Lost in translation – a hora da carne

Chega de ficar perdido no mercado na hora de comprar carne por aqui. Depois de quase 15 anos de USA, ainda fico na dúvida.

  • BABY BEEF = coração de alcatra
  • BABY PORK = pururuca
  • BEEF RIBS = costela Cf. SHORT RIBS
  • CHICKEN BREAST = peito de frango
  • CHICKEN DRUMSTICKS = coxa de frango
  • CHICKEN HEARTS = coração de frango
  • CHICKEN LIVER = fígado de frango
  • CHICKEN SAUSAGE = linguiça de frango
  • CHICKEN THIGH = sobrecoxa de frango
  • FILET MIGNON = filé mignon Cf. TENDERLOIN
  • FLANK STEAK = fraldinha
  • GRILLED = grelhado
  • GROUND BEEF = carne moída
  • HUMP STEAK = cupim
  • KEFTA = kafta
  • LAMB CHOP = fran rack Cf. LAMB RIB CHOP
  • LAMB LEG = paleta
  • LAMB LOIN CHOP = carré de carneiro
  • LAMB LOIN ROAST = lombo de carneiro (espinhaço)
  • LAMB RIB CHOP = fran rack Cf. LAMB CHOP
  • LAMB RIBS = costela de carneiro
  • LAMB SHORT LEG = pernil de carneiro
  • LAMB SPARERIBS = costelinha de carneiro
  • LAMB TENDERLOIN = lombinho de carneiro
  • MEDIUM = ao ponto Cf. MEDIUM-RARE; MEDIUM-WELL; RARE e WELL-DONE.
  • MEDIUM-RARE = ao ponto para mal Cf. MEDIUM; MEDIUM-WELL; RARE e WELL-DONE.
  • MEDIUM-WELL = ao ponto para bem Cf. MEDIUM; MEDIUM-RARE; RARE e WELL-DONE.
  • NOBLE TOP SIRLOIN CAP = picanha nobre Cf. TOP SIRLOIN CAP
  • OSTRICH = avestruz
  • PRIME RIB = chuleta Cf. RIB STEAK e T-BONE STEAK
  • PORK (CENTER) LOIN = lombo de porco
  • PORK HAM = pernil de porco
  • PORK RIBS = costela de porco
  • PORK SIRLOIN = picanha de porco
  • PORK TENDERLOIN = lombinho de porco
  • RIB STEAK = chuleta Cf. PRIME RIB e Cf. T-BONE STEAK
  • RUMP STEAK = alcatra
  • RUMPSTEAK = picanha Cf. TOP SIRLOIN CAP
  • SHORT RIBS = costela de ripa Cf. BEEF RIBS
  • SIRLOIN STEAK = contra-filé
  • SIRLOIN TRI TIP ROAST = maminha de alcatra
  • T-BONE STEAK = chuleta Cf. PRIME RIB e RIB STEAK
  • TENDERLOIN = filé mignon Cf. FILET MIGNON
  • TOP SIRLOIN = alcatra Cf. RUMP STEAK
  • TOP SIRLOIN CAP = picanha; picanha gauchinha Cf. RUMPSTEAK e NOBLE TOP SIRLOIN CAP
  • WILD BOAR = javali Cf. WILD PIG
  • WILD PIG = javali Cf. WILD BOAR

 

Filipe Guerreiro Wolff

Há alguns meses eu e muitos brasileiros que moram em NY, Boston e provavelmente várias regiões dos Estados Unidos, estamos acompanhando a história desse pequeno grande menino chamado Filipe Wolff.  Ontem, depois de 2 anos em tratamento nos EUA, se preparando para fazer um transplante de fígado para salvar sua vida, a cirurgia finalmente aconteceu. Durante esses dois anos, a família vem contando com a ajuda e apoio não apenas de seus amigos e familiares, mas com grande parte da comunidade brasileira daqui. Foi muita expectativa, ajuda, campanha para arrecadar fundos, sofrimento e ansiedade em cada internação dele que acompanhamos pelo facebook ou pelo site. O grande dia finalmente chegou, o transplante foi feito, o doador que é seu pai, e o Filipe passaram por quase 13 horas de cirurgia, e hoje começam o primeiro dia de recuperação, com muita batalha ainda a ser vencida nos dias que virão.

