Educar, tarefinha difícil

Cansa, precisa paciência, conversa, segurança, e ainda assim nunca sabemos se estamos fazendo certo. Ao menos, estamos tentando, dizer sim sempre é muito mais fácil do que dizer não, por isso a tarefa é árdua, tem que estar a fim de se entregar mesmo, perder tempo, falar mil vezes. Quando me dizem que não sabem como consigo me controlar tanto, não dar umas palmadinhas, não gritar, perder a paciência, sempre me questiono também.
Nunca fui contra palmadas, até ter meus filhos. Lí muito sobre educação, diferentes pontos de vista, e depois fui pelo caminho que meu coração tinha vontade, mas sempre questionando e pensando sobre tudo que já tinha lido, pesando e tirando minhas conclusões. A primeira opinião formada e batida o martelo, era que eu jamais bateria nas crianças. Concordei que bater ajuda a aliviar a minha raiva, minha irritação e não educar. Se fosse assim, quem apanha uma vez, não apanharia mais pelos mesmo motivos. Fico imaginando um filho meu chorando por que eu lhe causei uma dor física. Que direito tenho eu de machucar alguém, quanto mais alguém que precisa ainda aprender tanta coisa e que sou eu a pessoa responsável em lhe ensinar? Pode ser que esse sejao caminho mais rápido para acabar com uma malcriação, mas o efeito é momentâneo apenas. A criança entendeu apenas que se fizer aquilo novamente, vai apanhar, vai doer, mas será que o pai entende porque ele está fazendo aquilo? E se não entender, como é que pretende ensinar por que é errado?
Compreender as limitações das crianças definitivamente ajuda a ter muito mais controle das nossas emoções, da nossa raiva. Por exemplo, esses dias lí que crianças na idade da Luna tem dificuldade enorme em guardar os brinquedos que usam. Eles vão aprender, mas no momento em que estão essa tarefa não é ainda entendida por eles da forma como deveria. Vai adiantar eu, como mãe, querer ir contra e de todo jeito fazer a Luna guardar os brinquedos, criando toda vez uma situação de estress, forçando algo que nesse momento ainda é contra a natureza dela? Saber disso ajuda e muito no nosso próprio conhecimento da situação, e saber como agir sem causar brigas vai ser uma opção muito mais saudável, para ela e para mim. A matéria que lí sobre isso no Baby Center me ajudou bastante a controlar minha frustração na hora de guardar os brinquedos, a melhor opção nesse momento é participar. Nós duas guardando, pois não adianta, ela ainda não está pronta para entender e aceitar o fato de que precisa guardar tudo sozinha, insistir é ficar dando murro em ponta de faca, e dói!
Ser mãe é um eterno aprendizado, e adoro aprender! Adoro ler as dicas que eles dão sobre como reagir nos momentos que a gente se sente meio perdida, na dúvida se estamos agindo corretamente, e apenas absorvo aquilo que vai de acordo com o que penso. Vou começar a colocar aqui no blog, as matérias que acredito serem coerentes, de situações estressantes que a gente passa diariamente, com as sugestões de como agir para deixar tudo mais fácil.
Hoje: Como lidar com as manhas e os chiliques das crianças. Está em inglês, sorry!

