Incentivo é tudo!

O incentivo a leitura aqui é algo realmente fantástico. Hoje fomos novamente no Bryant Park, pois é caminho da volta da nossa sagrada comidinha brasileira aos sábados. Luna foi ao carrossel, e se soltou bem mais, aliás amou e não quis sair mais. Quando estávamos saindo, encontramos o “Reading Room”. O projeto original aconteceu em 1935, como uma resposta pública à Era da Depressão pelo alto índice de demissões em NY. Muitas pessoas não tinham nada o que fazer durante o dia e nenhuma perspectiva de trabalhos. Por isso, a Biblioteca Pública da cidade, abriu a “Biblioteca ao ar livre” para dar a esses desempregados no ramo de negócios e intelectuais, um local para eles irem, que não precisasse de dinheiro, endereço válido, um cartão de biblioteca ou qualquer identificação para poder curtir os materiais de leitura.
Em 1944 ela foi fechada devido ao crescimento de empregos e a Segunda Guerra Mundial, mas para nossa felicidade, a “The Bryant Park Corporation” repetiu o projeto, criando o Bryant Park Reading Room. É modelado a partir do original, com algumas adições como: livros específicos para crianças, seções de leituras na hora do almoço, cadeiras móveis para promover um ambiente mais íntimo, cadeiras e mesas para crianças. O programa está aberto a qualquer pessoa, sem que necessite se identificar- é chegar, escolher seu livro e sentar para curtir uma agradável tarde de leitura em frente ao carrossel. O projeto é patrocinado pelo HSBC e aceitam livros para doação.
Hoje ficamos por lá, Luna não sabia se olhava os livros, ou as luzes dos cavalinhos rodando. Sentou na cadeirinha, apontou para tudo, tentou rasgar algumas páginas, e depois que o sono chegou e o enjôo começou, fomos para casa, felizes e encantados com mais isso que New York nos oferece, e de graça. Cultura e educação, não tem preço.
Podia virar um bordão: “Assim dá gosto de pagar imposto”
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Clique nas fotos para ampliar.

El Raton

ratao.jpgEu já tinha visto esse ratão em alguns lugares algumas vezes, nesses 8 anos de NY. Não sabia o que era, imaginava ser alguma propaganda, liquidação de lojas, etc… Ele é inflável e fica uma bombinha atrás dele ligada o tempo todo e enorme. Comparem o tamanho dele com o do carro.
Há mais de um mês, o vejo todos os dias na frente de uma construção aqui perto, e finalmente matei minha curiosidade. Ele sempre é colocado em frente a construções em que há exploração de funcionários, onde a empresa não segue o que manda o sindicato. Isso significa salarios menores, que a segurança das pessoas que trabalham não está de acordo com os padrões, não tem assistência médica, e por aí vai. Acho o máximo o empenho deles, a persistência. Estão lá praticamente todos os dias, distribuindo folhetos com a explicação e pedindo que a comunidade ligue para a empresa responsável pela obra e falem com o dono. No folheto tem a foto dele e o telefone. Do jeito que americano é empenhado e dedicado à assuntos comunitários, eu não tenho dúvidas que a caixa postal dele deve estar lotada de mensagens.

Por que eu amo NY? (updated)

Porque NY é sensacional
Porque aqui, temos milhões de maneiras de nos divertirmos em lugares conservados, com segurança, gratuitamente e ainda assim, bem frequentado.
Porque a vista do Rio Hudson é divina
Porque temos parquinhos públicos para crianças, onde tem brinquedos que vendem em lojas, como carrinhos, baldes de areia, andadores, que são do parque e ninguém rouba.
Porque no verão vários eventos proporcionam ao povo muita diversão e cultura gratuitamente.
Porque podemos dançar à beira do Rio Hudson, sem ninguém te achar o ser mais brega do mundo.
Porque podemos ficar à vontade com a nossa filha no playground, sem ter que ficar de olho arregalado nas nossas coisas com medo de um trombadinha levar embora.
Porque podemos ser nós mesmos, sem pensar no julgamento dos outros.

Luna se divertindo no parquinho, esses brinquedos todos no chão, são do parque.

Nada mal balançando com a vista do Rio Hudson

O pessoal começando a entrar na pista para o “family dance”. A banda toca e quem quiser dança.
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Eu e Luninha na “family dance”
Olhem que romântico… não pude deixar de filmar, eu adoro essa liberdade. Dança no Hudson.
Cris, lembramos muito de você nesse fim de semana!
ÁLBUM DE FOTOS Sábado no Hudson.

Hi Batman!