Resumindo a sua história, Filipe nasceu em 2008 e com apenas 18 meses foi diagnosticado com uma doença rara, “Histiocitose de células de Langherhans” uma doença que afeta o sistema de vários órgão do corpo, e que já havia se instalado no fígado e nos pulmões. Esse problema no fígado acabou causando outra doença rara, a “Colangite Esclerosante”, e a presença dessas duas juntas podem causar o colapso total do fígado. Para curar a segunda, somente fazendo um transplante.  Fizeram quimioterapia, e seguiram todas as opções de tratamento indicada para seu caso pelos médicos no Brasil, mas que não tiverem muito efeito, e em 2011 Filipe continuava apresentando problemas e uma séria crise hepática. Foi quando eus pais souberam que aqui nos EUA havia uma medicação que obteve sucesso em casos semelhantes ao do menino, mas essa medicação é proibida no Brasil pela ANVISA. Começaram uma campanha no Brasil para arrecadar fundos e conseguiram trazer o filho para a primeira consulta e o inicio do tratamento com o médico americano. Com a confirmação da necessidade de fazer o transplante, os pais sem condições de bancar o procedimento, começaram uma grande campanha na comunidade brasileira pedindo ajuda para conseguri realizar a cirurgia e se sustentarem no país até que o menino fosse curado. Com um custo estimado em 800 mil dólares, várias campanhas de arrecadação aconteceram, muita gente ajudou e a família conseguiu arrecadar uma boa quantia em dinheiro, que na verdade era controlada e estava em posse da MAPS e na conta do Citizens Bank. Com um novo diagnóstico de que o câncer (a doença primaria) tinha voltado e o transplante do fígado não poderia ser feito logo, junto com a aprovação de um seguro saúde particular para o Filipe, a família resolveu encerrar as doações. O dinheiro arrecadado e sempre muito transparentemente mostrado por eles no site, não poderia  ser usado por outra razão a não ser para a manutenção do seguro de saúde e gastos referentes ao tratamento.

Depois de muitas internações, tratamentos, novos diagnósticos de comprometimento na medula e a necessidade de um novo transplante para curar esse novo problema que apareceu em seu sangue, Filipe finalmente conseguiu fazer o tão esperado transplante de fígado.

Hoje o que ele precisa é de muito pensamento positivo, muita torcida, pois o que essa criança passou, o que a família vem superando, o mínimo que eles merecem é que essa vida seja salva! Desde ontem quando ele começou a cirurgia, eu e outras milhares de pessoas ue acompanham diariamente cada update que a família coloca na pagina do facebook, estamos ansiosos, confiantes, torcendo muito, mas muito mesmo para que o conforto venha logo para todos eles. Quem quiser acompanhar e de alguma forma ajudar, acessem a página.

Força Filipe!

Pedalando por NY

Desde que mudei para Manhattan, uso cada vez menos o metrô (e sinto falta) e mais os pés e minha bicicleta. Sempre fui bem preguiçosa para pedalar, mas com o trabalho há 10 minutos de casa indo de bike, contra 35 minutos de metrô, e economia de 120 dolares por mês, não tive muito o que pensar. Graças ao furacão Sandy, minha bicicleta estragou, e precisei comprar outra, descobri então que parte da minha preguiça era culpa dela. Mais pesada, e outras coisas que não eram a melhor opção para quem não quer fazer muito esforço, não facilitava meu gosto pela atividade. Agora é todo dia, só não na chuva, pois não tenho capa, e nem paciencia para me encapotar toda e não molhar bolsa, calça sapato. Nessas horas mato minha saudade do metrô e minha meia hora obrigatória de não fazer nada.

Muita gente me pergunta quando digo que venho todos os dias de bicicleta, se não tenho medo. Fiquei apreensiva quando decidi, mas logo lembrei como eu adorava na minha adolescência me aventurar com minha bike no meio do trânsito e fantasiar que eu estava em um carro igual aos outros do meu lado. Hoje não fantasio mais, afinal a vontade de estar em um carro nesses momentos é zero, mas apenas lembro de como nunca tive esse medo, e modéstia parte dirigia bem a minha magrela. Pensando bem, sim tenho medo, afinal só em 2010 foram mais de 6000 incidentes envolvendo ciclistas, resultando em 36 mortes. As estatísticas assustam um pouco, mas na medida do possível tento seguir as dicas de segurança, como sempre andar na Bike lane, quando disponível, usar capacete (esses faço às vezes) e tento respeitar as leis (também dou umas escapadinhas de vez em quando), mas nada como um bom susto para nos colocar na linha novamente.

As leis para bicicletas são bem parecidas com as dos carros, temos que parar no semáforo, dar preferência ao pedestre na faixa de segurança, ter buzina, luz de alerta, e menores de 14 anos devem usar capacete. Não podemos trafegar nas calçadas, andar na contra mão, e como os carros, recebemos multas. Em Manhattan houve um crescimento de 7% em multas a ciclistas, enquanto no Brooklyn, esse número foi bem mais alto, 81%.  A polícia de Nova York, atribui o crescimento de multas ao novo projeto CitiBike, que aumenta o número de ciclistas na rua que na sua maioria tem pouca experiência e conhecimento sobre as leis, causando mais incidentes.