A cara do Brasil

Um texto que uma amiga do Facebook publicou, que achei o máximo! Preciso compartilhar, é realmente a nossa cara!
O cara termina o segundo grau e não tem vontade fazer uma faculdade.
O pai, meio mão de ferro, dá um apertão:
– Ahh, não quer estudar? Bem, perfeito. Vadio dentro de casa eu não mantenho, então vai trabalhar…
O velho, que tem muitos amigos, fala com um deles, que fala com outro até que ele consegue uma audiência com um político que foi seu colega lá na época de muito tempo atrás:
– Rodriguez!!!! Meu velho amigo!!! Tu te lembra do meu filho? Pois é, terminou o segundo grau e anda meio à toa, não quer estudar. Será que tu não consegue nada pro rapaz não ficar em casa vagabundeando?
Aos 3 dias, Rodriguez liga:
– Zé, já tenho. Assessor na Comissão de Saúde no Congresso, R$ 9.000,00 por mês, prá começar.
– Tu tá loco!!!!! O guri recém terminou o colégio, não vai querer estudar mais, consegue algo mais abaixo…
Dois dias depois:
– Zé, secretário de um deputado, salário modesto, R$ 5.000,00, tá bom assim?
– Nãooooo, Rodriguez, algo com um salário menor, eu quero que o guri tenha vontade de estudar depois….Consegue outra coisa.
– Olha Zé, a única coisa que eu posso conseguir é um carguinho de ajudante de arquivo, alguma coisa de informática, mas aí o salário é uma merreca, R$ 2.800,00 por mês e nada mais….
– Rodriguez, isso não, por favor, alguma coisa de R$ 500,00, R$ 600,00, pra começar.
– Isso é impossível, Zé!!!
– Mas, por quê???
– PORQUE ESSES SÃO POR CONCURSO. PARA PROFESSOR, PRECISA TÍTULO SUPERIOR, MESTRADO ETC…. É DIFÍCIL…

Irene latiu mas não mordeu

Muito barulho por pouco, melhor assim! Irene chegou bem mais fraquinha por aqui, mas ainda assim causou muitos estragos em New Jersey, amigas tiveram suas casas alagadas, e nós aqui ainda estamos sem água quente, previsão é que chegue agora a tarde.
É legal ver como os americanos e outros povos, aprendem com suas tragédias anteriores, e para não repetir a catástrofe do Katrina e nem o caos da nevasca em NY do ano passado, as autoridades fizeram bem o seu papel. Os avisos em todas as mídias foram muitos, o prefeito mandou evacuar as áreas de risco, arrumou lugares para servirem de abrigos, e aconselhou as pessoas inúmeras vezes a não sairem de casa, estocar água e mantimentos, deixar lanternas preparadas e pilhas carregadas. Nos mercados, as prateleiras de água ficaram vazias, houve fila para entrar, as pilhas sumiram, lanternas também. Apesar de muita gente não ter ligado muito para a preocupação do Bloomberg com o Irene, e ter ignorado as recomendações de evacuar e para os que ficassem, não saíssem de casa, o saldo final foi bem positivo, todo mundo esperava mais, mas nos sentíamos seguros vendo que o prefeito estava se preocupando, cuidando da situação. Muitos acharam exagerado, é que eles nunca passaram pela situação de morar em uma cidade onde há mais de 20 anos, sofre com enchentes, morros deslizam, pessoas morrem, e qualquer coisa que é feita, só fazem depois, nunca antes. Nunca moraram numa cidade onde os governantes desviam dinheiro que foram coletados por doações para reconstruir o estrago feito pelas chuvas, e que impressionantemente não aprendem nunca com as experiências anteriores, todo ano é a mesma coisa, casas desmoronam, pessoas morrem, carros e casas são perdidos, muitas vidas precisam começar do zero. Se eles tivessem vivenciado isso, iriam levantar as maõs pros céus em ter um prefeito “exagerado” e preocupado.
Desde sábado, quando houve a ordem para evacuar, como não estávamos incluídos, ficamos em casa, mas confesso que estava apreensiva, pois estou bem perto do East River. Coloquei Luna pra dormir no meu quarto, já que a previsão era que o ponto mais forte chegaria as três da manhã, colocamos nossa câmera na janela para filmar o que aconteceria lá fora, fizemos nosso estoque de agua e comida, e fomos dormir. Dia seguinte, ainda muito vento, mas aqui na frente a árvore resistiu bem, nossa scooter não caiu, nossa rua não alagou. O Charley que peguei em Orlando, em 2004, foi milhões de vezes pior. Obrigada, Irene.
Irene, da minha janela, durante a noite.