Mr. Batman voltando de um dia de trabalho. Rosto suado, passos apressados onde será que iria nosso super herói? Só mesmo em Nova Iorque para topar com ele na rua e só você olhar, afinal aqui não é nada demais encontrar com o Homem Aranha, Super Homem, Mulher Maravilha nas ruas fora da época de Halloween, reparem que ninguém olha. Pena que não deu tempo de tirar a foto de frente, para mostra-lo como nós, seres normais, de rosto suado, ar cansado e a típica pressa do novaiorquino.

Daycare, again…

Visitei mais um daycare, o Your kids, Our kids. Odiei. Primeiro pelo fato de o tour pela escola ser feito com vários pais ao mesmo tempo, o que achei super impessoal. Segundo porque apesar de ser um espaço grande, as salas não tem parede até o teto, sao baixinhas, o que deixa a escola ultra barulhenta. A gente mal ouvia o que a mulher falava, imagino como as crianças ouvem as professoras… Fora que os móveis eu achei mal cuidados, velhos, berços, brinquedos meio capengas. A escola fornece comida e fraldas, mas as de potinhos. Lista de espera, que coloquei meu nome só pra ter idéia de quando terão vagas disponíveis.
Tem a Tutor Time, que pelo site fiquei muito bem impressionada, mas os reviews que li não foram muito positivos. É uma cadeia grande, e por isso tem uma formatação já muito “programadinha”. Por exemplo, o leite da Luna já tem que ir misturado, nao posso levar a água e o pó pra eles fazerem na hora. Li também que as crianças que mordem as outras, são suspensas (!!!???). Ao invés de suspender, ao meu ver, a escola deveria educar e ensinar que isso é errado. Pra mim soou como se a escola fosse uma “fabriquinha” depois que uma mãe reclamou também que ao pedir a suspensão e a transferência do filho dela, isso foi feito por um recado no papel, nem ao menos foram falar com ela.
A Manhattan Kids Club, eu li bons reviews, mas quando liguei, a fila de espera era de 8 meses a 1 ano. Nem fui ver, também não fornecem comida, os pais que levam.
Buckle My Shoe, muito bem recomendada pelo NYtimes mas além de ser mais caras do que as outras, em torno de 2 mil dólares mensais, também tem lista de espera em torno de 1 ano. Não fornecem comida, temos que levar.
Bright Horizons, a unidade do Rockefeller Center, também é muito bem recomendada, mas custa ainda mais caro do que a Buckle, e a lista de espera enorme. Comida, levamos de casa.
Trinity Nursery School, que também tem lista de espera, e custa U$2250.00. Pra mim fica meio fora de mão, pois trabalho no Soho e ela fica lá pra baixo perto do WTC. A maioria dos frequentadores são filhos de pessoas que trabalham em Wall Street, no mercado financeiro. Já viu o motivo do valor alto…
Love a Lot, gostei bastante, é aquela que fui visitar e hoje, ao deixar a ficha de inscrição, falei com a dona. Ao ler a ficha e ver que a língua que a Luna “fala” em casa é Português, ela se surpreendeu e me perguntou com aquele sotaque bem americanizado “Você é brasileira?” Batemos o maior papo, ela está nos EUA há 35 anos, é de São paulo e já está com dificuldades no português. Descobri porque eu gostei da escola, tem mesmo um toque brasileiro de preocupação com a limpeza, aparência da escola. Ela foi muito simpática e disse que vai dar um “jeitinho” de conseguir minha vaga, pois se sou brasileira, mereço um “jeitinho” hahahaha adorei claro.
Essas foram as principais que achei pela redondeza, e confesso que foi dificil a pesquisa. Muitos daycares não pegam crianças menores de 2 anos. Infelizmente não conheço ninguém que tenha filhos pra poder me recomendar um, fui na raça mesmo atrás dos “disponíveis” e vamos ter que arriscar. Mas o bom é que pras futuras mamães brasileiras em NY, aqui já vai um bom caminho de pesquisa pra daycares, e quem tiver mais sugestões, me escreva!