A verdade é: o trânsito da cidade é caótico, a polícia não tem lógica, multa por você não dar uma seta, mas não multa quem fecha o cruzamento e espalha o caos com as buzinas. Eles fecham cruzamentos na frente dos guardas, que não fazem nada.  Tem os pedestres desatentos que saem da calçada e atravessam a bike lane sem ao menos olhar para os lados e há também os que andam pela ciclovia despreocupados, outros ficam alí no meio parados esperando o táxi. Falando neles… são os piores. Não respeitam, nos fecham, abrem as portas em qualquer lugar, param para pegar passageiro até na lâmpada do poste se for preciso. Carros tiram finas, nos cortam sem dó nem piedade, mas o que mais me tira do sério é que eles tomam conta da nossa pista, estacionam, param para esperar alguém, como se ela simplesmente não existisse. Pior é quando a polícia faz isso… e ainda tem coragem de nos multar! Enfim, ciclista também não é nenhum santo, vejo cada uma que aprotam que me dá vergonha. Passam no farol vermelho mesmo com pedrestres atravessando, pegam a contramão na própria ciclovia, que já é estreita, andam na calçada… no fim somos todos farinha do mesmo saco, Pedestres, motoristas e cliclistas deveriam fazer um cursinho de boas maneiras e respeito ao próximo no seu meio de transporte, mas vale salientar que quem se dá mal na maioria das vezes é o cliclista, que tem não tem a proteção do carro, tem a mesma fragilidade do pedestre  e tudo isso em  velocidade. O jeito é proteger o côco, andar devagar, usar a luz e a buzina, e ter muita paciência.

Esse vídeo traduz tudo que falei acima, e ainda dá para dar uma boa risada.

Vermont, lá fomos nós.

O mundo é mesmo muito pequeno. Quem diria que uma amiga de infância, que morava no mesmo quarteirão da minha casa, fazíamos jazz juntas, e que ao mesmo tempo era minha amiga e do meu futuro marido, (ele também morava no mesmo quarteirão mas não era meu amigo) depois de mais de 20 anos sem notícias, iria morar bem aqui no estado vizinho e iríamos, com nossos filhos, viajar juntas? Parece ficção, mas não é. Recebemos o convite para passar um final de semana em Vermont, fizemos as malas e fomos. Foi um final de semana delicioso! Amigos legais, crianças entrosadas, tempo bom e diversão garantida. Nunca tinha ido a Vermont, aqui por perto fomos apenas para Lake Placid no Inverno e Catskill no outono. Faltava conhecer no verão, essas regiões famosas por suas atividades na neve e no gelo. Quem vai imaginar que um resort de Ski poder ser super divertido durante o calor? As montanhas viram florestas cheia de aventura e nas pistas de ski, descem carrinhos de rodinhas em pista de plástico. A transformação no verão aqui é incrível, tudo deve ser vivido e aproveitado intensamente, afinal serão 7 meses pela frente de muito casaco, frio e se der sorte, neve. A maioria das montanhas que abrigam a temporada de ski nos meses frios, acomodam várias atividades no verão.

No primeiro dia, fomos curtir as atrações da Bromley Mountain. Lorenzo e Luna se divertiram o dia todo nos brinquedos para crianças, e até eu, o papai e a vovó nos aventuramos a descer a montanha no carrinho. Incrível a mudança que conseguem fazer em um local de entretenimento do inverno para o verão. No dia seguinte, nos aventuramos a andar de Canoa, no Emerald Lake. Que passeio maravilhoso! em certos momentos até dava para achar que estávamos no caribe, de tão transparente que era a água. Pena que durou tão pouco e a viagem tão longa, quase 5 horas dirigindo.  E no mais, preciso publicamente agradecer a Amiga Evelyn Paparelli pelo maravilhoso convite!

Fotos!

I’m here!