Tremeu

E depois de 12 anos, um atentado terrorista, peguei meu primeiro terremoto em NY. Ainda bem que foi BEM leve, nem se compara a experiência do 11 de setembro, mas deu pra assustar. Estava em casa, colocando água pra Luana, ou seja estava meio abaixada, quando senti tudo mexendo. Achei que estava passando mal, segurei na pia, ainda abaixada, mas estava demorando a passar a sensação e aí olhei para os lados, fiquei em pé e percebi que era o prédio.Nessa hora, bateu o medo, o que fazer? O lugar onde mais me sinto protegida, minha casa, está balançando! Peguei o Lorenzo imediatamente, e desci correndo pela escada. Lá encontrei duas mulheres, com a mesma cara de apavorada que a minha, descendo rapidamente. Lá embaixo, muitas pessoas saindo dos prédios, assustadas, sem saber ainda o que era aquilo. O segurança do prédio, tão perdido quanto a gente, ficou sem ação. Ao nosso lado, 3 mulheres, uma parecia a mãe e duas filhas adolescentes, descalças com cara de medo, como todo mundo, e a mais nova, com mais ou menos uns 13 anos, até nos fez rir, quando se aproximou do segurança, na maior calma e perguntou: “Nós vamos morrer?”
Lembrei então que tinha deixado a panela do arroz ligada, e a Luana lá sozinha. Subi, desliguei a panela, e por lá fiquei, quando vi as primeiras informações que diziam nao haver necessidade de pânico. Falar é fácil, mas quando você se sente assim impotente diante de uma situação tão imprevisível, é realmente difícil raciocinar. Depois de tudo, só sobrou o embrulho no estômago.
Agora vamos aguardar o Irene, que deve chegar aqui, se chegar, no Domingo. Estamos bem pertinho do Rio, acho que vamos ter emoção!

Mommy’s boy

Alguma leitora (e leitor também), saberia expressar a diferença entre ser mãe de um menino e uma menina, a não ser claro, que a troca de fraldas é muito mais arriscada no menino? 🙂
Já tentei responder a essa pergunta várias vezes, sei e sinto que é diferente, mas juro que não consigo colocar isso em palavras, alguem consegue?