I Want to be a part of it, New York, New York…

New York é muito particular, única, doida. Pra quem nasceu e viveu aqui, algumas coisas são completamente normais, mas até para os americanos de outros estados e cidades, NY é diferente.
Quem pode achar rato andando pelas ruas algo normal? New Yorkers.
Quando chegamos aqui para procurar apartamento, temos que nos acostumar com coisas que no Brasil jamais acostumaríamos. Prédios velhos, paredes mal pintadas, edificio capenga. Isso em SP é coisa barata, de subúrbio, aqui é apenas normal e muito comum.
Ao entrar em um escritório que faz muito dinheiro, não espere necessariamente encontrar aquelas salas enormes, modernas, cheio de móveis caros, uma moça servindo café, perguntando se você quer isso ou aquilo. Você pode estar indo em uma empresa ultra bem sucedida, mas o escritório feio, pequeno, meio velho, móveis antigos.
Eu e minha mãe fomos a uma loja ver uma mesa de jantar. Loja…. bem, não era uma looooooja, era um showroom, no segundo andar de um prédio horroroso no financial district, parecia que eu estava viajando no tempo, de tão velho. Ao chegar lá, um monte de móveis num espaço enorme, dois caras que atendiam achando que estavam fazendo um favor. Eu logo avisei, mãe nem fique horrorizada, isso tudo é muito NORMAL! Elevador e garagem ser algo de luxo? Sim, em NY é, e todos também acham super normal não ter garagem pro carro e nem porteiro ou elevador no seu prédio. Quando você começa a se acostumar com essas coisas, fica mais fácil de avaliar as coisas comparando com o que é NORMAL em NY. Também é NORMAL as pessoas comerem COMIDA na rua, dentro do metrô ou sentadas na calçada, o que no Brasil nunca é visto com bons olhos. Aqui em NY é preciso calibrar os olhos… e ainda assim, depois de 8 anos os meus ainda estão precisando de alguns ajustes 🙂
Hoje a experiência foi na visita a um daycare. Não temos como comparar com as escolinhas maravilhosas e espaçosas que temos em São Paulo. Aqui em NY a maioria dos day cares, até o melhor de todos, quem leva a comida são os pais. Comida, fralda, lenço umedecido e tudo que seu filho vai usar. As pouquíssimas que oferecem comida, são comidas prontas, aquelas de potinhos. Sim, em NY a sensação que passa é que a lei é a do mínimo mínimo mínimo esforço e é super NORMAL. Pessoas simpáticas não são normais, então quando você vai no daycare e a mulher te trata super bem, é atenciosa, e muito simpática, você já tem vontade de assinar na hora. Resumindo, aqui em NY não dá pra termos aquelas “viadagens” ou melhor, exigencias, que podemos ter no Brasil. É assim, gostou, ótimo, não gostou, que pena. Enfim, a escolinha eu “gostei” mas com o filtro de NY, afinal só em NY é normal a creche ser no piso térreo de um edifício de residência. A escola é assim, imaginem um corredor de um prédio, essa é a escola, e os aptos são as salas de aula, pronto, assim é o daycare, e uma das salas é ao lado do elevador. Mas tudo se adapta, para contornar esse pequeno “deslize” eles tem câmeras espalhadas por todo lugar e um segurança na porta. A entrada da escola é na lateral, com alguém vigiando o tempo inteiro, e a saída e entrada dos moradores, em nada vai perturbar o bom andamento da escola, segundo eles.
Já fiquei feliz por ver que as professoras estavam brincando com os bebês, nenhum estava largado, e os móveis eram bonitinhos, os bercinhos também. Pela lei, devem ser 1 professora para 4 bebês, e lá eles tentam fazer 1:3. Nos mostraram a área de playground atrás do prédio, o que já é uma grande coisa, pois em NY isso é até raridade. O que mais gostei foram os carrinhos, que levam as crianças na rua pra passear (foto). Já imaginei a carinha da minha delícia nesse carrinho, mas sei que ainda vai demorar pra ela ir. Agora irei visitar outros, e entrar NA FILA DE ESPERA do que eu gostar mais… That’s NY!

Toma lá, da cá

Consumir bastante nos EUA é inevitável pois além de barato, você não precisa pensar muito na hora de comprar, se arrependeu, devolve sem ter que dizer que a mãe morreu ou você está falido, pro vendedor ter dó de você e devolver o seu dinheiro. O melhor é depois de 1 ano, poder ainda devolver algo que deu defeitos sem ao menos ter a nota. Claro, não são todas as lojas que são assim, mas a West Elm, que foi onde comprei a minha mesa de jantar, me surpreendeu. Depois da mudança percebi que a folha da madeira estava descolando, e liguei na loja. Achei que na melhor das hipóteses eles iriam trocar a mesa, mas me deram a opção de pegar meu dinheiro de volta. Dois dias depois, vieram retirar a mesa e mais três dias o dinheiro já estava na conta.
Isso já aconteceu com minha louça, que depois de 1 ano, começou a rachar o verniz, fui na bed bath and beyond e consegui trocar tudo, xícaras, pratos, pires… mesmo estando sem a nota.
Essas horas até esqueço da praia, churrasco… 🙂