Fico até emocionada em ver as pessoas perguntando por onde ando, e tenho que dizer que todos os dias eu penso: Hoje vou atualizar meu blog! O dia passa e ele continua sem atualização. Vejo uma coisa legal na rua e já penso em colocar no blog, escrever um post… e acabo colocado rapidamente uma foto no Facebook e novamente o blog fica para depois. Só nessa semana recebi dois comentários  de leitores saudosos, querendo saber meu paradeiro e semana passada outra leitora me mandou um comentário muito fofo, que me faz pensar que não tem como eu largar esse meu cantinho, preciso apenas me organizar. A rotina é intensa, depois que a Luna nasceu, muita coisa mudou, mas continuei com um tempinho só meu para fazer as coisas que eu queria. Agora com o Lorenzo, ficou um pouco mais difícil. O segundo filho apesar de ser mais fácil de cuidar, já que você pula toda a parte da chatisse de mãe de primeira viagem, tem o porem de lhe deixar mais cansada. No meu caso especificamente, que fazia minhas coisas depois que a Luna dormia, agora não posso mais, porque esse moleque deliciosamente grudento não dorme se eu não deitar junto com ele. Por essa razão, todos meus planos vão por água abaixo, já que ao deitar para adormece-lo, quem dorme sou eu, muitas vezes sem jantar, e perdi as contas de quantas vezes amanheci já de roupa trocada e sem os dentes escovados.

Com tudo isso acontecendo, ainda voltei a trabalhar depois de 2 anos e meio. Pela primeira vez tive que procurar uma babá, o que eu não acredito ser a melhor escolha, mas era a que cabia no nosso orçamento no momento. Estamos num momento de reestruturação, vendo como será a vida com 2 filhos na escola, e nós dois trabalhando. No mais, não tenho muitas novidades, não mudei de casa, não ganhei na loteria, não fiz nenhuma viagem incrível, não convenci o marido a voltar pro Brasil (ainda)  🙂

Agradeco a todos que ainda passa por aqui, os que me mandam emails, recadinhos. Prometo (de novo) tentar ser mais assídua, adoro meu blog, escrever, dividir. Seria mais fácil se a praguinha dormisse na hora certa e sozinho, assim a mamãe ainda teria umas horinhas de folga!

OS PAIS DA ESCOLA

SAMSUNGAcho o máximo toda manhã quando levo a Luna na escola, ver aquela multidão de crianças andando na mesma calçada e indo para o mesmo lugar. Fico pensando comigo, como os pais em certas coisas são tão iguais e em outras, tão diferentes. Todo dia a mesma coisa, pais andando apressados mais a frente e a criança atrás se distraindo com qualquer partícula minúscula que se mova, ou conversando sozinha com alguém que só ela vê e ouve.  As frases vou ouvindo conforme vou passando por eles, são sempre as mesmas: “Anda Chiquinho”, “Assim vamos chegar atrasados”, “Rápido”, ou resumindo bem “COME ON!”, essa é a campeã das manhãs. Os pirralhos nem se abalam, não mudam a velocidade nem para fingir que nos ouviram. Encontram seus amigos e acenam, esses muitas vezes vêem o aceno e ignoram (fico imaginando o que se passa na cabeça), alguns acenam de volta, poucos se abraçam, muitos apostam corrida pelas calçadas, e então os pais (decidam-se!) gritam: “WAIT!”. Logo a frente ao cruzar a avenida, 3 guardas de trânsito, que ficam apenas nos horários de entrada e saída da escola, controlam os motoristas que não respeitam a faixa, ciclistas que ignoram o sinal fechado e pais que correm nos últimos segundos do farol que pisca em vermelho, que na verdade deveria fazê-los finalizar a travessia e não começar (me incluo nessa).  Aí então juntam-se todos na entrada e vagarosamente aquela multidão entra pela porta que é pequena para tanta gente entrando ao mesmo tempo. Esse é o momento que começo a perceber as diferenças desses pais que até então pareciam todos iguais.

  • Tem os que falam com todo mundo, até com a parede.
  • Os que não falam com ninguém.
  • Os que já se apresentaram a você uma vez, já falaram oi alguma vez, mas não falam mais.
  • Os que falam oi só quando estão de bom humor.
  • Os que passam do seu lado e te conhecem mas fingem que não viram.
  • Os que te vêem todos os dias na porta da classe, trocam olhares mas não falam nem bom dia.
  • Os que ficam no meio do corredor conversando, sem total noção do quanto estão atrapalhando o caminho dos pais que estão apressados tentando chegar na classe sem pegar o “late pass” (e cada segundo conta).
  • As mamães (solteiras ou não) que jogam o maior charme para os papais (solteiros ou não)
  • Os que puxam saco da diretora.
  • Os que marcam playdate até com a sombra das crianças.
  • E os poucos normais iguais a você que acabam se tornando seus amigos 🙂

Bye-Bye 2012

Esse post eu tinha escrito um pouco antes de dar pau no servidor e eu ficar sem acesso ao blog mas apesar de atrasado, ainda vale uma restrospectiva de 2012!