Os cavalos do Central Park


Sempre dou dicas do que fazer, comprar e ver em NY, mas hoje vou dizer o que NÃO fazer: o passeio de carruagem do Central Park. São 68 carruagens, uma média de 200 cavalos e 360 “motoristas”. Essa semana, mais um acidente com um cavalo aconteceu nas ruas da cidade, antecedido por um na semana passada, dia 26 de julho quando um táxi bateu em uma delas em plena quinta avenida. São várias pessoas e instituições que lutam contra essa atividade, algumas querendo acabar por completo, e outras como a New Yorkers for Clean, Livable and Safe Street que propõe um passeio alternativo talvez com alguns carros de época. A Coalition To Ban Horse-Drawn Carriages mais específica para a causa dos cavalos, e estão sempre pela cidade fazendo seus protestos e pegando assinatura para a petição que visa acabar de vez com essa prática na cidade. Uma prática aliás que ganha força por existir há muitos anos e ser uma tradição de família, que vai sendo passada para a nova geração.
Desde 1983 foram mais de 40 acidentes na cidade de Nova York envolvendo os cavalos, e vários deles causando a morte dos animais, nas ruas e dentro dos estábulos espalhados no meio da cidade, para onde vão a noite “descançar”. Esses estábulos são altamente perigosos, pegam fogo com facilidade, e como muitos são em prédios com mais de dois andares, fica ainda mais difícil a evacuação em caso de incêndio.
Outras razões não faltam para banir essa atividade:
1- Espaço
Nova York é uma cidade grande, com trânsito caótico que não comporta essa atividade. Imaginem cavalos no meio de bicicletas, taxis, ônibus, pedestres, e veículos de emergência? Receita para um desastre.
2- Maus tratos
A vida “útil” de um cavalo que trabalha nas carruagens de NY é abaixo de 4 anos. Se você comparar com os cavalos da polícia que trabalham em torno de 14 anos, já dá pra perceber o quanto são explorados. Depois que eles se aposentam, vão a leilão, e o destino é incerto, dizem que muitos acabam indo pro matadouro, virar comida para os humanos. Sem dizer que os cavalos ficam alí por mais de 9 horas em pé, muitos com sede, cansados, faça chuva, sol ou neve e muitas vezes ficam sem água suficiente para beber.
3- Fiscalização ineficiente
Existem leis para proteger os pobrezinhos, o problema é fazer elas valerem. O ASPCA através de doações, criaram um programa para fazer o cumprimento da lei, que são um tanto complicadas, mas com tantos cavalos nunca tem agentes suficientes para fazer a fiscalização. Algumas dessas leis são:
– férias de 5 semanas por ano para cada cavalo, que deve descançar no pasto, em um lugar ao ar livre
– Não trabalhar com temperaturas acima de 30 graus e nem temperaturas muito baixas
– Nenhum cavalo com machucado deve estar nas ruas.
– Controle de peso da carga que eles carregam.
Portanto se a lei não pode ser aplicada, o serviço não deveria existir
4- Saúde e ambiente
O cheiro nas redondezas do Central Park é simplesmente insuportável. As fezes e urinas acabam sendo limpas pelos serviço público, mas ainda assim a “caatinga” é forte. Moradores da área já cansaram de reclamar, não podem abrir suas janelas no verão, e até uma escola que fica ao lado de um dos estábulos já reportou a incidencia de alunos com problemas respiratórios.
Para quem vier a NY, tem milhares de coisas legais pra fazer, inclusive trocar a carruagem pelos pedicab, que são taxis de bicicletas, que podem fazer o mesmo passeio e por muito menos. Querem ajudar nossos cavalinhos? Assinem as petições!
http://www.ny-class.org/action/petition e também http://www.banhdc.org/petition.shtm
Acompanhe também pelo Facebook!
Não vou colocar foto dos cavalos mal tratados, pois muita gente não gosta de ver, mas quem quiser pode ver mais e também assistir alguns vídeos do abuso.
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Um quase acidente

QUando cheguei em NY há 12 anos atrás comprei minhas panelas em uma loja que só vendia coisas de cozinha, até hoje elas estão aqui boas, a camada antiaderente intacta, sem amassados e com os cabos inteiros. Minha mãe queria comprar igual, mas não achei a marca em nenhum lugar, se é que tem alguma, elas não foram caras, acho que na época paguei 70 dolares por todo o set.
Como aqui não achava uma leiteira, que no Brasil usava bastante, trouxe de lá uma da Tramontina há uns 3 anos. Não sei se é uma marca boa, quando saí do Brasil não me ligava nessas coisas de casa, mas ao menos era uma conhecida. A diferença na qualidade é facilmente percebida, uma vezque com os mesmos cuidados, o antiaderente dela já está saindo. Até aí tudo bem, mas inaceitável é o parafuso que prende o cabo à panela, ficar folgado de tempos em tempos. Perdi as contas de quantas vezes já apertei, mas logo, ele afrouxa de novo.
Semana passada, aconteceu o que eu mais tinha medo, ao usar, o cabo se desprendeu da panela e derramou todo o líquido que tinha dentro. A minha sorte foi que estava colocando a água no fogo para ferver, e não tirando. Com a queda, foi água voando pra todo lado, inclusive no carrinho do Lorenzo, e nas suas perninhas. Minha vontade foi de jogar ela pela janela, acho um absurdo que isso aconteça com uma panela, podendo causar um sério acidente. Posso até estar errada, mas aqui nos EUA acho que uma coisa dessas não aconteceria jamais. As minhas, devem ser panelas do mesmo nível de valor das Tramontinas, mas a qualidade é milhões de vezes superior. Fica aqui minha indignação com tamanha irresponsabilidade.

