muito mal. Sei que não é legal generalizar, mas nesse caso, não posso evitar, pois eu vejo TANTA barbeiragem, tantos absurdos. Eles batem no carro da frente pra sair de uma vaga, dão ré batem no de trás. Pra estacionar, é outro bate bate e ainda sobe na calçada, não bastando tanta abobrinha junta, ainda conseguem bater no hidrante. PUTZ!!!!! Mas parece que trânsito realmente não é muito esperto aqui, tanto em relação aos motoristas quanto aos engenheiros que planejam toda a bagunça. Vejam o absurdo, quando duas avenidas grandes se cruzam, fazem a cruz, eles podem fazer a conversão de qualquer maneira. Não funciona como no Brasil que você precisa fazer o retorno. Imaginem a confusão! Abaixo vou explicar melhor como é isso. Mas é por esse motivo, que toda vez que vejo uma batida, eu penso: BEM FEITO ou FINALMENTE! pois com tanta braçada que vemos, o número de batidas ainda é pouco. Não sou nada politicamente correta, penso isso mesmo.
Vejam que engenheiros inteligentes: Quando o farol abre pra Washington Avenue o pessoal na rota laranja pode virar à esquerda na Atlantic Avenue ao mesmo tempo que o pessoal que vem da Winkett Avenue em verde, pode virar na Atlantic à direita. Faz sentido? Uma fila de carro bloqueia a outra e eles ficam tudo travados ali no meio. O laranja não consegue virar à esquerda pois tem fila de carros verdes tentando virar à direita.
Quando o farol da Atlantic abre, outra confusão. Os de vermelho que estão vindo do leste (lado direito) sentido oeste (esquerdo) não conseguem ir reto, pois os azuis que vem do oeste, querem sempre virar na Winkett a esquerda ou fazer o U. Eu que sempre reclamei de ter que fazer retornos, agora entendo perfeitamente a sua necessidade. Nosso trânsito é muito melhor planejado, e nossos motoristas apesar de mais imprudentes, são muito mais “pilotos”. Ainda bem que estou longe dessa loucura burra que é o trânsito dos Estados Unidos.

A gentileza que incomoda

Como eu iria imaginar que a gentileza das pessoas iria causar um incômodo diário na minha rotina? Vou explicar.
Todos os dias no metrô, passo pela mesma situação, no mínimo duas vezes na ida e duas na volta. As pessoas querem me dar o lugar porque estou carregando a Luna. Nas primeiras vezes eu aceitava, mesmo me sentindo incomodada em tirar o lugar de alguém. Depois de uns meses, ficou impossível de sentar, a não ser que não tenha alguem muito perto. A Luna começa a querer pegar nas pessoas, nas revistas e nos livros que elas estão lendo. Se não faz isso, fica entediada, resmunga, reclama. Se estou em pé isso não acontece, ela fica mais calminha, portanto a ordem é não sentar, ainda mais que vou com minha bolsa e a sacola dela o que dificulta ainda mais quando abaixo e tenho que me arrumar no banco.
Adoraria ter uma plaquinha, MUITO OBRIGADA, mas SINCERAMENTE não quero sentar. Como pego dois metrôs, todo dia tenho que dizer a mesma frase 4 vezes “No thanks! Thanks a lot, I’m getting off soon”. Existem as pessoas que aceitam, mas tem aquelas que acham que eu apenas nao quero dizer que sim, então elas falam e levantam. Com essas fica mais dificil negar. Algumas nem falam, levantam direto e não aceitam minha recusa. Um dia a mãe tirou a filha do assento, e insistiu muito para que eu sentasse. Expliquei que nao precisava mesmo, que ela não gostava mas a chinesa com cara de brava praticamente me obrigou a sentar no lugar. Sentamos claro, e nesse dia a Luna nao resmungou, só pra me contrariar.
Nunca imaginei que tanta gentileza fosse me causar esse incômodo, de ficar todos os dias sem exceção repetindo que não quero me sentar. Mesmo assim, tenho que agradecer, gentileza sempre é sinal de educação. Antes oferecer, do que ignorar que alguém precisa mais daquele lugar do que você.

Folgada? imagine…

Ontem estávamos no metrô voltando de Manhattan, e como era final do dia, Luna estava cansada, manhosa e resmungona. Eu dei carteira, papel, chave e outras coisinhas pra ela esquecer a chatisse. Funcionava por um tempo e começava de novo. A última que dei, foi meu chaveiro. Ela colocou na boca uma pecinha dele amarela e ficou mordendo, enfim paz. Chegamos na estação para descer, a porta já aberta, e uma senhora falou algo que não entendi. Logo achei que havia esquecido algo no vagão, e voltei um pouco, com medo da porta fechar e não dar tempo de sair, para ouvir direito o que ela estava dizendo. Aí entendi….
“This baby needs a pacifier, give her a pacifier” (esse bebê precisa é de uma chupeta! dê uma chupeta a ela). Meu ódio só veio depois do desespero de sair logo pra não perder a estação. E me arrependi de não ter dito que quem precisava de pacifier era ela pra enfiar lá… HUNF!!!!!
Me irrita profundamente essa mania de americano achar que pode falar tudo o que pensa.

Gente esquisita

Gente estranha é o que não falta aqui em NY. Fico imaginando como certas coisas não influenciam na vida profissional delas. No Brasil quando as pessoas fazem uma tatuagem sempre há a preocupação de que vai ser rotulado de alguma forma, e poderá prejudicar na hora de arrumar emprego. Isso realmente acontece na verdade, quando estamos em uma entrevista, somos observados dos pés à cabeça. Aqui, vejo algumas mulheres (na maioria negras e latinas) com unhas ENORMES, aqulas que viram pra baixo, como as do zé do caixão, sabem? Trabalham no caixa da Farmácia por exemplo, onde tem que ficar o tempo inteiro trabalhando com as mãos na máquina registradora. Você a contrataria?
Aqui no andar, tem uma menina que trabalha em uma galeria de arte, mas na parte do escritório. Ela anda SEMPRE de preto. Primavera, verão, outono, inverno, não importa, ela sempre está black. Até aí, não é TÃO estranho, mas o que é sinistro, é que ela sempre está com a MESMA roupa. Sim, imagino que ela tenha umas 10 peças iguais, pois não parece suja. A bota sempre a mesma, a calça no meio da perna, sempre igual, a mesma camiseta e o mesmo avental na frente. Não acho isso muito normal, não acredito que uma pessoa assim tenha o juízo certo. Mas como ela é simpática sempre, puxa papo, achei que eu pudesse estar enganada. Logo veio a confirmação, não podia mesmo ser muito normal. Um belo dia, falo oi ela nem responde. Outro dia, deu ataques porque roubaram a planta dela que estava do lado de fora da porta, e veio até aqui o escritório perguntar se roubamos a planta dela. Óbvio que dissemos que não, mas que por engano o pessoal da limpeza poderia ter colocado no lixo, como fizeram com nossas garrafas de água uma vez que estavam do lado de fora e… nesse ponto ela interrompe e começa a dizer que aquilo é planta e não água e bla bla bla.
É eu não estava mesmo enganada… Como será o relacionamento dessa criatura no trabalho?