Não posso dizer que vou sentir saudades dele, um ano que deixará algumas marcas tristes, difíceis, mas a esperança de um 2013 melhor.

Em 2012…

Perdi a minha companheira de 12 anos… da qual jamais me esquecerei

Meu Aniversário de 2003

Conheci pessoalmente minha sobrinha linda, Rafaela.

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Quem tem a sobrinha mais linda do mundo levanta a mão.

Luna começou o first grade.

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Festinha da Luna de 6 anos, com o tema fundo do mar.
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Amigos legais foram embora para o Brasil.
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As melhores visitas!

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Lorenzo viaja pela primeira vez para conhecer o Brasil

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Caíram os primeiros dentinhos da Luna
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Primeiro pumpkin and apple picking nosso e das crianças
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Nosso segundo furacão nos EUA, o Sandy, que dessa vez nos deixou sem lavanderia no prédio (aliás vamos ficar sem, por um bom tempo).
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Feliz 2013! que a mãe natureza não nos traga nenhuma surpresa.

Unplugged, com Sandy e sem Luana – DIA 2

CarroHoje amanhecemos com curiosidade de ver o estrago. Pela janela já dava para perceber que era enorme, dei café da manhã para as crianças, agasalhei-as e pegamos nossas lanternas. O corredor do prédio estava uma escuridão sem fim, mas a lanterna nos ajudou a achar a porta das escadas. Cinco andares com Lorenzo em um braço, carrinho pendurado em outro, lanterna na mão e olho nas escadas e na Luna que descia logo na frente iluminando o caminho com sua lanterninha. Acho que eu nunca tinha subido as escadas do prédio antes, nada parecia familiar, ainda mais sem iluminação alguma. Estava frio, mas a movimentação era grande, todos queriam ver a mesma coisa, o estrago que Sandy deixou. Assim que chegamos no lobby do prédio já percebemos a sujeira que deixou. Os vidros estavam muito sujos, folhas e lama grudados por toda parte. Pessoas procuravam saber quando a energia voltaria, e para minha surpresa, espanto e desespero, ouvi o que não esperava, que no mínimo demorariam de 4-5 dias, sendo otimista. Nessa hora me veio a cabeça todas as vezes que achei exagero ter que ir correndo comprar lanternas, baterias, água e alimentos. Pensei na minha comida da geladeira, que o mercado ficaria fechado, o quanto ainda teríamos de comida até que tivesse que providenciar mais, como carregaríamos nossos celulares, etc etc. Todo mundo estava assustado com essa notícia, que foi essencial para fazer muita gente fazer a mala e deixar os apartamentos em busca de vagas em hotéis e casa de amigos/familiares. Apesar de morar numa zona que não foi de evacuação, nosso prédio foi bastante castigado, não sei como ousam não nos incluir na zona A (a que corre mais risco e foi evacuação mandatória), já que estamos há 1 quadra do rio. O cenário foi árvores caídas, carros no meio da rua que foram arrastados pela água, motos no chão, placas de trânsito distorcidas, muita sujeira na rua, e os basements dos prédios inundados. O que mais impressionou no nosso quarteirão, foi um pilar de madeira, que deve ter vindo do rio, que foi parar em cima de um Mustang. Foi a atração, junto com um Mini Cooper (que inclusive pela minha janela, ví o dono tentando salvá-lo, mas teve que abandonar por que a água começou a invadir com muita força bem na hora) que de janelas abertas, ficou inundado por dentro e cheio de folhas secas.

Depois de andar pela redondezas, fomos atrás de algum lugar que vendesse bateria para nossas lanternas. O único lugar aberto era uma Deli na esquina, que para minha surpresa não estava enfiando a faca no valor das pilhas, estavam vendendo pelo mesmo preço que sempre venderam, achei espetacular não se aproveitarem desse momento para explorar as pessoas. Muita gente na rua, celulares na mão, mandando mensagens txt, e o assunto era apenas um, o furacão, as consequencias e os planos de fuga para não encarar uma semana sem luz, aquecimento e água quente que estavam por vir. Muita gente com mala, outras procurando wi-fi na frente do starbucks, carros ligados para carregar bateria dos celulares. Andamos até a Union Square e nada estava aberto, nenhum supermercado, banco nem farmácia. Procuravamos um lugar para comprar água, mas não achamos. Hora de voltar pra casa, fazer comida e planejar o que faríamos. A ordem era abrir a geladeira o menos possível para que o frio não fugisse, então pegavamos tudo rápido, e o almoço foi arroz, salmão e legumes. Confesso que até fiquei um pouco feliz com a falta de luz temporária, assim não teríamos computador para distrair e eu achei que conseguiria por minhas tarefas domésticas em ordem sem ter essa distração, mas esqueci do detalhe que sem energia a loça teria que ser lavada toda na mão, o banho demoraria mais pois teríamos que esquentar a água, no final acabou me dando mais trabalho e me deixando com menos tempo. Estreiamos a bizarrice que se prolongaria por dias, o banho deles na pia da cozinha. Esquentamos um caldeirão de água, esterelizamos a pia e Luna foi a primeira, e claro adorou a brincadeira, deixando Lorenzo ainda mais curioso para experimentar a nova atração da casa.