A magrela em alta

Aqui você não tem seu celular roubado na rua, nem motoqueiros assaltando nas calçadas ou faróis. Pode deixar uma bolsa esquecida em algum lugar e encontrá-la no mesmo lugar depois de horas, ou até mesmo usar seu laptop no metrô ou em praças sem correr o risco de ser assaltado, mas nunca descuide de sua bicicleta. Nova York é a campeã em roubos nessa “modalidade”, sendo mais arriscado ter uma delas do que ter um carro.
Muitas pessoas, já acostumadas a ter a bicicleta roubada, usam até 4 cadeados para garantir a segurança, mas ainda assim, não adianta. Os ladrões são rápidos e muito caras de pau. A mais recente vítima do roubo foi o apresentador de telejornal da CBS Lonnie Quinn. Com sua bicicleta de U$2300.00 roubada quando estava estacionada em frente a sua academia de ginástica no Upper West Side, ele resolveu trocar o meio de transporte por patins. O cadeado que ele usava, um Kryptonite vem com seguro contra roubo de bicicletas de até 3000.00, mas a apólice exclui Nova York que é pelo quarto ano consecutivo a campeã entre as cidades onde mais roubam bicicletas.
Aqui no meu prédio, desapareceu o banco da bike do Sergio, que fica em uma sala do condomínio que é fechada e só os moradores tem a chave. Esse banco já era o segundo, pois os originais das duas, haviam sido roubados no ano passado quando fomos a uma festinha de criança e as deixamos estacionadas devidamente seguras, por duas horas. Nesse dia, tivemos que voltar a pé, com a Luna sentada na cadeirinha e o Sergio empurrando, e quando estávamos em uma das esquinas do East Village, um senhor que vende cacarecos na rua nos contou sobre o mercado negro de bancos de bicicletas na cidade. Ele sugeriu irmos até a próxima rua para comprar um banco mais barato, mas obviamente deveria ser roubado e não vamos alimentar um comércio do qual somos vítimas, e que só existe porque tem gente que compra. A boa notícia é que o ladrão aqui do prédio se arrependeu e resolveu, depois de 3 meses, devolver o banco e colocou exatamente no mesmo lugar de onde tirou. Vai entender…