Jeitinho Americano

Tudo bem que a praticidade americana é maravilhosa, mas o relaxo é proporcional. Fico impressionada com a falta de capricho das pessoas que trabalham na área de construção. Por isso que aqui as pessoas amam os pintores e pedreiros brasileiros, pois os daqui estão anos luz atras dos nossos. Digo isso porque acabei de me mudar para um apartamento novo, acabaram de construir o prédio, e fico abismada como eles fazem o serviço nas coxas. Pintar a parede e deixar escorrer tinta pra eles não tem problema algum, vejo os escorridos em pelo menos dois lugares no meu quarto. A parede da sala, eles depois de pintar, por algum motivo, passaram massa corrida e NAO PINTARAM DE NOVO, ou seja, dá pra ver a mancha da massa corrida que aplicaram. No balcão da cozinha o granito da bancada arranhado, o piso do banheiro arranhado, a pia da cozinha não tem acabamento com a parede. A borracha que usam para a porta do box nao deixar passar água pra fora, não deu o comprimento todo da porta, eles EMENDARAM ao invés de colocar uma inteira. Isso são somente algumas coisas, das ínumeras que eu vi que jamais aconteceriam no Brasil.
Somos muito mais exigentes, e o pessoal que faz, muito, mas muito mais caprochoso. Isso porque sabemos que sempre que vamos reformar uma casa, teremos problema com os pedreiros, mas aqui a coisa realmente é feia. Ainda vou tirar umas fotos do que eu estou relatando aqui, porque realmente é ver para crer.

A Mudança

O melhor dinheiro gasto na vida. Eles vem, empacotam tudo um dia antes e no dia seguinte, levam embora. Eu fico só olhando e gerenciando, perdida feito uma barata tonta. Agora é colocar a vida em ordem e como voltei a trabalhar ontem, a casa vai demorar mais a ficar arrumada. Paciência é uma virtude (que não tenho), me dá a maior agonia ver as coisas fora do lugar, mas chegando às 6:30 em casa, morrendo de cansaço e sono, fica difícil acabar logo. Ainda mais que ape novo, você precisa fazer adaptações pois os espaços não são os mesmos. Preciso comprar gavetinhas para o armário do banheiro, para os closets e ir tentando ver onde enfiar o quê.
Eu me apego muito facilmente à rotina, portanto mudança é sempre um dilema. Quando você precisa optar entre as coisas, normalmente perde-se de um lado e ganha-se do outro, tenho que colocar na balança e avaliar se vale a pena e pra mim valeu bastante!
Sentirei falta do outro apartamento:
– A luz embaixo dos armários da cozinha
– meu closet
– calçadão de frente pro Rio
– pôr do sol
– tranquilidade do bairro
– limpeza do bairro
– beleza do bairro
– frequência do bairro
– organização do prédio, lixeiro, zelador etc.
– $$ do aluguel
O que não vai fazer mínima falta e será bom se livrar:
– as portas velhas com 500 camadas de tinta
– as maçanetas meio capengas
– a pia da cozinha que tem borda alta e então a água do balcão NÃO cai lá dentro (burros)
– os aquecedores que eram horríveis e controlados pelo prédio
– o piso de madeira de prédio antigo que fazia muito barulho
– de ter que tomar cuidado com barulho pois o vizinho de baixo ouve tudo, qualquer pegada.
– da lavanderia no basement
– máquina de lavar louça que não era boa
– Interfone de jumento, que você ou ouve, ou fala
– Distancia do metrô e de Manhattan
– Seguir horários do ônibus expresso
– Tormeira da cozinha é péssima.
Upgrade no apê novo:
– Prédio novo, apê novo, sou a primeira inquilina
– Geladeira, lavalouça e microondas de primeira linha e eu sou a primeira a usar.
– Sistema de calefação e ar condicionado central, controlado por MIM
– Quarto da Luna muito maior
– Banheiro no meu quarto com hidromassagem
– Interfone com câmera de vídeo e que dá pra falar e ouvir ao mesmo tempo
– Bem mais perto de Manhattan e apenas 2 quarteirões do metrô
– Melhor localização, perto do parque, museu do brooklyn, e comércio.
– Torneira da cozinha bem melhor
– LAVANDERIA DENTRO DO APÊ
O que poderia ser melhor no apê novo:
– Espaço de closets para as minhas roupas
– O arquiteto pensar e não fazer coisas estúpidas como colocar um treco de metal para segurar a porta bem no MEIO do banheiro, onde já esfolei meu dedo ontem.
– O arquiteto pensar e não fazer coisas estúpidas como colocar apenas uma porta pequena num closet grande, deixando sem acesso as laterais do espaço.
– Limpeza do bairro
– Frequência do bairro
– Organização no prédio (espero que melhore, ainda não está td pronto)
– Organização na entrega do correio
– O elevador é mais lento que uma tartaruga (não entendo porque, pois é novo e moderno)