Com o dia anoitecendo mais rápido e sem luz, as crianças foram para cama mais cedo depois de brincarem no escuro, a luz de velas (supervisionados). Lorenzo já queria cantar parabéns e Luna apagar a chama. Nosso segundo jantar a luz de velas, foi mais um momento de conversa, desabafo, saudades da Luana. Fiquei preocupada com o que teriam feito com seu corpo, já que o plano era mantê-lo no freezer até quarta feira até que viessem coletar para a cremação mas sem energia, o freezer não funcionaria. O que adiantaria isso também, já que não havia mais vida alí? Estava difícil tentar não pensar nisso, não sentir a falta dela embaixo da mesa esperando Lorenzo jogar partes do seu jantar, mais difícil ainda estava tirar da minha cabeça a cena final dela, a minha, a volta, a falta. Vamos dormir que a dor também vai.
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Unplugged, com Sandy e sem Luana

Foram 7 dias de escuridão, muita coisa para contar, terei que dividir por dia. Sem energia, apenas com papel e caneta fui escrevendo o que estava acontecendo, para depois tentar colocar no blog. Vou tentar.

Dia 1- Segunda feira – o pior dia de todos / Parte I
O dia amanheceu horrível, chuvinha chata com muito vento e Luana bem caidinha. Minha branquinha não queria comer, bebia muito pouco e só saía da toquinha dela pra fazer xixi e nada mais. Não vinha esperar Lorenzo derrubar comida na hora do café da manhã, e nem ligou quando a chamei pra passear, foi quando decidi que era hora de leva-la ao veterinário. Liguei pela manhã e felizmente consegui um horário as 11:20, e quando perguntei se tinham para mais tarde, ele disse que não sabia pois dependia das condições do tempo, já que Sandy estava dando pinta por aqui. Saímos eu e Luana na chuva, ela na sacola pendurada no meu ombro, por 5 quarteiroes-avenidas, achei que não iria aguentar o peso, apesar dos 2 kilos que ela já havia perdido. Chegamos lá e quando a coloquei na mesa do veterinário ela nem se manifestou, do jeito que estava dentro da sacolinha ela ficou. Aquela reação me mandou um sinal tão ruim, que quando o vet me perguntou o que estava acontecendo não consegui nem começar a explicar, pedi desculpas e ele me ofereceu uma caixinha de lenço. Ela deveria estar tremendo de medo do médico, tentando fugir da mesa, ofegante, mas nada… a sensação que eu tinha era de estar vendo um passarinho doente nas minhas mãos sem poder voar. A tirei da sacolinha, ele a avaliou, ouviu todo o histórico e me disse que ela estava desidratada. Quando tirou a temperatura, febre de 40.5 C. Eu já chorando, disse a ele que fosse sincero, e que a única coisa que eu não queria era ver minha cachorra sofrer. A bexiga dela estava em espasmo, por isso ela ficava o tempo todo tentando urinar quando ficava de pé, mesmo que não houvesse mais nada pra sair. Já sabia o que o médico iria me dizer, mas foi difícil ouvi-lo dizendo que o câncer estava alí e isso não era reversível. Ele poderia dar antibióticos, um remédio forte para dor (ele disse que ela estava em desconforto), mas que não poderia dizer se ela voltaria a comer, se o espasmo da bexiga iria passar e que inevitavelmente eu voltaria lá para coloca-la para dormir (eutanásia) como acontece na maioria dos casos diagnosticados com esse tipo de tumor.