Blogagem Coletiva – Pediatria nos EUA


Médico nos Estados Unidos é definitivamente diferente do que estamos acostumados no Brasil, inclusive os pediatras. Quando estamos grávidas, já somos aconselhadas a escolher um, que irá (na teoria) estar no hospital quando o bebê nascer e avaliar seu estado de saúde, inclusive assinar sua alta. Nas duas vezes que tive essa experiência aqui, nunca me perguntaram quem era o médico escolhido e muito menos ele esteve no hospital.
Alguns deles tem a política de não dar essa assistência hospitalar, e avisam que não visitam os recém nascidos no hospital. Os que praticam, promovem o chamado “open house” onde marcam um dia para os futuros papais irem conhecer a clínica e o médico. Fiz isso no nascimento da Luna, mas nem me preocupei quando foi a vez do Lorenzo, quem fez tudo foi o pediatra do hospital e depois fomos ao mesmo que atende a Luna hoje, em frente a minha casa.
Uma grande diferença é quando você tem filho homem e opta por fazer a circuncisão, que diferentemente do Brasil, ela será realizada na própria maternidade pelo seu ginecologista e não pelo pediatra. A primeira visita ao consultório acontece normalmente no segundo ou terceiro dia de vida, isso significa sair com seu minúsculo bebê na rua, pegar um metrô ou um taxi. A vacina contra hepatite é oferecida no hospital, mas os pais podem optar por dar no consultório do pediatra. A BCG que normalmente é a vacina que no Brasil é administrada ainda na maternidade, aqui nem é lembrada. De todos os pediatras que perguntei, nenhum dá e nenhum gosta. Mesmo quando com 1 mês tive que viajar com a Luna para o Brasil, minha pediatra me recomendou não aplicar, pois como eles realmente não confiam na vacina, disse que seria desnecessário pois sua eficácia é totalmente discutível.
Sempre tive a imagem de que ter filho era sinônimo de sair na madrugada pra levar ao hospital, já que meus amigos eram bons frequentadores dos pronto socorros de São Paulo. Me surpreendi quando percebi que aqui, praticamente se vai ao hospital apenas em uma super emergência. Em 4 anos, ainda bem, nunca fui a nenhum, todas as febres da Luna fora de hora, acionei o pediatra via um sistema de mensagem, que você deixa recado e ele lhe retorna. A primeira médica demorava um pouco, mas sempre ligava no mesmo dia para dizer quase sempre a mesma coisa, está com febre, dê o remédio, se não passar em três dias, ou se o remédio não fizer efeito, me ligue imediatamente que precisarei vê-la. Sempre foi pelo telefone que o médico me acalmava, me orientava e no dia seguinte se necessário eu levaria ao consultório.
As consultas são feitas nos primeiros dias, depois em 3 semanas, 2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses e 1 ano. Quando precisei ir ao Brasil, tive um certo trabalho em resolver como fazer a vacinação, já que algumas coisas são diferentes, como por exemplo a vacina pneumococos, que aqui não é opcional, mas no Brasil em 2006 era. Como não estava incluída nas vacinas dadas no posto de saúde e nem o convênio cobria, fizemos particular no laboratório.
Aqui na terra do Tio Sam sentimos falta daquela consulta mais demorada, um atendimento mais cuidadoso e mais personalizado, me lembro que a primeira consulta da Luna na terrinha demorou 1 hora, com um médico super simpático que tirou todas as minhas dúvidas com a maior paciência. Em contra partida, aqui as coisas acontecem bem mais rápido, como por exemplo, os resultados dos exames vão direto para o médico, não são entregues para os pacientes, como no Brasil, que com eles em mão marcam o retorno ao médico, algo que pode levar até 1 mês ter o conhecimento do diagnóstico. Essa agilidade na minha opinião, é de grande importância, em 3 dias (média) o problema já foi diagnosticado, o paciente avisado e qualquer providência pode ser tomada imediatamente. Como sempre na vida de quem mora fora, perdemos de um lado e ganhamos de outro, basta se acostumar e aproveitar o que funciona bem em cada lugar.

Promoções sem fim

Aqui é com certeza o país das liquidações “verdadeiras”. Uma das mais famosas, a Black Friday, arrasta multidões que começam a fazer fila nas portas das lojas no dia anterior, aguardando a abertura que normalmente acontece de madrugada. A Zara, tem uma imperdível no final do ano após o Natal, que se você der sorte, encontrará aquela roupa meio “carinha” que ficou namorando durante toda a estação, com um preço irresistível. Já comprei calças lá de 50.00 por 9.90, casaco de 150 por 60.00, calça masculina de 60.00 por 20.00 e por aí vai. A Gap sempre tem promoções durante o ano, aliás parece que sempre tem uma acontecendo, tanto que se não tiver nenhuma, nem entro pois sei que dalí uns dias alguma vai acontecer. Esse ano comprei um moleton para Luna que custava 40.00, por 20.00, e a promoção durou apenas 1 semana, quando voltei lá o preço dele tinha voltado ao normal, e nem sobrou nenhum para a liquidação de final de ano. O bacana é que ao contrário do Brasil, que liquida no final das coleções, aqui também tem promoções quando elas começam.
Um ótimo aliado para as consumistas são os cupons. Recebemos via correio, ou podem ser achados na internet, como esse que acabei de receber no email, que está tentador para quem quer comprar brinquedinhos da fischer-price, compre um e ganhe outro grátis. Para as mamães que como eu, são viciadas na Babies R’ Us um cupom bom aqui também, mas corram que é somente nessa sexta e sábado, e aqui isso não é papo não, no domingo, os preços estarão normais novamente.Tentador não?