Nem preciso dizer o quão arrasada fiquei em ter que decidir alí se eu voltava com ela pra casa naquele estado e prorrogava sua vida (ou sofrimento) em um pouco mais de tempo apenas, ou a deixava ir embora em um estágio em que sabíamos não haver volta, e poupá-la de sofrimento maior, guarda-la na memória como aquela cachorrinha linda e pacata, feliz e brincalhona que sempre foi, protegê-la da dor. A razão e a emoção me pegaram de jeito e eu alí sozinha não sabia quem ouvir. Pedi ao médico que me desse um tempo para resolver, liguei para o Sergio e disse que Luana iria embora, senti então que minha decisão estava tomada. Desliguei o telefone, fiquei olhando para ela ali na mesa, na posição que ela sempre dormia e comecei minha despedida. Falei tudo que ela já sabia, que eu a amava demais e que jamais iria me esquecer dela. Não sei por que não a agarrei e dei muitos beijos, acho que no fundo eu não estava acreditando que alí seria mesmo o final. Fiquei parada chorando, fazendo carinho no seu corpo, quando ela resolveu ter uma reação ao ouvir alguém passando pelo corredor, e levantou a cabeça e as orelhas. Nesse momento, achei que aquilo era um sinal, como se ela quisesse me dizer que ela reagia e não estava tão mal assim. A peguei no colo e coloquei no chão, onde ela ficou sem andar, sem fugir pra porta como sempre fazia nas consultas. Se abaixou e começou a fazer xixi, era apenas isso que ela fazia nos últimos 3 dias. Coloquei-a de volta na mesa e comecei a falar as palavras que ela mais gostava de ouvir como “cookie” e “passear”. Ela me olhou, levantou a cabeça e as orelhas, mas não se levantou. Tudo que achei já estar decidido, voltou a estaca zero e quando o médico voltou e me viu chorando ainda mais do que antes, me falou sobre os remédios que poderíamos tentar e ver como ela passaria a noite. Ele quase me convenceu a leva-la de volta pra casa. Pedi que me respondesse sinceramente se achava que sua hora tinha chegado, ele disse que apesar de não querer influenciar na minha decisão, ou me induzir a fazer algo que me arrependesse depois, afirmou que sim. Levantou, examinou mais uma vez com toque e foi quando me disse que a bexiga estava em espasmo constante por isso ela não saía da posição de fazer xixi o tempo todo. Disse que sua qualidade de vida não era boa, que ela estava em desconforto e que ele tem certeza que aquela não era a cachorra que eu estava acostumada a ver. Ele tinha razão. Luana sempre teve receio de fazer xixi na nossa frente,  ela se encolhia toda apenas em me ouvir dizer “Não Luana, aí não pode fazer xixi!”. Sua tolerância a broncas era muito baixa,  mesmo que de leve era um pesadelo para ela, que muitas vezes segurava o xixi o dia inteiro quando eu não ia trabalhar para não fazer na minha frente mesmo que fosse no pad, o local onde ela era permitida a fazer. Da maneira como estava atualmente, ela fazia onde estivesse sem cerimônias pois não conseguia mais segurar e depois que acabava, me olhava desconfiada com o rabinho no meio das pernas, mas ao invés de bronca eu limpava e dizia a ela que estava ok, que eu entendia que ela não fazia porque queria, eu entendia a minha senhorinha idosa.

Fiquei ainda alguns minutos chorando enquanto o médico na maior paciência aguardava a minha resposta e quando pensei que inevitavelmente eu estaria outro dia alí de volta com ela num quadro ainda pior para fazer o que poderia ser feito naquela hora, preservando minha baixinha, evitando que ela sofresse, resolvi de novo que deveria seguir em frente e com firmeza mas muita dor, falei para ele que poderia fazer. Chorei muito, olhava pra ela o tempo todo como se quisesse encher minha mente com sua imagem, que eu não veria de novo. Quando ele voltou já com os remédios, me perguntou se eu ficaria na sala ou se eu preferia sair antes que aplicassem, mas decidi ficar com ela até o final, por mais doloroso que fosse seria ainda mais pra ela me ver saindo da sala e a deixando sozinha, então segurei sua cabecinha, e ele aplicou o tranquilizante. Eu me desesperei, o filme de nossa vida me passou pela cabeça enquanto eu sentia ela ficando molinha, relaxada, na mesma posição em que estava desde o começo. O ajudante veio para a aplicação do segundo medicamento, o que iria realmente levá-la embora. Quando o médico aplicou, o ajudante bem baixinho disse: “bye bye” e meu choro se tornou urros de desespero, eu não conseguia abraça-la nem beija-la, só conseguia chorar cada vez mais forte. Com o estetoscópio ele atestou que ela já tinha ido embora, e me avisou com um “she is gone”. Ele me deixou lá e me disse que eu poderia ficar até o momento que me sentisse pronta para sair. Fiquei olhando pra ela, sem acreditar que ela não mais existia, olhando sua barriguinha já mudando de consistência, não via mais o sobe e desce de sua respiração. Me despedi pela última vez e sem olhar pra trás fechei a porta e fui lá pagar sua última conta…

Foi tudo muito triste, obviamente todos que estavam na recepção ouviram meu choro e me viram sair dalí com a sacolinha vazia. Me lembrei do meu vizinho na porta do prédio com a coleira do cachorro também vazia, acabando de chegar do veterinário e passado pela mesma situação. Voltei sozinha na chuva, ainda bem que chovia, assim eu podia esconder o meu rosto e meus soluços atrás do guarda chuva . Voltei as 5 avenidas me lembrando do dia em que fui buscá-la no petshop, a última cachorrinha a ser vendida por ter sido a menor da ninhada. Era bem a cara dela esperar todos mamarem e pegar depois o que sobrasse. Me lembrei da carinha de medo e susto de quando ela entrou em casa pela primeira vez, da sua doçura, das nossas viagens, das inúmeras fotos lindas que tirei dela quando ainda era meu único bebê. Até um canguru de cachorro comprei para andar com ela no metrô quando a levava para trabalhar comigo no escritório. Desabei quando cheguei no jardim do prédio ao ver o lugar onde ela mais gostava de estar. Tentei chorar alí o máximo que podia para chegar em casa com o mínimo possível dessa tristeza. As crianças estavam comendo e ainda não sabiam de nada. Quando abracei o Sergio e não me contive, foi que a Luna percebeu que algo havia acontecido e então contamos a ela. Ficou triste pela Luana, mas acho que ficou ainda mais preocupada em ver a mãe triste e chorando, mas quando ouvi ela cochichando com o pai que queria comprar flores para alegrar a mamãe, me deu forças para conseguir segurar a tristeza um pouco mais.

A Chegada de Sandy – Dia 1/ Parte 2

Agua invadindo a calçada

No finalzinho da tarde o marido foi tirar algumas fotos no rio (onde já estava bloqueado pela polícia) e nós em casa esquentamos a água no panelão para tomar banho. Tentei em vão dar uma organizada na casa, mas a cabeça não funcionava direito, só consegui mesmo fazer o básico e esperar a Sandy chegar. Já chovia bastante e Luna não saía da janela esperando para ver o furacão. Enquanto eu preparava a janta, Sandy chegou com tudo, era vento para todos os lados, a água começou a invadir nossa rua que fica ha um quarteirão do East River. Quando começou a alagar é que nos demos conta que não demos a devida importância ao evento e não retiramos nossa scooter da rua. Vimos a água subir, passar a altura da sua roda e depois derrubá-la. Por sorte o carro que estava na sua frente a impediu de sair boiando. Sergio tentou descer com suas botas quando a água ainda estava na altura da roda, para tentar tira-la de lá, mas como os ventos estavam bem fortes, ele recuou. Assistimos a tudo, as pessoas se aventurando irresponsavelmente no meio da água a pé e de bicicleta, enquanto a polícia pedia para que saíssem imediatamente. A água avançava, os carros boiavam, árvores caíam, e a gente ficava na janela lamentando a falta de seriedade dada ao furacão, pois agora tínhamos uma moto submersa na água que provavelmente não vai mais funcionar, e as 3 bicicletas no basement que nessa altura do campeonato já estava todo tomado pela água.

Crianças na cama e a energia elétrica foi embora. Estávamos no escuro, tínhamos lanternas mas não muitas baterias. Pegamos as velas e tivemos nosso primeiro jantar a luz de velas. Quando a água começou a baixar, Sergio desceu as escadas munido de lanternas e botas para tentar resgatar o defunto. Se aventurou na água que já havia baixado bastante e conseguiu mudar a moto de lugar. Fomos dormir depois de assistir à enchente, era minha primeira noite no escuro e sem a Luana na sua caminha azul…
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News, not that good

A correria aqui em casa anda a mil, tudo porque sábado é aniversário da Luna, e a mamãe está fazendo absolutamente TUDO. Desde a decoração e as comidas, a única coisa que me livrei foi o bolo. O ritmo está pesado, muita bagunça, papel, tesoura, cola disposição e muito sono! Depois venho aqui mostrar o resultado, se ficar bom é claro. Hj foi um dia meio triste, recebi o laudo do ultrassom da LUANA (dog) que ela está com um tumor na uretra. Depois de mtas infecções urinárias, exames de sangue, urina e raio x o que eu não queria que fosse, se confirmou. Estou no aguardo da ligação do veterinário para saber sobre o tratamento. Em doze anos essa é a primeira vez que ela apresenta algo realmente sério, e agora vou torcer para que o tratamento que o médico vai passar seja eficiente e que ela não sofra.

Aqui uma das fotinhos dela que mais gosto!

Ta calor!!!